A C&A finalizou as negociações com o Bradesco, para ofertar serviços e produtos financeiros, que até então, eram explorados de forma exclusiva, pelo banco nas lojas da rede. Dessa forma, a C&A assume novamente, o direito de fornecer produtos financeiros.
Em suma, a C&A vai pagar R$ 415 milhões por isso, e lançar já em dezembro, o C&A Pay, uma solução que promete uma experiência digital, rápida e de fácil contratação pelo cliente. Entretanto, ainda deve levar 2 anos, para que os produtos do Bradesco deixem de ser vendidos nas lojas da C&A, conforme transição afirmada entre as partes.
Ademais, o acordo também menciona a manutenção da base atual dos cartões C&A da parceria, para que não haja uma interrupção dos serviços aos clientes. A mudança foi vista como positiva pelos analistas do BBI e da XP. Inclusive, as ações da C&A subiram na bolsa.
Negociação com o Bradesco e criação da C&A Pay
Apesar do "rompimento" com o Bradesco, a instituição segue sendo um parceiro financeiro importante para a rede varejista. Em suma, o banco deve ofertar outros serviços, como adquirência, folha de pagamento e serviços bancários.
Já o C&A Pay vai ter como uma grande vantagem, a integração com o programa de relacionamento C&A&VC, que já tem mais de 18 milhões de clientes registrados. Segundo a divulgação da varejista, "o time à frente do negócio já foi contratado e está trabalhando de forma intensa e engajada para garantir o lançamento do C&A Pay em dezembro de 2021, como planejado".
O aumento da oferta de crédito é um dos pilares do plano de crescimento apresentado no IPO da companhia. Por conta do lançamento da C&A Pay, a C&A Brasil (CEAB3) terminou na última terça-feira (09), as negociações com o Bradesco, para a recompra do direito de ofertar serviços e produtos financeiros para os clientes da varejista de moda.
De acordo com a C&A, a companhia deve pagar R$ 415 milhões para fazer essa operação. Ela deve ser finalizada em janeiro de 2023, corrigidos a partir de 31 de janeiro de 2022 a 112,5% do CDI. Ademais, por um período de transação de 2 anos, haverá a coexistência da C&A Pay e o cartão C&A gerenciado pelo Bradesco.
Além disso, a base atual de clientes dos cartões C&A deve ser mantido para não prejudicar o relacionamento com os clientes. Segundo a C&A, o objetivo da C&A Pay é ter uma oferta focada no formato digital e integrada de relacionamento.
Análise positiva dos analistas
A notícia da mudança da C&A foi vista como positiva pelas casas de investimentos. Em suma, os analistas da XP Investimentos, Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, veem a oferta de crédito como um grande diferencial competitivo para a C&A. Em especial, com um público-alvo de classes mais baixas.
Os analistas afirmam que a transação vai poder desbloquear muito valor à medida que vai aumentando. Apesar disso, os analistas afirmam que os benefícios devem demorar a refletir nos resultados da companhia. Além disso, a migração dos consumidores deve ser gradual.
Já no relatório do BBI, os analistas Richard Cathcart, João Andrade e Renan Sartorio também observam o movimento da C&A como positivo. A justificativa é que essa solução resolve um problema antigo visto como um empecilho para o crescimento da empresa.
"Acreditamos que a prioridade é acelerar o crescimento no negócio de varejo, em vez de gerar lucro considerável com a operação de serviços financeiros. Um ativo que a C&A usará para acelerar o crescimento é o programa de fidelidade C&A e VC, que atualmente conta com 18 milhões de clientes cadastrados, dos quais aproximadamente metade terá limites de crédito pré-aprovados".
Por fim, vale destacar que o mercado também viu essa movimentação da C&A como positivo. Inclusive, as suas ações cresceram 6,46% na última quarta-feira (10).
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