A Lojas Americanas (LAME4) divulgou em 6 de maio que registrou um prejuízo de R$ 163 milhões no primeiro trimestre de 2021 (1T21), o que significa uma piora de R$ 113,8 milhões em relação ao prejuízo de R$ 49,2 milhões desse período de 2020. Desta forma, o prejuízo da varejista mais do que triplicou em um ano, sendo um aumento de 231,3%.

Segundo o CEO da Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, o início de 2021 não ficou diferente dos primeiros meses da pandemia de covid-19, em 2020, sendo um período complicado para o varejo em meio às diversas dificuldades, tanto no âmbito sanitário quanto nas atividades econômicas, prejudicadas pelo isolamento social.

Das lojas físicas, 27% fecharam as portas no 1T21. Também segundo o relatório, entre o primeiro trimestre de 2020 e 2021, as despesas operacionais da Lojas Americanas cresceram de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,6 bilhão.

Por sua vez, o ebitda ajustado ficou em R$ 461,5 milhões entre os meses de janeiro a março deste ano, mostrando uma retração de 21,5%.

Em meio à pandemia, a Lojas Americanas disse que lançou no 1T21 um projeto chamado "Americanas Social", para dar visibilidade a ONG's. Além disso, a varejista distribuiu seis usinas de oxigênio em Manaus, capital da Amazônia.

Receita líquida e GMV cresceram no 1T21

Frente ao prejuízo, a receita líquida de vendas e serviços do 1T21 atingiu R$ 5,232 bilhões em uma alta anual de 29%, beneficiada pelos canais digitais em meio à pandemia. Entretanto, só o custo das mercadorias vendidas e serviços prestados fisgou R$ 3,6 bilhões.

Além disso, a Lojas Americanas gerou um Volume Bruto de Mercadoria (Gross Merchandise Volume - GMV) de R$ 11 bilhões no 1T21, sendo um crescimento de 52,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020, como pode ser visto na tabela abaixo:

Fonte: Lojas Americanas.
Fonte: Lojas Americanas.

- Veja o 1T21 da Lojas Americanas na íntegra.

Expansão

Mesmo em meio à pandemia, e após o prejuízo do 1T21, a Lojas Americanas realizou ações para expandir o negócio. Já no segundo trimestre foram anunciadas a compra da rede de franquias Uni.co, dona das varejistas Puket e Imaginarium; e a aquisição da fintech Nexoos, uma intermediária entre pequenas e médias empresas e investidores. Ambas ainda dependem de aprovação dos órgãos reguladores.

Antes disso, em meados de fevereiro, a Lojas Americanas fechou parceria com a BR Distribuidora (BRDT3) para aceleração da frente de lojas de conveniência, por meio das rede Local e BR Mania, o que envolve a criação de uma nova empresa.

Lojas Americanas + B2W = Americanas SA

No início do segundo trimestre deste ano, em 28 abril, as empresas Lojas Americanas e B2W deram mais detalhes sobre a proposta para combinação dos negócios, com o objetivo de fundar a Americanas S.A.

A proposta será votada em assembleias gerais extraordinárias marcadas para o dia 10 de junho de 2021.

Por sua vez, a Lojas Americanas disse que a união dos negócios é uma oportunidade única de expansão e geração de valor aos clientes. "A combinação das operações de Lojas Americanas e B2W permitirá a criação de uma plataforma ainda mais poderosa, colocando a Americanas em uma posição mais favorável para capturar oportunidades futuras", explica a varejista que atua em um setor de gigantes, como Magazine Luiza.

Mercado otimista com Lojas Americanas

Apesar do prejuízo, há de se esperar que a empresa consiga se recuperar após a vacinação em massa, sendo que quem deve "segurar as pontas" até lá é o canal de vendas online, avalia a Inter Research.

"Acreditamos que somente com o avançar mais sólido do cronograma de vacinação a empresa poderá recuperar vendas e margens, enquanto isso, a evolução no canal digital parece uma estratégia acertada", disse a Inter Research, que tem recomendação de compra da ação da Lojas Americanas, com preço-alvo a R$ 39.

Por sua vez, o BTG Pactual disse em relatório que os resultados do 1T21 foram aceitáveis frente às expectativas dos analistas. A recomendação do banco também é de compra das ações, com preço-alvo de R$ 38.

"A Lojas Americanas apresentou resultados do 1T21 sem surpresas, ainda impactada pelos efeitos da pandemia, com 27% de sua área de lojas fechada no trimestre (43% em março). Como resultado, o SSS (vendas nas mesmas lojas) da controladora caiu 0,8% (projetávamos -3,2%), queda de 13,4% nos shoppings e aumento de 6,8% nas lojas de rua (~70% da base de lojas), resultando em receita de R$ 2,8 bilhões, estável na comparação anual e 2% acima de nossa expectativa", disse o BTG Pactual.