Recentemente o Banco Central (BC) afirmou que elevou a sua estimativa de inflação para 2021. Com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o BC aumentou de 5,8% para 8,5% a sua projeção.
Em suma, essa estimativa presente no relatório de inflação do 3º trimestre, leva em conta a trajetória projetada pelo mercado financeiro, para a taxa de juros e de câmbio em 2021 e em 2022. Ademais, o BC disse que a chance da inflação superar o teto da meta de 5,25% para 2021, passou de 74% (em junho), para 100%.
BC admite pela 1ª vez que a inflação ficará acima da meta
A partir da nova versão do relatório, o Banco Central admitiu, pela primeira vez, que a meta da inflação não deve ser cumprida em 2021. Quando isso ocorre, o BC deve escrever uma carta pública, na qual explica as razões para o ocorrido.
Em suma, o centro da meta de inflação em 2021, é de 3,75%. Sendo assim, se consideraria como cumprida, se ela ficasse entre 2,25% e 5,25%. Ou seja, a projeção do BC está bem acima do teto do sistema de metas.
Ademais, quem fixa a meta de inflação é o Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançar a mesma, o BC aumenta ou reduz a taxa básica de juros da economia.
O que elevou tanto a inflação?
Dentre outros motivos, o BC explica que o aumento da inflação em 2021, se deu por conta do (a):
- Aumento dos preços de "commodities": Ou seja, dos produtos básicos com cotação internacional, tais como os alimentos, os minérios e o petróleo, o qual impulsiona o preço dos combustíveis;
- Crise energética: por conta da crise hidrelétrica, e o aumento expressivo das bandeiras tarifárias, o evento deu um choque de custos na economia;
- Recuperação da atividade econômica: com a aceleração do processo de vacinação da população, as pessoas passaram a consumir mais, e ter menos incertezas.
Projeção para os próximos anos
Para 2022 e 2023, o Banco Central projeta uma inflação de, respectivamente, 3,7% e de 3,2%. Em março, a instituição projetava que o IPCA ficaria, respectivamente, em 3,5% e em 3,3%.
Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5%, e deve ser cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. Já em 2023, a meta é de 3,25%, com um piso de 1,75% e um teto de 4,75% por conta do intervalo de tolerância que existe.
Taxa de juros
Diante da alta recente da inflação, o BC aumentou, em março de 2021, a taxa básica da economia, para 2,75% ao ano. Em maio, o Copom aumentou o juro para 3,5% ao ano. Já em junho, a taxa passou para 4,25% ao ano. Em agosto, a taxa subiu para 5,25% ao ano, e agora, está em 6,25%.
Entretanto, o BC já sinalizou que deve aumentar novamente, em um ponto percentual, a taxa básica de juros no fim de outubro. E assim, a taxa Selic pode chegar a 7,25%. Consequentemente, os juros devem subir novamente.
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