A Claranet Technology, uma empresa de computação em nuvem, cibersegurança e dados, pediu à Comissão de Valores Mobiliários do Brasil autorização para realizar uma Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O documento, protocolado em 26 de agosto, mostra que a empresa está também em busca de recursos para expansão via aquisições, sendo que 84% dos recursos levantados devem ser destinados para esse fim.
Quando e se o IPO for concluído, a Claranet terá ações sendo negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. Segundo o documento divulgado, a empresa solicitou à B3 uma listagem no segmento Novo Mercado, um nível que exige altos padrões de governança corporativa.
Para coordenar toda essa operação foram contratadas as instituições financeiras Itáu BBA que é o coordenador-líder, BTG Pactual como agente estabilizador, XP Investimentos e Morgan Stanley.
Claranet Tech anuncia IPO com ofertas primária e secundária
A Claranet anunciou ao mercado, por meio de uma minuta do prospecto preliminar enviada à CVM, que está preparando um IPO com distribuições primária e secundária de ações do tipo ordinária (ON).
Segundo o documento, venderão uma fatia da empresa na Oferta Secundária a Claranet Group, o Fundo RW Brasil, o Fundo Oria Tech e duas pessoas físicas.
Como regra, em todo IPO as ações vendidas na distribuição primária estão em posse da própria empresa, que passa a receber os recursos levantados. De outro lado, na distribuição secundária são alguns acionistas que colocam à venda parte de suas ações, e assim recebem o dinheiro arrecadado com essa operação.
Conforme já dito acima, a Claranet pretende usar a maior parte dos recursos que captar no IPO, sendo 84%, para investir na expansão da companhia por meio de aquisições. Além disso, a empresa disse pelo documento enviado à CVM que planeja realizar outros projetos. Veja abaixo quais são todos eles:
- Aquisição de empresas com 84% dos recursos líquidos levantados;
- Pagamento de obrigações e despesas gerais corporativas e de vendas (13%);
- Investimento em crescimento orgânico da companhia (3%), que visa a aumentar a carteira de soluções tecnológicas oferecidas ao público-alvo da empresa.
As demais informações, como o potencial financeiro do IPO, cronograma e etc., devem ser divulgadas em breve pelo chamado prospecto preliminar, conforme a operação tramita na CVM e as condições do mercado.
Um pouco sobre a Claranet
Fundada em 1992 como provedora de tecnologia da informação para digitalizar empresas, a Claranet evoluiu e hoje é uma empresa de computação em nuvem, cibersegurança e dados.
Por meio de uma plataforma que integra os serviços ofertados pela empresa, a Claranet mantém uma carteira de soluções Business to Business (B2B), isto é, de soluções para outras empresas. Segundo o documento divulgado, os contratos com clientes são de longo prazo na maioria, com duração média de quatro anos.
Considerando todos os contratos, a Claranet tem uma receita recorrente mensal de quase R$ 19,8 milhões, sendo que a base é de aproximadamente 1.600 clientes - empresas, de diversos setores da economia.
"O escopo principal do nosso negócio está focado no oferecimento de soluções em nuvem pública, nuvem privada, cibersegurança, dados, devops que escalamos ao mercado por meio de plataformas digitais, além de serviços de consultoria e avaliação em tecnologia. Atuamos em toda a jornada de transformação digital dos nossos clientes, desde o desenvolvimento da estratégia de migração para nuvem, pública ou privada, passando pela gestão e oferta de serviços digitais, até o desenvolvimento de plataformas digitais mais complexas, tudo protegido por uma camada de segurança digital.", explica a Claranet.
A Claranet Technology é hoje controlada pelo Grupo Claranet, cujo nome é resultado da incorporação feita em 2021 da antiga CredibiliT Tecnologia (que passou a chamar Claranet Brasil em 2016) com a Corpflex adquirida recentemente. Também em 2021, a Claranet Technology comprou a Mandic S.A.
Entre 2019 e 2020, a receita líquida da Claranet Tech aumentou de R$ 59,2 milhões para R$ 70,7 milhões. No mesmo intervalor, o lucro líquido da empresa saltou de R$ 5,1 para R$ 9,1 milhões.
No primeiro semestre de 2021, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 82,01 milhões, com um lucro líquido de R$ 3,69 milhões, segundo o documento enviado à CVM.
Dias antes da Claranet Technology protocolar pedido de IPO junto à CVM, outra empresa do setor o fez, sendo a ISH Tech, especializada em cibersegurança.
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