BBM Logística (BBML3) cancela oferta restrita devido à instabilidade no mercado

Aos 45 do segundo tempo, foi cancelada a oferta pública inicial de distribuição primária e secundária de ações ordinárias da BBM Logística, que estava sendo feita sob esforços restritos. A desistência foi divulgada por documento enviado à CVM e ao mercado em geral datado em 12 de julho, dia em que a precificação dos papéis estava marcada.

Segundo divulgou a BBM Logística, o cancelamento foi decido de forma conjunta entre os membros da administração da empresa e os coordenadores da oferta restrita, sendo necessário "em razão da instabilidade das condições de mercado e do aumento da volatilidade dos mercados financeiro e de capitais brasileiro percebidos nos últimos meses". A medida veio após dois adiamentos da precificação das ações, que inicialmente deveria ter ocorrido no dia 7 de julho.

A oferta restrita da BBM Logística tem como coordenadores as instituições financeiras Bank of America, XP Investimentos, Citigroup, Banco Safra e o UBS. Sendo que a estreia das ações da empresa na B3 aconteceria em 14 de julho.

Alterações no cronograma da oferta de BBML3

A BBM Logística decidiu adiar a fixação do preço por ação em sua oferta restrita duas vezes. Inicialmente essa etapa estava prevista para 7 de julho, mas foi remarcada para o dia 8 do mesmo mês. Depois disso, "em função das condições de mercado", segundo explicou a empresa, a precificação dos papéis foi alterada para 12 de julho. Veja abaixo o calendário da oferta restrita, que agora está cancelada:

Diferentemente de um IPO com oferta de varejo, a oferta da BBM Logística seria do tipo restrita, sendo destinada apenas a investidores profissionais. Segundo o documento divulgado, a Bolsa autorizou a listagem da empresa no segmento Novo Mercado, que exige altos padrões de governança corporativa, em agosto de 2020.

- Veja o documento sobre o cancelamento da oferta restrita da BBM Logística na íntegra.

BBM Logística poderia levantar R$ 1 bi

A BBM Logística pretendia fazer uma oferta restrita com distribuição primária de 32 milhões de ações a serem emitidas pela empresa e distribuição secundária de até 11,2 milhões de ações de titularidade dos acionistas vendedores, como o Fundo Stratus SCP Coinvestimentos.

Além disso, até a conclusão do Procedimento de Bookbuilding que antes aconteceria em 12 de julho, também poderiam ser negociados pacotes adicionais e suplementares com até 6,4 mi e 4,8 milhões de ações respectivamente, conforme a demanda.

A expectativa era de que as ações fossem precificadas entre R$25,00 e R$30,00, o que gera um preço médio de R$ 27,50 para a oferta restrita. Considerando essa média apenas sobre a base inicial, a BBM Logística poderia levantar R$ 1,188 bilhão com a oferta.

Como regra, os recursos captados com a distribuição primária das ações são destinados ao caixa da empresa. Pelo documento divulgado, a BBM Logística disse que pretendia usar o dinheiro para os seguintes projetos:

• Investimentos para suportar o crescimento orgânico e para realizar potenciais aquisições;
• Investimentos em tecnologia;
• Reforço no capital de giro.

Quem é a BBM Logística? Conheça a empresa

Fundada em 1996 no interior do Paraná, a empresa BBM Logística conta atualmente com uma frota de mais de mil automóveis e 3 mil veículos terceirizados, operando em duas linhas de negócio: a Gestão de Transportes (ou "Transportation Management - TM") e a linha de Operações Dedicadas, chamada de "DCC".

"Estamos presentes em 11 estados brasileiros, com 46 filiais e unidades operacionais, e mais 7 pontos de presença no Mercosul, em países como Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Por meio de toda essa avançada estrutura e com o suporte imprescindível de nossos mais de 1.400 colaboradores transportamos quase 10 milhões de toneladas por ano", conta a empresa em seu site.

O portfólio da empresa é composto pelo setor de logística rodoviária, sendo o principal segmento do Brasil, com participação de mercado de quase 63%.

No primeiro trimestre de 2021 (1T21), a BBM registrou uma receita líquida de R$ 298,6 milhões, o que é uma alta de 31,7% em relação ao mesmo período de 2020. De outro lado, a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 800 mil no 1T21 contra um prejuízo de R$ 2,7 milhões do primeiro trimestre de 2020, sendo então uma melhora. Veja na tabela abaixo os últimos resultados da empresa: