A empresa de guloseimas Dori Alimentos protocolou um pedido de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) junto à Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, em 10 de agosto deste ano.
A Dori Alimentos é dona e está por trás de marcas de doces e chocolates bem conhecidas no país, como as balas Yogurte 100, bem como a própria marca Dori, que inclui produtos de chocolate e amendoim no chamado mercado de snacks.
Segundo a minuta do prospecto, caso o IPO saia do papel e seja concretizado, a Dori Alimentos será listada e terá ações sendo negociadas na bolsa de valores brasileira (a B3), no segmento Novo Mercado, que exige altos padrões de governança corporativa.
Dori Alimentos quer fazer IPO com venda primária e secundária
Segundo o documento protocolado na CVM, a Dori Alimentos está preparando uma Oferta Pública Inicial (IPO) com distribuição, isto é, venda de papéis, primária e secundária de ações do tipo ordinária.
Como regra, em um IPO a distribuição primária serve para vender ações sob titularidade da companhia, fazendo com que ela mesma receba os recusos captados. De outro lado, a distribuição secundária consiste em venda de papéis em titularidade de determinados acionistas da empresa, que passam a receber o dinheiro.
Conforme dito acima, o IPO da Dori Alimentos contará com os dois tipos de distribuição. Desta forma, parte do dinheiro irá para os cofres da empresa e outra parte será destinada aos acionistas vendedores de ações, que são o fundo de investimento CanyCo e um conjunto de pessoas físicas.
Ainda em fase inicial, ainda não foram divulgadas informações detalhadas sobre o IPO em vias formais, como a quantidade de ações a serem negociadas e o potencial da oferta. Entretanto, segundo informações exclusivas fornecidas por fontes do Brazil Journal, a Dori Alimentos pode movimentar R$ 1 bilhão no IPO.
Foram contratados como coordenadores do IPO da Dori Alimentos as instituições Itaú BBA (que é o coordenador-líder), J.P. Morgan como agente estabilizador, XP Investimentos e o Banco Safra.
Dori Alimentos irá quitar debêntures e reforçar capital com os recursos do IPO
Pelo documento protocolado na CVM, a minuta do prospecto, a Dori Alimentos informa que pretende usar os recursos levantados com a oferta primária, aqueles que irão para os cofres da companhia, para fazer o seguinte:
- Quitação de debêntures privadas;
- Reforço da estrutura de capital "para sustentar o plano de crescimento orgânico da companhia", consta no documento divulgado.
Sobre a Dori Alimentos
Fundada em 1967 na cidade de Marília, em São Paulo, a Dori Alimentos é uma empresa que fabrica e comercializa diversos tipos de guloseimas, como balas, pirulitos, amendoins, cholocolates, balas de goma, dentre outras. É hoje considerada uma das maiores empresas de snacks do Brasil.
A empresa mantém uma marca que carrega seu nome, bem como é dona de vários nomes referências no mercado, como Pettiz, Gomets, Bolete, Yogurte 100, Chococandy, Disqueti e Lua Cheia.
Os dois maiores acionistas da Dori Alimentos atualmente são Vitor Bodini Barion que detém 30,56% da empresa, e o CandyCo Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (30,52%).
"Ao longo dos nossos mais de 50 anos de atuação, acreditamos ter adquirido prestígio e reconhecimento no mercado de snacks, tendo nos tornado um sinônimo da categoria. Possuímos marcas próprias fortes e nacionalmente conhecidas, com ampla penetração em todo o território nacional. Como resultado, ocupamos o 1° lugar em vendas nas categorias de snacks de amendoins (com as marcas Dori Amendoim e Pettiz Amendoim), gomas de amido (com as marcas Gomets e Deliket), pastilhas de compound (com a marca Chococandy) e granulados de chocolate (com a marca Dori Granulado), 2° lugar nas categorias de pastilhas de chocolate (Disqueti Chocolate) e 2º lugar, ainda, em vendas de balas e pirulitos para o mercado fora do lar (Lua Cheia, Yogurte 100, Dori Hortelã Mint e Gota Cola) e regaliz e gelatina (Dori)", disse a empresa pelo documento do IPO.
Além ser forte player no Brasil, a Dori Alimentos leva seus produtos para mais de 50 países. Segundo o documento do IPO, as exportações foram responsáveis por 11,4% da receita líquida do último ano.
Conforme pode ser visto na tabela abaixo, a receita operacional líquida da Dori Alimentos em 2020 foi de R$ 732,8 milhões ante R$ 769,4 mi em 2019.
No primeiro semestre de 2021, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 426,2 milhões, o que representa aumento frente aos R$ 305,9 milhões registrados no mesmo período de 2020.
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