O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã dessa terça-feira, 31 de maio, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), mostrando que a taxa de desocupação do país caiu no trimestre encerrado em abril.
Ela ficou em 10,5%, ou seja, essa é a parcela da população que se declara desempregada atualmente. O dado pode ser considerado positivo, já que no período pandêmico, essa mesma taxa chegou a beirar os 15%. Em relação ao trimestre anterior, a taxa caiu 0,7 ponto percentual (p.p.), e, no ano, a queda foi de 4,3 p.p.
Além disso, diferentemente de outros resultados apresentados ao longo de 2021, nesse início de 2022 houve um crescimento considerável do contingente com carteira assinada. Antes, muitas vezes, havia uma queda no número de desempregados mas porque muitos deles estavam na informalidade. Dessa vez, porém, foi diferente.
Abaixo, veja mais detalhes.
Número pessoas ocupadas e desocupadas
A pesquisa registrou um total de 96,5 milhões de pessoas ocupadas no Brasil atualmente. O dado é o maior da série histórica, iniciada em 2012, e mostrou alta de 1,1% na comparação com o trimestre de novembro a janeiro e de 10,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
Foram, 1,1 milhão de pessoas a mais ocupadas na comparação entre trimestres e mais de 9 milhões em relação ao mesmo período de 2021.
Já a população desocupada, estimada em 11,3 milhões de pessoas, recuou 5,8% frente ao trimestre anterior, o que representa 699 mil pessoas a menos. No ano, a queda foi de 25,3%, menos 3,8 milhões de pessoas desocupadas.
"Nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres", destaca Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.
Quais setores empregaram mais?
A pesquisa mostra ainda que os aumentos da ocupação se deram nos grupamentos de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, entre outros serviços. Os demais grupamentos ficaram estáveis.
"O grupo Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi impulsionado pelo crescimento em educação, que inclui tanto a rede pública como a privada. Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabelereiros, manicure e esteticista.", detalha a pesquisadora.
Carteira assinada
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado foi de 35,2 milhões de pessoas, subindo 2% (690 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 11,6% (acréscimo de 3,7 milhões de pessoas) na comparação anual.
"Nesse trimestre, mantem-se a trajetória de recuperação do emprego com carteira, com diversas atividades registrando expansão, principalmente no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e em Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas", explica Beringuy.
Todas as demais posições na ocupação, como trabalhadores sem carteira no setor privado, conta-própria e empregador, dentre outras, mantiveram estabilidade. Assim, a taxa de informalidade caiu de 40,4%, no trimestre anterior, para 40,1% da população ocupada, totalizando 38,7 milhões de trabalhadores informais.
O rendimento caiu 7,9%
O rendimento real habitual foi apurado em R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril, apresentando estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Beringuy explica que a expansão da formalidade não seu traduziu em crescimento do rendimento: "Embora tenha havido crescimento da formalidade, não foi observada expansão do rendimento médio real do emprego com carteira assinada no setor privado. Além disso, houve queda no rendimento do setor público", afirma.
Já a massa de rendimento real habitual (R$ 242,9 bilhões) cresceu frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
"No panorama do trimestre, a massa de rendimento aumentou em função da expansão da ocupação. No ano, embora tenha havido um crescimento expressivo da população ocupada, houve retração do rendimento, fazendo com que a massa fique estável apesar do número muito maior de pessoas ocupadas", contextualiza a pesquisadora.
A PNAD
A PNAD Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.
Em função da pandemia de Covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial. É possível confirmar a identidade do entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800 721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem ser solicitados pelo informante.
Com informações, Agência IBGE de Notícias
Qual é a taxa de desemprego no Brasil hoje?
Segundo dados divulgados pelo IBGE no fim de maio, o Brasil tem uma taxa de desocupação de 10,5%. São 11,3 milhões de pessoas que se declaram desocupadas.
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