A taxa de desocupação foi de 8,1% no trimestre encerrado em novembro de 2022, sendo uma queda de 0,9 ponto percentual (p.p.) frente aos três meses anteriores (8,9%), e a menor desde o trimestre até abril de 2015. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta semana pelo IBGE.
O número de desempregados caiu para 8,7 milhões, o menor contingente desde o trimestre terminado em junho de 2015. São 953 mil pessoas a menos em busca de emprego no país (-9,8%).
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação vem caindo de forma significativa há seis trimestres móveis consecutivos.
De acordo com a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, a retração no trimestre encerrado em novembro é explicada pelo aumento de 0,7% na ocupação no período, que novamente atingiu o maior nível da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. Esse percentual equivale a um acréscimo de 680 mil pessoas no mercado de trabalho.
"Embora o aumento da população ocupada venha ocorrendo em um ritmo menor do que o verificado nos trimestres anteriores, ele é significativo e contribui para a queda na desocupação", explica a pesquisadora.
Recuperação no mercado de trabalho
Beringuy acrescenta que as quedas sucessivas na taxa de desocupação também foram um reflexo do aumento no número de ocupados, em um movimento de recuperação do mercado de trabalho observado desde 2021.
"A partir desse momento, houve essa expansão da população ocupada, primeiramente dos trabalhadores informais e, depois, do emprego com carteira assinada nos mais diversos grupamentos de atividades, como comércio e indústria. Mais recentemente, também houve aumento nos serviços, que exercem um papel importante na recuperação da população ocupada no país", destaca.
Rendimento médio cresceu 3,0%
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.787, um aumento de 3,0% em relação ao trimestre encerrado em agosto. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 7,1%.
A massa de rendimento também cresceu nas duas comparações e chegou a R$ 273 bilhões, novamente atingindo um recorde na série histórica da pesquisa. Frente ao trimestre anterior, o aumento foi de 3,8%, ou mais R$10,1 bilhões.
"A massa de rendimento vem crescendo ao longo do ano. No trimestre encerrado em novembro, o crescimento foi influenciado simultaneamente pela expansão no número de trabalhadores e pelo aumento do rendimento médio real", destaca Beringuy. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, houve aumento de 13,0%, um acréscimo de R$ 31,4 bilhões.
Como se deu a queda do desemprego no Brasil, segundo o IBGE
A pesquisa do IBGE mostra que o principal impacto para o aumento da ocupação no trimestre encerrado em novembro veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que ampliou o seu contingente em 2,3% (ou 817 mil pessoas a mais).
"Desde o segundo semestre de 2021, observamos o crescimento dessa categoria [regime CLT]. É um registro importante, uma vez que não apenas indica o aumento do número de trabalhadores, mas também sinaliza a redução na informalidade da população ocupada", diz a coordenadora. No ano, o contingente de trabalhadores com carteira no setor privado se expandiu 7,5%, um crescimento de 2,6 milhões de pessoas.
Por outro lado, o número de empregados sem carteira no setor privado ficou estável frente ao trimestre anterior. Esse contingente representava, no trimestre até novembro, 13,3 milhões de pessoas. Quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior, houve aumento de 9,3% (ou 1,1 milhão de pessoas).
Outra categoria representativa dentro do mercado de trabalho informal é a dos empregadores sem CNPJ, que ficaram estáveis frente ao trimestre anterior e ao mesmo período de 2021.
Já o número de trabalhadores por conta própria sem CNPJ caiu 2,9% frente ao trimestre anterior (menos 563 mil pessoas) e 4,1% em relação ao trimestre terminado em novembro de 2021 (menos 796 mil).
Brasil registrou queda na taxa de informalidade
Esses resultados impactaram a queda de 0,8 p.p. da taxa de informalidade, que chegou a 38,9%, a menor desde o trimestre encerrado em novembro de 2020 (38,7%).
A proporção corresponde a um contingente de 38,8 milhões de trabalhadores informais. "Nesse período, houve uma expansão do emprego com carteira de trabalho e também uma retração do trabalhador por conta própria, que responde por parte significativa do trabalho informal. A queda nesse número acabou influenciando a taxa de informalidade", analisa Beringuy.
Quando considerados os empregadores como um todo, somados formais e informais, a categoria ficou estável frente aos três meses anteriores, mas cresceu 12,0% em relação ao mesmo período de 2021. Esse número foi impactado sobretudo pelo crescimento de 12,5% no número de empregadores com CNPJ, o que equivale a 389 mil pessoas.
Com o aumento do número de trabalhadores, o nível da ocupação, percentual de ocupados na população em idade de trabalhar, foi estimado em 57,4%, uma variação de 0,3 p.p. frente ao trimestre anterior (57,1%).
Emprego e desemprego no Brasil: principais indicadores
- Desempregados: 8,7 milhões;
- População ocupada: 99,7 milhões;
- Empregados com carteira de trabalho: 36,8 milhões;
- Empregados sem carteira assinada: 13,3 milhões;
- Trabalhadores por conta própria: 25,5 milhões;
- Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões;
- Número de empregados no setor público: 12,3 milhões;
- Número de empregadores: 4,3 milhões;
- Nível da ocupação estimado: 57,4%;
- Taxa de informalidade: 38,9% da população ocupada (ou 38,8 milhões de trabalhadores informais);
- Rendimento real habitual: R$ 2.787.
Com informações, Agência IBGE.
Quantos estão desempregados?
Segundo o IBGE, os desempregados no Brasil totalizam 8,7 milhões.
Quantos informais existem no Brasil?
Brasil tem 38,8 milhões de trabalhadores informais, segundo a mais recente pesquisa do IBGE.
O governo emprega quantas pessoas?
O número de empregados no setor público: 12,3 milhões, segundo o IBGE.
Quantas pessoas têm carteira assinada no Brasil?
No Brasil, são 36,8 milhões os empregados com carteira de trabalho, segundo o IBGE.
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