A AES Brasil (AESB3) divulgou dois fatos relevantes na manhã dessa terça-feira, 17 de agosto. Num deles, ela comunica um acordo de investimento e suprimento de energia e em outro ela anuncia suas projeções de investimentos até 2025.
Sobre o acordo de investimento e suprimeiro de energia, a informação divulgada é que ele foi firmado por uma de suas subsidiárias com a BRF - a multinacional brasileira do ramo alimentício -, nessa segunda-feira, dia 16, com o objetivo de constituir uma join venture com controle compartilhado para geração de energia eólica.
De acordo com o documento, o projeto será desenvolvido no Complexo Eólico Cajuina, no Rio Grande do Norte e possuirá 160 MW de capacidade eólica instalada, equivalentes a 92 MW médios de energia assegurada a P50, dos quais 80 MW médios serão comercializados por meio de um contrato com prazo de 15 anos que será firmado também com a BRF.
As obras dessa operação devem iniciar no quarto trimestre de 2021 e ela deve ser encerrada em 2024, ano em que o contrato de comercialização com a BRF começará a ter vigência, segundo a AES Brasil.
O CAPEX estimado para o desenvolvimento do parque eólico é de aproximadamente R$ 5,2 milhões/MW instalado.
AES Brasil planeja investir R$ 3,5 bi até 2025
O segundo fato relevante apresentava algumas projeções da companhia, relacionadas a investimentos que ela planeja fazer ainda em 2021 e nos próximos anos até 2025.
Segundo a AES Brasil, esse plano segue sua estratégia de crescmento e diversificação de seus portifólio, por meio do desenvolvimento de projetos e fontes complementares à hidrica e com contratos de longo prazo.
O acordo de investimento com a BRF (abordado acima) já está incluído nesse planejamento e compõe, inclusive, boa parte dos valores que a empresa pretende investir, de forma que a companhia decidiu atualizar sua previsão de investimentos muito em razão desse novo projeto.
No total, até 2025, a AES Brasil pretende investir cerca de R$ 3.500,5 bilhões. Veja os detalhes na tabela abaixo:
Além dos investimentos com o Complexo Cajuíza, também há investimentos previstos para o Complexo Eólico Tucano, que também compreende uma expansão dos negócios. Além disso, a companhia ainda pretende investir cerca de R$ 495 milhões com modernização e manutenção de estruturas já existentes.
Veja na íntegra os fatos relevantes publicados pela AES Brasil.
Resultados da AES Brasil no 2T21
A AES Brasil divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2021 ainda no início de agosto, apontando um lucro líquido de R$ 27,5 milhões no perído, além de Ebitda de R$ 257 milhões e uma margem líquida de R$ 353,2 milhões.
Esses dados, porém, ficaram abaixo dos registrados no 2T20. O lucro líquido, por exemplo, foi 76,9% menor. Ja o Ebitda teve uma queda de 6,6% e a margem líquida de 2,6%. Por outro lado, os custos e despesas operacionais totalizaram R$ 377,4 milhões, ou seja, 53,4% a mais do que no mesmo período do ano passado.
A explicação apresentada pela companhia é de que muitos desses indicadores foram impactados pela crise hídrica, a mais severa das últimas décadas, que levou ao acionamento de usinas térmicas, um processo muito mais caro para geração de energia.
Entre outros destaques da companhia estão os R$ 855 milhões em equity resultado da conclusão do Acordo de investimento na Guaimbê Holding, permitindo a ampliação do portfólio de projetos de geração de energia renovável e o fomento do crescimento da AES Brasil
Além disso, no 2T21, a AES BRasil, assinou um acordo para o fornecimento de 84 MW médios pelo prazo médio de 15 anos. O projeto, com início de construção esperado em 2021, possui 171 MW de capacidade instalada. Ela também adquiriu um pipeline solar com 378,0 MW (ou 459,2MWp) de capacidade instalada e fator de capacidade de 32%, localizado no Norte do estado de Minas Gerais.
No Complexo Eólico Cajuína ela forneceu e instalou turbinas eólicas de 313,5 MW de capacidade, na primeira fase de desenvolvimento da estrutura, por meio de um acordo com a Nordex. E ainda comprou os Complexos Eólicos Mandacaru e Salinas (novos nomes dos complexos eólicos MS e Santos), com capacidade instalada conjunta de 158,5 MW. Localizados no Rio Grande do Norte e no
Ceará, os projetos se encontram em operação e 100% contratados no mercado regulado por 20 anos.
Ainda, a AES Brasil conseguiu um financiamento de R$ 711 milhões junto ao BNB para o desenvolvimento das fases 01 e 02 do Complexo Eólico Tucano, a um custo de IPCA+2,26% ao ano e prazo de 24 anos.
A companhia de energia destacou ainda que está com um nível de contratação hídrico em 78% para 2021 e 80% para 2022, com a realização de compras antecipadas de energia para fazer frente ao cenário hidrológico estressado.
Nesse período do 2T21 houve ainda a otimização da estrutura societária e de capital da AES Brasil com a AES Tietê, que está sendo incorporada.
Confira todos os relatórios da AES Brasil referentes aos resultados no 2T21.
AES Brasil vai pagar dividendos
Na oportunidade em que divulgou seus resultados trimestrais a AES Brasil também anunciou a aprovação da distribuição de R$ 24,2 milhões como dividendos intermediários relativos ao 2T21. Esse valor corresponde à 88% de payout e dividend yield de 3,2% nos últimos 12 meses.
Serão entregues R$ 0,060 por ação ordinária de emissão da AES Brasil, isentos de Imposto de Renda. O pagamento acontecerá no dia 22 de setembro de 2021 para os acionistas que tinham uma posição acionária no dia 9 de agosto de 2021.
As ações passaram a ser negociadas ex-dividendos a partir do dia 10 de agosto.
Veja o resumo do pagamento de dividendos:
- Valor total: R$ 24.154.250,65
- Valor por ação: R$ 0,06052081242
- Data-com: 09 de agosto de 2021
- Data-ex: 10 de agosto de 2021
- Data de pagamento: 22 de setembro de 2021
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