Na últimas décadas as mulheres vêm, aos poucos, conquistando seus lugares de direito no mercado de trabalho. Porém, apesar dos esforços, pesquisas mostram que ainda há muitos desafios a serem superados. Apenas para citar um problema típico: em geral as mulheres são mais qualificadas, mas ainda assim recebem salários menores do que os homens.
E quando se trata de empreendedorismo, então, o desafio fica ainda maior, passando por problemas que vão desde o preconceito que ainda é forte no ambiente de negócios, até a dupla jornada assumida pela maior parte das mulheres.
E engana-se quem pensa que essas situações só se dão com os micro e pequenos negócios. Na verdade, até mesmo nas grandes empresas, multinacionais às vezes, percebe-se essas questões. Entre as listadas na bolsa de valores do Brasil, por exemplo, 60% delas ainda não contam com mulheres em seus Conselhos de Administração.
Então, quando nos deparamos com uma delas, vale considerar sobre a compra de ações, vocês não acham?
Por isso, nesse artigo queremos trazer uma lista. Não são recomendações de compra, mas opções para quem está pensando em apoiar o trabalho de mulheres. Vale dizer que essa lista é oferecida na carteira do Nu invest e que aqui estamos apenas reproduzindo-a.
Antes disso, porém, queremos falar um pouquinho mais sobre essa realidade do mercado de trabalho e do mundo dos negócios, pra que você possa entender a importância dessa lista, e da existência dessas empresas. Confere aí abaixo.
Mulheres empreendem por necessidade
Em sua mais recente edição, o Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostrou que o Brasil já ocupava a sétima posição no ranking das nações com mais mulheres proporcionalmente à frente de negócios em fase inicial (empreendimentos com menos de 42 meses de vida).
O levantamento é de 2018, quando, conforme dados do SEBRAE - que consideraram as informações do IBGE de 2018 - aproximadamente 9,3 milhões de micro, pequenos e médios negócios no país eram liderados por elas.
De três anos para cá, se você acompanha as notícias deve saber, com o desemprego e as dificuldades econômicas, o número de micro e pequenos empreendedores cresceu ainda mais, e muitos, muitos deles são mulheres.
O maior problema é que além das dificuldades normais do mercado de trabalho, boa parte das mulheres empreendedoras não decide ter o próprio negócio porque querem, e sim, por necessidade. E esse quadro se agrava quando falamos das mulheres negras.
Muitas optam por empreender depois de algum tempo procurando por um emprego sem obter sucesso. E quando iniciam essa caminhada, muitas vezes é sem uma assistência, uma consultoria ou uma assessoria, o que as deixa muito desamparadas.
Além disso, há a questão da jornada dupla já citada acima: a maioria cuida de seu próprio negócio e também das rotinas domésticas. Por isso, elas enfrentam muito mais dificuldades para manter os seus negócios abertos. Porque ser empreendedor exige fôlego. Mas ser uma mulher empreendedora, nesse cenário, exige muito mais.
O crescimento econômico passa por elas
E agora vamos fazer juntos uma reflexão: se elas são donas de uma boa parte dos empreendimentos brasileiros, são quem oferta uma boa parte dos empregos, quem ajuda em boa parte a manter a roda da economia girando, será que o desenvolvimento da economia brasileira como um todo não passa pelo apoio a essas profissionais?
A resposta você já deve saber, mas caso ainda esteja na dúvida, a Fundadora e CEO da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes, pode te responder: sim, a retomada econômica passa obrigatoriamente por investir em mulheres, olhando principalmente para aquelas em situação de maior vulnerabilidade, disse ela recentemente em uma entrevista para a Vogue Brasil.
Mas como investir em mulheres?
Existem várias formas. Você pode começar apoiando o trabalho daquela vizinha que oferece algum tipo de produdo ou serviço, comprando naquela loja do seu bairro cuja dona é uma mulher, ou ainda em uma grande rede de lojas que também foi criada por uma mulher como é o caso do Magazine Luiza, da Luiza Trajano.
Outra forma de investir em mulheres é investindo em empresas que são reconhecidas por terem mulheres em sua direção, por darem oportunidade às mulheres, apoiando-as e ajudando-as a crescer. Assim, com o tempo, outras empresas talvez se sintam incetivadas a dar mais espaço para mulheres e a valorizá-las como profissionais.
Pra te ajudar, abaixo a gente traz uma lista.
10 empresas que são lideradas por mulheres:
- Enjoei (ENJU3)
- Lojas Marisa (AMAR3)
- Banco BMG (BMGB4)
- Santanense (CTSA3)
- Sequoia Log (SEQL3)
- Tim (TIMs3)
- Guararapes (GUAR3)
- Aeris (AERI3)
- Vivara (VIVA3)
- Magazine Luiza (MGLU3)
Você com certeza já ouviu falar de, pelo menos algumas delas, se é que não ouviu falar de todas. Como dissemos lá em cima, essas não são recomendações de compra, mas são um convite pra que você conheça um pouquinho mais de cada uma delas. Se você perceber que é uma boa empresa para ter na sua carteira, então, desejamos que seja um bom investimento.
Selos e certificados
Além dessas empresas, hoje existem alguns selos e certificados dados às empresas que se destacam por ter mulheres em seu quadro de diretores. Esses selos buscando mudar um pouco essa realidade, dar mais visibilidade a essas empresas e por isso, vale a penas ficar de olho neles.
Um deles, apenas para citar um exemplo, é o Women on Board (WoB), uma iniciativa independente que visa reconhecer, valorizar e divulgar a existência de ambientes corporativos com a presença de mulheres em conselhos de administração ou conselhos consultivos, para demonstrar os benefícios desta diversidade ao mundo empresarial e à sociedade.
A iniciativa concede um selo às empresas que tenham pelo menos 2 conselheiras efetivas em seus quadros, reconhecendo, assim boas práticas em ambientes corporativos. Além disso, ela acompanha os benefícios para as companhias oriundos da diversidade em posições de liderança, um ativo estratégico e importante para empresas que pretendem se destacar em eficiência, criatividade e responsabilidade social.
Até o momento, a WOB já certificou 77 organizações no Brasil. Veja quais são ela:
- Associação Brasileira de Bancos (ABBC)
- Afya - Educação Tecnologia Saúde
- AgroGalaxy
- Ambev
- Ampro Live Marketing
- Arezzo
- Banco BMG
- Banco Fibra
- Blau Farmacêutica
- B3 - Brasil Bolsa Balcão
- BRDE
- Burger King
- c.e.s.a.r
- Cia de Talentos
- CETESB
- Cia Hering
- CIP
- Cogna Educação
- Colégio Santa Cruz
- Copel
- EDP Brasil
- Eleva Educação
- Elfa
- Estapar
- FBN Brazil
- Ferbasa
- Furnas
- Great Place To Work
- Grupo 3778
- Grupo Baumgart
- Grupo Fleury
- Guararapes | Riachuelo | Midway
- Hospital Sirio-Libanês
- Hypera Pharma
- IBEF São Paulo
- IBGC
- Infra Commerce
- IRB Brasil
- Itaú
- JBS
- Latam
- Mapfre
- Marisa
- Mills Solaris
- MRV
- Natura
- Nexa
- OEC
- Oi
- Oswaldo Cruz Hospital Alemão
- PagSeguro
- Pague Menos
- Pernambucanas
- Piccadilly
- Porto Seguro
- Raia Drogasil
- Renner
- Rio Alto
- Rumo
- Santander
- Ser Mais
- Sescoop/Go
- Grupo Soma
- SulAmerica
- Suzano
- Talenses Group
- TeknoKroma
- Tupy
- Urba
- Vasta Educação
- Viacredi
- Vinci Partners
- Vivara
- Vivix
- Vix
- WWF
- Ypê
Algumas dessas empresas também possuem ações listadas na bolsa, portanto, além do Top 10 lá de cima, ofercido pela Nu invest, você também pode pesquisar sobre essas outras opções.
Cada vez mais mulheres investidoras
Vale lembrar também que nesse universo dos investimentos, aos poucos também vão sendo registradas mais mulheres investindo e buscando, por meio desses investimentos, aumentar seu patrimônio, a independência financeira, etc.
Dados divulgados recentemente pela B3 em novembro de 2021 mostraram que das 4 milhões de contas de pessoas físicas em renda variável abertas até aquele momento, cerca de 1,1 milhão pertenciam às mulheres.
Então, esperamos que esse artigo tenha te ajudado e, independende de ser mulher ou não (mas especialmente se for), desejamos bons investimentos e sucesso!
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