Mais uma empresa bate à porta da Comissão de Valores Mobiliários neste ano para solicitar autorização de realização de IPO (sigla inglesa para Oferta Pública Inicial). Desta vez foi a Conasa Infraestrutura quem solicitou o pedido de registro da operação, manifestando seu interesse em abrir capital no país e ser listada na bolsa de valores brasileira (B3).
Segundo os registros da CVM, o pedido de IPO da Conasa foi protocolado em 31 de maio deste ano, sendo que só é possível consultar o prospescto preliminar, por enquanto, documento este que traz informações básicas sobre a oferta.
Conforme o documento, o IPO da Conasa consiste em distribuição primária de ações de emissão da empresa, o que significa que todo dinheiro levantado com a operação será destinado ao caixa da companhia. Pelo prospecto divugado, a Conasa disse que pretende usar os recursos arrecadados para as seguintes ações:
- Novas concessões de infraestrutura;
- Participações em sociedades de propósito específico detentoras de concessões de infraestrutura;
- Aporte de capital social ou outros investimentos correlatos em sociedades controladas pela Companhia e/ou suas coligadas;
- Redução de dívidas atuais da Conasa e/ou de suas controladas.
O IPO possui como coordenadores as instituições Santander (que é o coordenador-líder), Itaú BBA, BTG Pactual, Banco ABC Brasil e o Banco Safra.
Quem é a Conasa Infraestrutura?
Primeiramente, em 2004, veio ao mundo a Companhia Águas de Itapema que obteve a gestão do abastecimento de água e o tratamento de esgoto de Itapema, município de Santa Catarina. Já em 2007 houve a criação da holding Conasa, que passou a centralizar as atividades da Companhia Águas de Itapema e seguiu expandindo os negócios com diversas outras aquisições nos anos seguintes.
Sediada em Londrina, cidade do Paraná, hoje a Conasa desenvolve ativos de infraestrutura com foco em concessões públicas e parcerias público-privadas (contratos fechados com o governo) para o desenvolvimento de atividades de saneamento, energia, rodovias, serviços e investimentos; que são executadas por diversas subsidiárias.
"Atualmente, nossas operações incluem o atendimento a 825 mil pessoas em saneamento, a gestão de 283 mil pontos de iluminação e 520 km de rodovias. Nossas operações estão localizadas nas 5 regiões do Brasil, presentes nos estados do Paraná, Mato Grosso, Piauí, Alagoas, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Pará. Acreditamos que o setor de infraestrutura no Brasil apresenta déficits de investimento e enfrenta problemas que não podem ser solucionados, na escala e velocidades necessárias, sem a participação efetiva da iniciativa privada", disse a Conasa pelo prospecto do IPO.
Entre 2019 e 2020, a receita líquida da Conasa cresceu de R$ 195,5 milhões para R$ 282,6 milhões, enquanto o lucro recorrente da empresa saltou de R$ 10,5 milhões a mais de R$ 64 milhões em 2020.
Segundo os registros, a dívida líquida da companhia de infraestrutura também cresceu nos últimos dois anos, atingindo R$ 219,7 milhões em 2020, trazendo uma alavancagem (dívida líquida/ebitda) de 2,53 vezes. Conforme o documento do IPO, parte dos recursos levantados com a operação poderão ser usados para o pagamento parcial das dívidas. Até o primeiro trimestre de 2021, o endividamento da empresa havia aumentado para R$ 244,82 milhões.
Vale destacar também os resultados da Conasa no primeiro trimestre de 2021, quando o lucro recorente totalizou R$ 35,195 milhões frente aos R$ 13,798 milhões registrados no mesmo período de 2020, como pode ser visto na tabela abaixo:
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