A AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram nesta terça-feira, 8, dizendo que estão suspensos temporariamente os testes da vacina contra a covid-19 que estava sendo preparada pelas instituições, isso porque um dos voluntários apresentou grave reação adversa no Reino Unido.
Além de balançar o meio científico, isso também trouxe impactos ao mercado financeiro, pois as ações da farmacêutica chegaram a cair 8% na bolsa de valores de Nova York.
A vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford está na chamada fase 3, que é a última etapa antes do produto final, e os pesquisadores estão realizando testes em diversos voluntários espalhados entre Reino Unido, Brasil (com quase cinco mil pessoas), Estados Unidos, Índia e África do Sul.
Aqui no Brasil, a pesquisa está nas mãos da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, que também paralisou os testes após o ocorrido com o voluntário no Reino Unido. Caso tudo dê certo e a vacina saia do papel, a AstraZeneca garante disponibilizar ao Brasil a quantidade de cem milhões de doses do insumo da vacina contra o novo coronavírus.
Entretanto, ainda não há um contrato entre a farmacêutica e o governo brasileiro que formalize a negociação, há somente então uma espécie de acordo informal entre as partes, por enquanto. Mas, pelo que parece, o minstério da saúde tem planos para fechar o contrato nesta quinta feira, 10, conforme foi apurado pelo jornal Estadão.
Suspensão não é um retrocesso
O ministro britânico da saúde Matt Hancock disse nesta quarta-feira, 9, que as paralisações em pesquisas clínicas é algo normal e que a suspensão temporária anunciada pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford não é um retrocesso para os procedimentos já realizados, visto que as vacinas deverão entrar em circulação, conforme o previsto.
Matt também anunciou que os próximos passos daqui em diante dependerão daquilo que os pesquisadores envolvidos "encontrarem quando fizerem a investigação do caso".
Governo pretende começar a vacinação em janeiro, diz Pazuello
De outro lado, o ministro interino da saúde no Brasil, Eduardo Pazuello, disse em uma reunião ministerial, feita no dia 8, que a partir de janeiro de 2021 o governo já deve iniciar a vacinação da população para o combate da covid-19. A expectativa é de que milhões de doses da vacina sejam produzidas no país por meio da parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), AstraZeneca e a Universidade de Oxford.
"A gente está fazendo os contratos com quem fabrica a vacina e a previsão é de que essa vacina chegue para nós a partir de janeiro", também anunciou o ministro. Mesmo sem saber como o cronograma da vacinação será afetado com a suspensão, o governo espera que os testes sejam retomados em breve.
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