A Cielo, listada na bolsa de valores brasileira com o ticker CIEL3, divulgou os resultados que obteve no terceiro trimestre do ano (3T20) na noite desta terça-feira, 27 de outubro, após o fechamento do mercado. A empresa registrou lucro líquido de R$ 100,4 milhões no período, 71,6% a menos que no mesmo período de 2019.
Já a receita líquida da companhia no 3T20 alcançou R$ 2.882,4 bilhões, um acréscimo de 2,9% em comparação ao mesmo período de 2019 e de 17,6% em relação ao 2T de 2020, devido ao aumento do volume capturado devido à flexibilização nas restrições de circulação e funcionamento dos estabelecimentos no país, bem como pela valorização do dólar frente ao real nas receitas da controlada no exterior (Cielo USA).
- Veja os resultados de CIEL3 no 3T20
CIEL3 teve novo resultado ruim no 3T20
A Cielo vinha registrando números complicados e a situação agravou-se em meio à pandemia da covid-19. O 2T20 foi o primeiro período da história a registrar prejuízo líquido desde o IPO da empresa de maquininhas, feito em 2009. Já neste 3T20 a empresa reverteu o prejuízo e apresentou lucro, ainda assim, bem menor que no mesmo período de 2019.
Os custos da empresa diminuíram 0,6% em relação ao 3T19 e 0,7% em relação ao 2T20.
Ainda assim, a empresa conseguiu manter uma base ativa de clientes na casa de 1,4 milhão, representando um aumento de 6,8% frente ao 2T20. O crescimento reflete a maior produtividade da força comercial no segmento do Varejo que atingiu patamar acima do período pré-pandemia.
Ações caíram muito em 2020
As ações de CIEL3 registram forte queda desde o ano de 2018. Só em 2020, a desvalorização é de -53,5%. No pregão desta terça (27), os papeis estavam sendo negociados por volta de R$ 3,80, queda de 2%, mas fecharam estáveis em R$ 3,86 na espera do balanço.
Em setembro deste ano, o JP Morgan atualizou recomendações sobre a Cielo, reduzindo a recomendação de neutra para underweight (exposição abaixo da média), que equivale à venda, com preço-justo de R$ 4.
Para os especialistas do banco, a Cielo caminha para perder participação no mercado com suas maquininhas que passou de 48% em 2016 para ficar em 34% no primeiro semestre de 2020, devendo ainda reduzir para 30% no longo prazo. "Não vemos razões para que as perdas de fatia de mercado parem nos próximos trimestres. A recuperação não parece próxima", disseram eles.
Cielo teve prejuízo de R$ 75,2 milhões no 2T20
A Cielo é controlada pelo Bradesco e Banco do Brasil e reverteu o lucro líquido de R$ 166,8 milhões obtidos no primeiro trimestre de 2020 para um prejuízo de R$ 75,2 milhões no segundo trimestre (2T20), o primeiro da história da empresa desde o IPO de 2009.
Pelo release do 2T20, a Cielo trazia a possibilidade de melhoria nos resultados com o aumento do consumo no varejo no terceiro e quarto trimestre, "porém não de maneira suficiente para compensar as quedas observadas neste primeiro semestre do ano".
No segundo trimestre de 2020, a Cielo tinha 1,3 milhão de clientes na carteira, o que representava queda trimestral de 9,3% e anual de 7,3% se comparado a 2019.
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