Recentemente foi realizada a quinta edição do Ranking de Competitividade Digital 2021, feita pelo International Institute for Management Development (IMD) com parceria da Fundação Dom Cabral (FDC), onde 64 nações foram analisadas e não foi dessa vez que o Brasil teve bons resultados. De uma forma estagnada, o país não está acompanhando o avanço necessário para enfrentar o novo mundo com a chegada da pandemia.

Esse relatório mostra o quão é importante um país se adaptar às novas ferramentas virtuais, fazendo com que o Brasil "andasse de lado" em relação ao impacto do distanciamento social do coronavírus.

O Brasil repetiu o resultado de 2020, ficando em 51º lugar. Nesta edição, foi destacado os ganhos para investimento em telecomunicações em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) (0,5%, 21º), expresso pelas 17 posições conquistadas, e no quesito do treinamento dos funcionários, sendo uma das prioridades das empresas (de 59º para 43º).

O estudo comprovou que o Brasil tem uma grande dificuldade para formar brasileiros quando a questão é qualidade e velocidade necessária dos desafios da economia digital mundial.

O país ficou na frente apenas do Chile, Portugal, República Checa, Turquia e Jordânia. Os líderes são os Estados Unidos em primeiro lugar, depois Hong Kong, Suécia e Dinamarca.

No quesito da atração de cérebros para o mercado de trabalho, o Brasil ficou em 63°, perdendo apenas para a Venezuela.

O que é a economia digital? E por que o Brasil não vai bem nesse ranking?

Conceito e componentes da Economia Digital

As características principais da Economia Digital baseiam-se em incorporar a internet, as tecnologias e os dispositivos digitais nos processos de produção, no comércio e na distribuição de bens e serviços. Ela é composta por uma vasta gama de "inputs digitais", relacionados nas habilidades digitais, nos hardwares e softwares, também em equipamentos de comunicação (sendo eles equipamentos digitais), e não podendo esquecer dos bens e serviços digitais intermediários usados na produção. Essas definições estão ligadas com:

  • setor digital;
  • setor da economia digital;
  • setor da economia digitalizada.

Os resultados do Brasil

O professor Carlos Arruda, do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, diz que a economia digital vai precisar de mão de obra qualificada, mas que o Brasil está ficando para trás.

Um dado surpreendente do estudo, é que o Brasil está em 8° lugar na publicação acadêmica e na presença de mulheres na ciência.

O Brasil avançou um pouco digitalmente nas áreas de home office, varejo online e telemedicina. Porém, outros países também tiveram avanços nesses quesitos.

Nosso país também teve uma melhora nos últimos anos na simplificação de procedimentos e no marco regulatório.

Para Arruda, o fato do brasileiro ter pouca quantidade de pessoas qualificadas para os desafios digitais que o mundo está enfrentando é bastante preocupante, pois a sociedade não valoriza a educação como deveria.

O ranking também mostra que o país tem enfrentado problemas na questão da segurança digital. Essa falha é humana, e não de software, o que, mais uma vez, faz com que a educação seja desmerecida para o potencial que o Brasil tem.

Estabilidade

Apesar dos acontecimentos, o anuário não obteve muitas alterações relacionadas aos quesitos que o país se sobressai, como a proporção de pesquisadoras mulheres (49,8%) e a Produtividade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que é medido pelo volume de publicações em proporção ao PIB (51.371, 8º), nos quais tiveram uma estabilidade.

As principais perdas foram:

  • nos assinantes de banda larga;
  • no total de gastos em P&D comparado ao PIB;
  • na proporção da população usuária de internet.

Apesar de haver um crescimento no número de usuários por 1.000 habitantes no Brasil (de 647 em 2017 para 724 em 2020), no ranking geral, o país caiu 7 posições (de 46º para 53º) por causa do crescimento de outros países.