A B3 S.A. (B3SA3), gestora da bolsa de valores brasileira, teve uma receita total de R$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2021, o que representa uma queda de 0,9% em relação ao mesmo período de 2020. Quando considerada a receita líquida, que totalizou R$ 2,2 bilhões, a queda foi de 1,5%.
Os dados são do relatório de resultados divulgado nessa quinta-feira, 11 de novembro. O documento mostra que, por outro lado, a companhia teve um resultado financeiro positivo e um lucro líquido recorrente de R$1,3 bilhão, uma alta de 13% em relação ao 3T20.
A companhia destacou ainda que o período foi marcado por emissão de bonds, novas parcerias e aquisições, investimentos em tecnologia e desempenho operacional positivo em todas as linhas de negócio.
Veja abaixo a tabela com o resumo dos resultados da B3 no 3T21:
"Em um cenário marcado por maior inflação e, consequentemente, taxas de juros com tendências de alta, nossos mercados continuam a apresentar sólido desempenho. As operações de ofertas públicas no mercado de capitais, por exemplo, continuaram aquecidas e levantaram R$ 48,5 bilhões, com a realização de 17 IPOs e 8 follow-ons", comenta Gilson Finkelsztain, presidente da B3.
Outros destaques do 3T21
Em agosto, foi aprovada a alteração da Lei das S.A.s que autoriza a adoção do voto plural, o que possibilita a criação de novas classes de ações com direito a múltiplos votos em empresas que buscam abrir capital. "Acreditamos que a autorização para o voto plural irá impactar positivamente o número de aberturas de capital de empresas no país", disse Finkelsztain.
Um dos destaques do trimestre na B3 foi a emissão no mercado internacional dos Sustainability Linked Bonds (SLB), títulos de dívida no valor de US$ 700 milhões. Lançados em setembro, os títulos têm prazo de 10 anos, com pagamento semestral de juros de 4,125% ao ano e são os primeiros Sustainability Linked Bonds (SLB) emitidos por uma bolsa de valores no mundo.
Os bonds são vinculados a duas metas sociais: a criação, até 2024, de um índice de mercado para medir a performance de empresas que tenham bons indicadores de diversidade; e atingir, até 2026, o percentual de 35% de mulheres em cargos de liderança na B3, incluindo gerentes, superintendentes e diretores.
Receita segmento Listados
No terceiro trimestre de 2021, o segmento de listados obteve receita de R$ 1,7 bilhão (69,7% do total) e registrou crescimento de 4,1%. Os destaques foram os crescimentos de 9,6% no volume financeiro médio diário negociado no mercado à vista de ações (ADTV) e de 59,8% no volume de contratos futuros de índice de ações. No mercado à vista, a alta refletiu a maior capitalização média de mercado, que foi influenciada pelas ofertas públicas realizadas nos últimos 12 meses e pela recuperação do valor das ações listadas no segmento, ainda depreciado no terceiro trimestre de 2020 devido à pandemia de Covid-19. No segmento de derivativos listados, houve crescimento nos volumes negociados de todos os grupos de contratos.
Receita segmento Balcão
Já o segmento de balcão registrou crescimento de 11,3% e receita de R$ 292,4 milhões (11,6% do total). Nesta área, os produtos de renda fixa apresentaram crescimento no trimestre devido ao aumento das taxas de juros. Os volumes de emissões e o estoque de instrumentos de captação bancária registrados cresceram 3,3% e 7,6%, respectivamente, em função, principalmente, do crescimento de emissões de CDBs, que representaram 71,8% das novas emissões durante o trimestre. Outros destaques foram o contínuo crescimento do Tesouro Direto, cujo número de investidores subiu 21,6% e o estoque em aberto registrou aumento de 3,5%; e os maiores volumes em derivativos de balcão.
Receita segmento Infraestrutura para Financiamento
O segmento de Infraestrutura para Financiamento também registrou crescimento, com alta de 10,8% e receita de R$ 123,6 milhões (4,9% do total). O número de veículos vendidos cresceu 7,9% no país, reflexo da recuperação do mercado após os impactos causados pela pandemia. O número de inclusões no Sistema Nacional de Gravames (SNG) aumentou 2,4%, apesar da menor penetração de crédito devido ao cenário macroeconômico menos favorável para financiamentos.
Diversificação e novos negócios
Em continuidade da estratégia de diversificação e investimentos em tecnologia, a B3 recebeu as aprovações regulatórias do CADE e da CVM para o fechamento do investimento de R$ 600 milhões na Dimensa, segmento de tecnologia para serviços financeiros da TOTVS, da qual a B3 passa a deter 37,5% do capital e a TOTVS, 62,5%.
E, em eventos subsequentes ao trimestre, a companhia anunciou a assinatura de compromisso para a aquisição de 100% do capital social da Neoway, empresa de tecnologia especializada em big data analytics e inteligência artificial para negócios, no valor de R$ 1,8 bilhão. "A aquisição da Neoway é um passo relevante na estratégia da B3 de diversificar suas receitas e expandir sua presença em mercados atrativos na primeira adjacência do seu core business, neste caso dados e analytics", afirma Daniel Sonder, vice-presidente Financeiro, Corporativo e de Relações com Investidores da B3.
A B3 celebrou ainda um acordo de participação para investimento de US$10 milhões na Pismo Holdings, techfin que oferta plataforma de processamento para serviços financeiros em nuvem, com o objetivo de estreitar ainda mais a relação com um fornecedor-chave para desenvolvimentos futuros nos mercados em que atua.
Ambos os investimentos ainda estão sujeitos a aprovações regulatórias.
- O relatório de resultados completo da B3 pode ser conferido aqui.
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