Maior companhia aérea do Brasil em número de destinos e cidades atendidas a Azul (AZUL4) divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2021 e mostrou que apesar de ter tido um aumento de 59,6% na receita líquida, fechando em R$ 2,7 bilhões nesse indicador, no balanço final a companhia teve um prejuízo de R$ 2,2 bilhões no período.
A principal explicação para essa elevação de 82,4% no prejuízo foi o aumento das despesas financeiras e variações monetárias e cambiais, informou a companhia. Apesar disso, a empresa considerou seus resultados trimestrais positivos.
"Como de costume, eu gostaria de começar agradecendo a todos os tripulantes por sua paixão e dedicação. Graças a eles entregamos um resultado muito positivo com uma significativa melhora da capacidade, receita e lucro em relação ao trimestre anterior. Além disso, o Brasil continua avançando significativamente na vacinação, com mais de 90% da população adulta já imunizada com a primeira dose da vacina", disse John Rodgerson, CEO da Azul, no relatório.
Entre outros destaques do trimestre da empresa está o Lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) que registrou recorde desde o início da pandemia, totalizando R$ 485,6 milhões e representando uma margem de 17,9%.
Além disso, nos primeiros nove meses de 2021, a operadora aérea acumula um prejuízo de R$ 3,820 bilhões, o que representa uma diminuição de 64,4% na comparação com igual etapa do ano passado, no auge da pandemia da covid-19. Veja outros detalhes do relatório abaixo.
Resultados financeiros
Sobre a receita líquida, no 3T21, a Azul registrou uma receita operacional de R$ 2,7 bilhões comparado a R$ 1,7 bilhão no 2T21, representando um aumento de 59,6% no trimestre. Comparado a 2019, a receita operacional teve uma recuperação de 89,7%, em linha com a recuperação da capacidade.
A receita de passageiros aumentou 69,3% no trimestre comparado a um aumento de capacidade doméstica em 43,1%, evidenciando a recuperação da demanda à medida que a vacinação avança no Brasil. O RASK recuperou para os níveis de 2019 pela primeira vez desde o início da pandemia, atingindo 31,4 centavos.
Já a receita de cargas e outras aumentaram 11,5% no trimestre, totalizando R$ 317,6 milhões. Em comparação com 3T19, receita de cargas e outras cresceram 122,3% principalmente devido ao aumento de 135% na receita líquida de cargas, relacionada à forte demanda em nossas soluções logísticas e nossa malha exclusiva.
Porém, os custos e despesas operacionais também aumentaram. No 3T21 foram R$2,6 bilhões comparado a R$ 2,1 bilhões no 2T21, representando um aumento de 22,8% no trimestre, principalmente devido ao aumento da capacidade de 41,9% e ao aumento da receita de 59,6%.
Em comparação com o 3T19, as despesas operacionais aumentaram 4,1% ou R$ 102,1 milhões, principalmente devido ao aumento de 28,6% no preço do combustível e depreciação média do real de 31,6%, parcialmente compensado pela menor capacidade e iniciativas de redução de custos implementadas durante o ano.
A companhia listou ainda suas principais despesas operacionais comparadas ao 3T19. Veja:
- Combustível de aviação aumentou 8,4% para R$879,2 milhões, principalmente devido ao aumento de 28,6% nos preços do combustível de aviação, parcialmente compensado pela redução da capacidade em 10,8% e uma redução de 5,5% na queima de combustível por ASK como resultado de nossa frota de nova geração mais eficiente.
- Salários e benefícios reduziram 7,9% para R$445,5 milhões, principalmente devido à redução da capacidade e iniciativas de redução de custos implementadas para aumentar a produtividade e reestrutura a Azul como uma companhia aérea mais eficiente pós-crise.  Depreciação e amortização reduziram 9,2% ou R$35,2 milhões, devido à redução do ativo de direito de uso como resultado das modificações nos contratos de leasing ocorridas no 3T20, parcialmente compensadas pelo aumento do tamanho da nossa frota em relação ao 3T19.
- Tarifas aeroportuárias reduziram 2,4% ou R$4,7 milhões, especialmente devido à menor capacidade.  Serviços de passageiros e de tráfego reduziu 18,8% ou R$24,2 milhões, principalmente devido à redução de 13,0% no número de passageiros transportados no 3T21 em relação ao 3T19.
- Comerciais e marketing reduziram 28,1% ou R$33,9 milhões, principalmente devido à redução no pagamento de comissões de venda e menos campanhas de marketing, parcialmente compensados por um aumento nos embarques de cargas expressas, que possuem taxas de comissão maiores.
- Materiais de manutenção e reparo aumentaram R$61,6 milhões devido à desvalorização do real em 31,6% e maior quantidade de eventos de manutenção no trimestre, parcialmente compensado por manutenções realizadas no nosso hangar.
- Outras despesas operacionais aumentaram R$108,6 milhões principalmente devido à desvalorização do real em relação ao dólar e aumento das despesas relacionadas ao crescimento do nosso negócio de cargas.
Além disso, as despesas financeiras líquidas representaram um prejuízo líquido de R$ 900,9 milhões, principalmente devido aos juros sobre empréstimos e arrendamento no trimestre.
A Azul informou ainda que registrou uma perda não-monetária em moeda estrangeira de R$ 1,5 bilhão no 3T21, principalmente devida à depreciação de 8,7% do real em relação ao dólar no final do período de 30 de junho de 2021 a 30 de setembro de 2021, resultando em um aumento nas dívidas denominadas em moeda estrangeira.
Veja mais detalhes dos resultados financeiros na tabela abaixo:
Resultados operacionais
A companhia destacou que no 3T21, a Receita operacional por assentos-quilômetro oferecidos (RASK) recuperou para os níveis de 2019 pela primeira vez desde o início da pandemia, atingindo 31,4 centavos. Assim, RASK e Receita de passageiros por assentos-quilômetros oferecidos (PRASK) aumentaram 12,5% e 19,4% respectivamente no trimestre, impulsionados pela forte recuperação da demanda doméstica contribuindo para o aumento nas tarifas.
Já o Custo por assentos-quilômetro oferecidos (CASK) no 3T21 atingiu 29,8 centavos, 13,5% inferior ao trimestre anterior. CASK ex-combustível reduziu 19,6% no trimestre, demonstrando a alavancagem operacional disponível para nós à medida em que recuperamos nossa capacidade.
Também pela primeira vez desde o início da pandemia, a Azul apurou lucro operacional, alcançando R$ 136,3 milhões no trimestre e representando uma margem de 5,0%.
A Azul Cargo apurou mais um recorde de receita, com um crescimento de 135% em comparação com o 3T19, impulsionada pela forte demanda por nossas soluções de logística e nossa malha exclusiva. Além disso, o TudoAzul encerrou o trimestre com mais de 13,4 milhões de membros e registrou aumento de 31% no faturamento ex-Azul em comparação ao 3T19.
A entrada de caixa operacional da Azul superou a saída de caixa operacional em R$1,1 bilhão. A posição de liquidez imediata atingiu R$5,3 bilhões, representando 65,8% da receita dos últimos doze meses, essencialmente estável em relação ao 2T21 mesmo após pagamentos de mais de R$1,5 bilhão em aluguéis, empréstimos, diferimentos e despesas de capital. A liquidez total, incluindo aplicações financeiras e recebíveis, reservas de manutenção e depósitos, atingiu R$8,3 bilhões, também estável em relação ao trimestre anterior.
A frota operacional da Azul totalizou 160 aeronaves, incluindo 60 aeronaves de nova geração. Temos a frota mais jovem do país e também lideramos o setor em termos de capacidade gerada por aeronaves de nova geração, mais eficientes em termos de combustível e mais sustentáveis.
Veja mais detalhes na tabela:
- Veja na íntegra o relatório de resultados da Azul para o 3T21.
"Olhando para o futuro, embora o real e o combustível sejam grandes desafios, continuamos entusiasmados com nossas tendências positivas de receita. A vacinação continua avançando, as cidades brasileiras reabriram, as empresas estão voltando aos escritórios e as restrições nas fronteiras internacionais foram suspensas. Essas melhorias, juntamente com as vantagens exclusivas de nossa frota e malha, renovam a confiança em nossos planos para 2022", disse ainda Rodgerson.
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