Os trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), nascidos em dezembro, podem sacar, a partir de hoje, 19 de novembro, a sétima e última parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro foi depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 31 de outubro.
E assim, chega ao fim a segunda rodada do programa que teve início ainda em abril de 2020, para auxiliar pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ao longo do ano passado, ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.
Já neste ano, a rodada de pagamentos teve sete parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, receberam R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebeu R$ 375; e pessoas que moram sozinhas, R$ 150.
39,2 milhões de famílias atendidas em 2021
Em 2020, o governo federal destinou R$ 295 bilhões ao pagamento do auxílio emergencial e de sua extensão, beneficiando diretamente a 67,9 milhões de pessoas.
Neste ano, o programa atendeu a 39,2 milhões de famílias, dos quais 23,9 milhões de trabalhadores informais, dez milhões inscritos no Bolsa Família e 5,3 milhões inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
E agora?
Terminado o calendário de pagamentos e de liberação do saque, como ficam os beneficiários? Bom, uma parte deles não receberá mais qualquer auxílio por parte do governo federal. Isso vale especialmente para os trabalhadores informais e inscritos no CadÚnico.
Por outro lado, há uma parcela da população, que já fazia parte do Bolsa Família (cerca de 14,6 milhões de família) e que vinha sendo atendida pelo auxílio emergencial. Esse grupo foi migrado e passou a fazer parte dos beneficiários do Auxílio Brasil.
O Auxílio Brasil é o novo programa social do governo federal e que atenderá, além dessas 14,6 milhões de famílias, outras 2,5 milhões, totalizando cerca de 17 milhões. Ele começou a ser pago já em novembro, mas para valer definitivamente a medida provisória (MP) do programa ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.
Além desses 17 milhões de beneficiados, o governo também anunciou recenetemente que, uma vez por mês, os inscritos no CadÚnico que mantiverem os dados atualizados serão selecionados para receberem o Auxílio Brasil, dependendo do espaço no orçamento do governo.
Economia do país hoje
Apesar de o auxílio emergencial ter ajudado muitas famílias e também muitos profissionais autônomos que se viram impedidos de exercerem suas funções por causa das restrições impostas pela pandemia, a situação econômica do país, ao fim desse programa, ainda sente os reflexos do que foi vivido nos últimos meses e o fim do benefício não significa, nem de longe, que os desafios terminaram também.
Ao contrário, o Brasil vive o início de uma nova fase. Nos últimos 12 meses, a inflação teve uma alta de 10,67% e as perspectivas para o início do próximo ano não são melhores nesse sentido. Além disso, na tentativa de controlar a alta dos preços o Banco Central, por meio de seu Comitê de Política Monetária (Copom), vem elevando, nos últimos encontros, a Selic, taxa básica de juros brasileira que iniciou 2021 em 2% e hoje está em 7,75%.
Aliás, sobre a Selic, a perspectiva é de que ela ainda deve ser elevada mais uma vez em 2021, na próxima reunião, que acontece em dezembro e que no início de 2022 ela chegue a até 11% (se não mais). Ou seja, os juros ainda vão aumentar no Brasil.
Nesse cenário, vários especialistas já falam de estagflação, ou seja, de inflação aliada a estagnação econômica, um ciclo difícil de ser rompido uma vez que é iniciado. E apesar de, tecnicamente, ainda não termos entrado nesse quadro econômico, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro já dá sinais de diminuição do ritmo e os brasileiros sentem, a cada dia mais, no próprio bolso, a dificuldade para manter as contas em dia, abastecer o carro e até mesmo para se alimentar.
Nesse sentido, o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, já fez declarações apontando que o ano de 2022 trará consigo muitos desafios, especialmente relacionados à inflação. Procurando se manter otimista, porém, ele disse acreditar que o crescimento do PIB será maior do que o que está sendo previsto.
O fato é que previsões são cada vez mais difíceis de serem feitas, especialmente a longo prazo. Não há como saber como será daqui três meses. Até porque, contrariando um pouco o que era esperado, na Europa uma quarta onda de covid-19 está em pleno vapor, com novos lockdowns sendo decretados, especialmente para a população não vacinada e, como já aconteceu anteriormente, é bastante possível que essa quarta onde chegue também aqui no Brasil.
Então, quem viver (e se cuidar) verá o que ainda vem pela frente. Boa sorte e boa caminhada a todos nós!
Com informações Agência Brasil.
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