Como era de se esperar após o anúncio de um dos maiores escândalos financeiros, as ações da Americanas (AMER3), abriram o dia não só em queda livre, mas em leilão, nessa quinta-feira, 12 de janeiro. O preço de cada papel estava em cerca de R$ 3. Isso é 75% a menos do que o registrado no fechamento de quarta-feira.
Tudo isso porque na noite de quarta-feira, 11 de janeiro, um comunicado divulgado pelo CEO da companhia, Sergio Rial, apontava que foi identificada uma inconsistência contábil na casa dos R$ 20 bilhões.
Na oportunidade Rial e também o diretor de relações com investidores da empresa, André Covre, pediram demissão de seus cargos. Eles haviam sido empossados em 2 de janeiro e estavam há menos de dez dias exercendo suas funções.
Ações AMER3 em queda livre
No fim da tarde de quarta-feira, dia 11, antes do fechamento do mercado, as ações AMER3 vinham em alta - alta essa que já vinha de algumas semanas, inclusive - fechando em R$ 12 cada.
Recentemente as ações da companhia vinham registrando um bom desempenho na bolsa, especialmente pelas expectativas que o mercado tinha a respeito da gestão de Rial, ex-presidente do Santander Brasil. Acreditava-se que Rial traria novas ideias para a varejista e que ele contribuísse especialmente para o avanço da Ame, a plataforma financeira da Americanas.
Com o anúncio do rombo contábil, porém, foi gigantesco o impacto. Pra começar, as negociações da companhia abriram apenas após o meio dia (12 horas), mas mesmo durante o leilão, o preço já era de R$ 3, o que representa uma queda de 75%.
E nessa sexta-feira, dia 13, o cenário não é melhor. As ações continuam sendo negociadas en cerca de R$ 2,97. Em relação à abertura do mercado, porém, esse preço já é um pouquinho melhor, já que as ações encerraram ontem em R$ 2,75 cada. Dessa forma, a queda chegou a ser de 77%.
O que diz a Americanas?
Segundo a Americanas, ainda não é possível determinar todos os impactos dessas inconsistências na demonstração de resultado e no balanço patrimonial. A empresa ainda afirmou que essas estimativas estão sujeitas a confirmações e ajustes, a depender da conclusão da apuração dos fatos e dos pareceres de auditores independentes.
No comunicado oficial divulgado ao mercado, a rede afirmou que a decisão de Rial de sair da empresa ocorreu por conta da "consequente alteração de prioridades da administração", mas que ele continuará como assessor dos acionistas de referência, os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.
E para ficar em seu lugar, o conselho de administração nomeou o diretor de recursos humanos da companhia, João Guerra, para assumir interinamente os cargos de presidente e diretor de relações com investidores. Nas palavras da Americanas, Guerra é um "executivo com ampla trajetória" na empresa e que não estava "envolvido anteriormente na gestão contábil ou financeira".
"O conselho de administração decidiu, ainda, criar um comitê independente para apurar as circunstâncias que ocasionaram as referidas inconsistências contábeis, que terá os poderes necessários para a condução de seus trabalhos", disse em nota.
Novas informações devem ser divulgadas em breve.
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