Em meio ao avanço gradual do mercado financeiro no Brasil, e agora diante dos trâmites da oferta pública inicial (IPO) do banco digital Nubank, muito tem se falado sobre os Brazilian Depositary Receipts, BDR's, que são um tipo de ativo ideal para quem deseja investir em ações de empresas listadas nas bolsas de valores no exterior, das quais muitas são gigantes do mercado.
Os BDR's são certificados que representam ações estrangeiras na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Assim, os brasileiros têm a opção de comprar de forma mais simples os papéis do exterior, sem precisar converter moeda, visto que os ativos já são negociadas na bolsa brasileira com cotação em real.
Além de uma alternativa de diversificação de carteira, o BDR permite exposição ao câmbio (pois o preço do BDR depende da cotação da ação estrangeira que ele representa), bem como possibilita ao titular uma posição de acionista de multinacionais.
E então, o que você acha sobre os BDR's? Veja abaixo quais as 10 recomendações dos analistas do banco de investimentos BTG Pactual para dezembro.
"A carteira oferece as melhores oportunidades de investimento no exterior através da indicação de dez BDRs a cada mês. O processo de seleção dos BDRs é realizado pelo time de analistas e estrategistas do Research do Banco BTG Pactual, com base em uma análise conjunta dos fundamentos das companhias e do cenário econômico global. O objetivo da carteira é superar o BDRX, nosso principal benchmark, o índice de referência da B3 para os BDR’s", explica o BTG Pactual em relatório.
Coca-Cola estreia na carteira em novembro
A novidade na carteira de BDR de novembro do BTG Pactual foi a Coca-Cola (B3: COCA34), cuja ação está na bolsa de valores norte-americana Nyse (KO). A empresa, líder global em produção e venda de bebidas não alcoólicas, destaca-se no mercado devido ao apelo da marca junto aos consumidores e à essencialidade dos produtos, fatores que, segundo os analistas do BTG Pactual, facilitam a capacidade de repassar aumentos de custos da multinacional.
Na última temporada de resultados, a Coca-Cola apresentou no 3º trimestre deste ano (3T21) um alto volume vendido de bebidas, ficando acima dos níveis pré-pandemia, de 2019. Junto a isso, houve aumento nos preços. Segundo o relatório, a empresa teve um lucro líquido de US$ 2,47 bilhões no 3T21, sendo uma alta de 42% em relação ao mesmo período de 2020.
"Warren Buffett, que dispensa apresentações, tem nas ações da companhia a quarta maior posição na holding de investimentos Berkshire Hathaway (código do BDR é BERK34), num total de US$22 bilhões, 9,0% do capital da CocaCola", explica o BTG Pactual.
Dezembro: Disney e Uber saem da carteira; Nvidia e Booking entram
Para diminuir a presença de empresas mais reféns da pandemia de covid-19, os especialistas do BTG Pactual decidiram retirar os BDR's da gigante do entretenimento Disney (DISB34) e da multinacional de transporte Uber (U1BE34).
"A remoção dos BDRs da Disney e da Uber reduziu o "risco pandemia" da carteira, principalmente no caso da Disney, bastante dependente do fim da pandemia do covid-19 para gerar lucros nos cruzeiros marítimos, parques de diversões, eventos esportivos e lançamento de filmes. Compensamos parcialmente essa redução de 20 pontos percentuais (ambos os BDRs representavam 10% da carteira) colocando 5% de peso no BDR da Booking Holdings", explicam os especialistas do BTG Pactual.
Assim, em dezembro as novidades da carteira de BDR são: a multinacional de tecnologia Nvidia, listada na B3 com o BDR NVDC34 e líder mundial em produção de chips e placas de vídeo para as indústrias de videogames, smartfones e automóveis, que anunciou recentemente projetos em várias áreas que são confirmadas para o futuro, como inteligência artificial e metaverso.
A outra estreante na carteira de BDR é a Booking Holdings (BKNG34), um grupo formado por plataformas que reúnem serviços de viagens a consumidores, sendo que a maior é Booking.com. "A retomada das operações, e o crescimento dos lucros, já estão acontecendo, e a Booking deverá ganhar mercado dos meios tradicionais de reservas de viagens e crescer com inovações tecnológicas que enriqueçam a experiência do consumidor", explicam os especialistas.
Carteira: 10 BDR's recomendados pelo BTG Pactual em dezembro
Em novembro, os analistas do BTG Pactual retiraram a norte-americana Micron Technology para a entrada da Coca-Cola e decidiram reduzir a participação da Apple de 15% para 10%.
Agora em dezembro outra mudança é um aumento nas participações do JP Morgan e da Meta Plataforms (antigo Facebook) para 15% cada.
Ao todo, a carteira conta com 10 BDR's com recomendação de compra entre diversos setores. Veja abaixo o portfólio com cada preço-alvo e o respectivo peso do papel na carteira.
Empresa | Código do BDR na B3 | Setor | Preço-alvo R$* | Peso |
Apple | AAPL34 | Tecnologia | 94 | 10% |
Booking Holdings | BKNG34 | Turismo | 87 | 5 |
Nvidia | NVDC34 | Hardware | 40 | 5 |
Chevron | CHVX34 | Óleo e Gás | 73 | 10 |
Coca-Cola | COCA34 | Bebidas | 60 | 10 |
Meta Plataforms (Ex-Facebook) | FBOK34 | Mídia | 81 | 15 |
JP Morgan | JPMC34 | Bancos | 100 | 15 |
McDonald’s | MCDC34 | Restaurantes | 77 | 10 |
Netflix | NFLX34 | Entretenimento | 77 | 10 |
Starbucks | SBUB34 | Restaurantes | 688 | 10 |
*Consenso de mercado, Bloomberg. Fontes: BTG Pactual e Bloomberg. |
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