Nesta sexta-feira, 10 de junho, o IBGE divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021. Em suma, a pandemia de covid-19 retirou R$ 30,560 bilhões das famílias, em dois anos de crise sanitária.
Em suma, a massa de rendimento mensal real domiciliar per capita, soma de toda a remuneração das famílias, do trabalho, de fontes formais e informais, incluindo apoios pagos pelo governo, como bolsas e aposentadoria, chegou a R$ 287,703 bilhões em 2021.
O valor aponta uma baixa de 6,2% em relação a 2020. Ou seja, R$ 19,150 bilhões a menos que os R$ 306,853 bilhões de 2020. Abaixo, confira os detalhes.
2 anos de pandemia tiraram R$ 30,560 bilhões das famílias
Com relação a melhora no mercado de trabalho, pesou a baixa do alcance e valor do Auxílio Emergencial pago pelo governo aos mais vulneráveis. O porcentual de domicílios com alguém ganhando "Outros programas sociais", categoria que inclui o auxílio emergencial, caiu de 23,7% em 2020 para 15,4% em 2021.
Enquanto isso, a proporção de domicílios com beneficiários do Bolsa Família cresceu de 7,2% para 8,6%. Já na passagem de 2020 para 2021, todas as regiões viram reduzir a massa de rendimento domiciliar per capita mensal, com destaque para a baixa de 12% registrada no Nordeste.
No total da população, os 10% com os menores rendimentos possuíam somente 0,7% da massa de renda em circulação na economia, enquanto que o grupo dos 10% mais ricos concentravam 42,7% do bolo.
"Além disso, cabe destacar que este último grupo possuía uma parcela da massa de rendimento maior que a dos 80% da população com os menores rendimentos (41,4%)", apontou o IBGE.
O grupo dos 10% com maiores rendimentos correspondeu a um pedaço maior da massa de rendimento domiciliar per capita na passagem de 2020 para 2021, 1,1 ponto porcentual a mais, enquanto que a fatia dos 10% mais pobres encolheu 0,2 ponto porcentual.
Em 2021, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita do 1% mais rico da população era 38,4 vezes maior que o rendimento médio dos 50% que ganham menos.
Além disso, o número de pessoas sem nenhum tipo de renda aumento no Brasil em 2021, caiu de 61% em 2020, para 59,8% em 2021. É o mesmo percentual de 2012 e o mais baixo da série. Ou seja, em 2021, 85,6 milhões de brasileiros não ganhavam nenhum tipo de rendimento, nem salário, nem aposentadoria, pensão, programas de governo, aluguel nem doação.
De acordo com Alessandra Brito, analista do IBGE, "a população de pessoas com algum tipo de rendimento se reduziu em todo o País. Isso aconteceu em todas as regiões". Além disso, Brito disse que "Isso é muito explicado pelos outros rendimentos, que é onde está o auxílio emergencial".
Ademais, a renda média mensal real de todas as fontes de quem tinha algum tipo de rendimento foi estimada em R$ 2.265 em 2021. Assim o resultado ficou o mais baixo da série histórica, depois das quedas de 3,4% em 2020 e de 5,1% em 2021.
Por fim, o rendimento médio mensal habitualmente recebido de todos os trabalhos foi de R$ 2.476 em 2021. Ou seja, houve uma baixa de 6,1% ante 2020, "como possível resultado da expansão da informalidade na ocupação", apontou o IBGE.
Quais os efeitos da pandemia para famílias brasileiras?
A pandemia de covid-19 retirou R$ 30,560 bilhões das famílias, em dois anos de crise sanitária. A massa de rendimento mensal real domiciliar per capita chegou a R$ 287,703 bilhões em 2021. O valor aponta uma baixa de 6,2% em relação a 2020. Ou seja, R$ 19,150 bilhões a menos que os R$ 306,853 bilhões de 2020.
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