A economia do Brasil aumentou 1% no 1º trimestre de 2022 (1T22) em relação ao mesmo período de 2021, afirmou o IBGE nesta quinta-feira, 2 de junho. Em comparação ao mesmo período de 2021, a alta do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 1,7%. Já no acumulado dos últimos 4 trimestres, foi de 4,7%.

As estimativas do mercado financeiro ficaram em torno de uma elevação de 1,2% sobre o período anterior, e de 1,8% na comparação anual. Em suma, o setor de serviços foi o principal responsável pelo crescimento, já que representam 70% do PIB do Brasil, com destaque para serviços prestados às famílias, com alojamento e alimentação.

De acordo com Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE, "Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia". O PIB se trata da soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil em um determinado período.

Resultado do PIB é positivo pela terceira vez

Em suma, o resultado do trimestre é o 3º positivo. Isso ocorreu, após uma baixa de 0,2% no 2º trimestre de 2021. Enquanto isso, o resultado ficou 1,6% acima do patamar do 4º trimestre de 2019, período anterior à pandemia do coronavírus.

O número fica 1,7% abaixo do ponto mais elevado da atividade da economia do país, registrado no 1º trimestre de 2014, ressalta o IBGE. No 4º trimestre, o PIB teve uma alta de 0,5%. Já em 2021, o indicador apontou uma alta de 4,6% depois de um tombo de 4,1% em 2020.

Vale ressaltar ainda que, apesar do resultado positivo no 1º período do ano, a estimativa de especialistas é que a atividade da economia continue mostrando uma desaceleração diante do quadro global de inflação pressionada e juros em alta. Como um desafio extra, o Brasil ainda conta com a deterioração das condições financeiras domésticas, como cita o FGV-Ibre em nota.

Setores

Em suma, o setor de serviços apresentou uma alta de 1% na comparação trimestral. O destaque foi para outros serviços, que aumentaram 2,2% no período. Dentro de serviços, o IBGE também aponta o segmento de transportes, armazenagem e correio, com aumento de 2,1%.

Enquanto isso, a agropecuária diminuiu 0,9% no 1º trimestre, "impactada, principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira", explica Palis.

Já a indústria, ficou perto da estabilidade, com alta de 0,1%. "O maior avanço nas atividades industriais veio de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (6,6%) e a única queda foi das Indústrias Extrativas (-3,4%)", diz a pesquisadora.

Por fim, os investimentos diminuíram 3,5%. "Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período", explica.