Em meio à pandemia da covid-19, a agenda ESG, sigla inglesa para "Environmental, Social and Governance" - Ambiental, Social e Governança na tradução, ganha impulso e marca presença nos eventos corporativos das empresas. Enquanto os empreendimentos que investem em ações ligadas à pauta têm destaque no mercado, conquistando a confiança e admiração dos clientes, uma nova era de investimentos surge.
Nas últimas semanas, alguns eventos colocam a pauta ESG em destaque maior ainda, tirando-a do campo acadêmico e levando-a ao calendário de discussões empresariais e políticas.
Além da nova onda da covid-19, e suas variantes, as comissões para proteção do meio ambiente de 2021 esquentaram as discussões sobre temas como desmatamento e aquecimento global. Com isso, as empresas divulgam programas que alinham governança com causas sociais e ambientais.
"O investimento responsável está se tornando cada vez mais importante para a comunidade de investidores em geral e para os investidores latino americanos em particular", explicam os especialistas do banco de investimentos BTG Pactual, que lançaram em setembro uma carteira totalmente focada em ações ESG - saiba mais abaixo:
B3 estreia na carteira ESG em dezembro
Os especialistas do BTG Pactual decidiram retirar as ações da empresa Porto Seguro (PSSA3) para estrear a Bolsa de Valores de São Paulo (B3), negociada sob o código B3SA3.
Segundo os estudos dos analistas, as ações da B3 registram uma queda acumulada de 43% em 2021, mas negociam a um valuation atraente.
Na agenda ESG, os especialistas explicam que a Bolsa tem uma estratégia objetiva baseada em três pilares: as melhores práticas de sustentabilidade, promoção de práticas ESG no mercado brasileiro e desenvolvimento de novas frentes de mercado ESG (atualmente são 8 índices). Na frente social, a B3 lançou programas destinados a mulheres, pessoas com deficiência e negros.
"Quando iniciamos nosso portfólio ESG em setembro, identificamos oito macro temas que acreditamos definiriam tendências e se traduziriam em oportunidades para algumas empresas e setores. Esses temas são a economia de baixo carbono, a transição para energia limpa, diversidade, digitalização, NPS, inovação, boas práticas de governança corporativa e gestão de resíduos/economia circular. Nosso portfólio está amparado por esses temas e acreditamos que as empresas que escolhemos serão as vencedoras à medida que se tornarem mais relevantes - apesar da volatilidade de curto prazo", explicam os especialistas sobre a carteira mensal.
As 10 ações ESG recomendadas pelo BTG Pactual
A empresa de agronegócio, focada em energia renovável Raízen (RAIZ4) também faz parte da carteira do BTG Pactual. A empresa, controlada pelas gigantes Cosan e Shell, estreou na B3 em julho deste ano após uma oferta pública inicial (IPO) agitada.
Outra empresa diretamente ligada à matéria ambiental é a Orizon (ORVR3), que estreou na B3 em fevereiro de 2021 após IPO. A companhia faz tratamento de resíduos sólidos, gera créditos de carbono por meio de sistemas de geração de energia limpa em ecoparques, dentre outras atividades.
Outra novata na B3, a Companhia Brasileira de Alumínio, ou CBA (CBAV3) também faz parte da carteira em dezembro. Devido a suas operações de extração mineral e processo industrial, a empresa entrou pesado em ações ESG em 2020 com projeto cujos objetivos seguem até 2030.
A estratégia da CBA é "garantir, até 2030, a oferta de alumínio de baixo carbono e de soluções sustentáveis aos problemas do mundo, desenvolvendo os territórios com presença CBA e influenciando positivamente toda a cadeia de valor do alumínio", explica a empresa em seu site.
Por sua vez, a produtora de Papel & Celulose Suzano (SUZB3) também possui estratégias e planos para atuar com pauta ESG.
Junto com a B3 no setor financeiro, o banco digital Inter (BIDI11) segue visto com otimismo pelos especialistas do BTG Pactual em dezembro, assim como a produtora de motor elétrico Weg (WEGE3), a varejista Magalu (MGLU3) e a empresa de tecnologia Totvs (TOTS3) com seus fortes programas sociais, bem como a Arezzo (ARZZ3) que tem sustentabilidade na produção.
Carteira com 13 ações ESG em dezembro - BTG Pactual |
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Empresa | Setor | Ação na B3 |
WEG | Bens de Capital | WEGE3 |
Suzano | Papel & Celulose | SUZB3 |
B3 | Financeiro | B3SA3 |
Raízen | Agronegócio | RAIZ4 |
Magazine Luiza | Varejo | MGLU3 |
Inter | Financeiro | BIDI11 (unit) |
Totvs | Tecnologia | TOTS3 |
Arezzo | Varejo | ARZZ3 |
CBA | Metais & Mineração | CBAV3 |
Orizon | Serviços Básicos | ORVR3 |
Fonte: Divulgação/BTG Pactual. |
Desempenho da carteira ESG
Apesar de uma alta de quase 16% nas ações da Suzano (SUZB3), a carteira ESG do BTG Pactual caiu 11,13% em novembro. Por sua vez, o Ibovespa andou positivo no mês com alta de 1,60%.
A maior queda do portfólio, que é o mesmo de dezembro, foi as ações MGLU3 da Magazine Luiza (-36,4%).
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