Saiu o tão aguardado balanço do segundo trimestre deste ano (2T20) da Petrobras (PETR4) que viu a demanda por seus produtos diminuir em meio à pandemia. De outro lado, a companhia conseguiu diminuir o prejuízo líquido obtido durante o primeiro trimestre do ano.
A receita líquida entre abril a junho ficou em R$ 50,898 bilhões, uma queda de -29,9% em relação ao segundo trimestre de 2019 (2T19) quando foram captados R$ 72,567 bilhões. Frente ao primeiro trimestre de 2020, também houve queda na receita de 32,6%; conforme segue a tabela com os principais indicadores do 2T20 da Petrobras:
Segundo o documento divulgado, "o 2T20 foi afetado pelos impactos advindos da COVID-19 e do colapso dos preços de petróleo resultantes das negociações da OPEC+". O maior prejuízo da Petrobras no 2T20 encontra-se na queda de 89% da receita líquida do Querosene de aviação (QAV), isso em relação ao 1T20 e ao 2T19, afetado pelo cancelamento dos voos.
Veja o balanço de todas as receitas líquidas da Petrobras obtidas no 2T20 e as devidas variações:
Vale dizer que o mercado externo destinou 87% para as negociações de petróleo com a China, país que precisou bastante do produto em meio à pandemia. De acordo com o relatório, isso mostra a "forte relação comercial com o país".
Houve também exportação de petróleo para o Chile (4%), Espanha (3%), Singapura (1%), Países Baixos (1%), dentre outros que totalizam 4% do total de vendas internacionais.
Prejuízo no 2T foi pequeno
A petrobras teve um prejuízo líquido de R$ 2,713 bilhões durante o 2T20, mas esse resultado demonstra uma significativa melhoria para a companhia, pois no 1T20 o valor foi de R$ 48,523 bilhões negativos.
A companhia explica que esse resultado foi obtido "devido à ausência de impairments no trimestre e ao ganho proveniente da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS após decisão judicial favorável, que teve um efeito de R$ 10,9 bilhões no resultado . Excluindo esses fatores, o resultado teria sido pior devido aos impactos da COVID-19 em nossas operações, com reflexo nos preços, margens e volumes".
No segundo trimestre de 2019, a companhia teve lucro líquido de R$ 18,866 bilhões.
O Ebitda ajustado da Petrobras no 2T20 foi de R$ 25 bilhões, queda de -23,5% frente ao 2T19; e ainda uma desvalorização de -33,4% em relação ao primeiro trimestre de 2020.
Vários motivos contribuíram para a redução nas margens de óleo e derivados, dentre elas: a baixa de 29% nas vendas do Brent (uma classificação de petróleo cru), alta volatilidade do mercado de óleo e gás no período, diminuição da demanda em nível global e outras despesas.
Dívida líquida é reduzida no 2T20
A Petrobras disse ainda que "a dívida bruta aumentou 2,2% devido ao aumento no financiamento de US$ 5,6 bilhões, principalmente devido às notas globais emitidas no mercado de capitais (US$ 3,2 bilhões)".
A dívida líquida, por sua vez, diminuiu 14,9% ao sair de US$ 83,674 bilhões no 2T19 para ficar em US$ 71,222 bilhões no segundo trimestre de 2020, mostrando que não houve "queima de caixa", conforme explica o presidente da petrolífera, Roberto Castello Branco.
- Veja o relatório sobre o 2T20 da Petrobras na íntegra.
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