O Banco Central decidiu subir a taxa SELIC de 2% para 2,75% a.a. A taxa básica de juros da economia brasileira foi tema da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no dia 17 de março e aumentou a Selic após sequência de vários meses na menor taxa básica de juros da história. Após várias manutenções consecutivas, esta foi a primeira subida da taxa, que deve findar o 2021 em 4,5%, disse o Copom.
Com a economia em recuperação lenta diante da crise do coronavírus e uma inflação cada vez mais acentuada, o comitê pretende "frear" a oferta de crédito no mercado e melhorar os retornos da renda fixa fazendo com que mais dinheiro externo entre no país e freie também a alta do dólar.
Na ata, o Comitê julgou adequado um ajuste de 0,75 ponto percentual na taxa Selic. Na avaliação do Comitê, uma "estratégia de ajuste mais célere do grau de estímulo tem como benefício reduzir a probabilidade de não cumprimento da meta para a inflação deste ano, assim como manter a ancoragem das expectativas para horizontes mais longos", disse o BC.
Veja a nota do BC explicando o aumento da SELIC para 2,75%:
No cenário externo, novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos, unidos ao avanço da implementação dos programas de imunização contra a Covid-19, devem promover uma recuperação mais robusta da atividade ao longo do ano. A presença de ociosidade, assim como a comunicação dos principais bancos centrais, sugere que os estímulos monetários terão longa duração. Contudo, questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacionários nessas economias têm produzido uma reprecificação nos ativos financeiros, o que pode tornar o ambiente desafiador para economias emergentes.
A continuidade da recente elevação no preço de commodities internacionais em moeda local tem afetado a inflação corrente e causou elevação adicional das projeções para os próximos meses, especialmente através de seus efeitos sobre os preços dos combustíveis.
As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6%, 3,5% e 3,25%, respectivamente; e as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,0% para 2021 e 3,5% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 4,50% a.a. neste ano e para 5,50% a.a. em 2022. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 9,5% para 2021 e 4,4% para 2022.
Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude.
Quanto rende a poupança agora com o aumento da SELIC?
Assim, a poupança rende hoje 1,925% ano ano, pois é atrelada a SELIC e rende 70% da mesma. Já a inflação atual (IPCA) está por volta de 5% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE.
Já o saldo das contas do FGTS, tão abominado por todos por render pouco, rende atualmente 3% ao ano, mais do que a poupança e o tesouro SELIC.
Com uma taxa de juros ainda baixa, a economia aquece, visto que as empresas investem o dinheiro investido para melhorar seu negócio, sabendo que a rentabilidade dos recursos parados é quase nula. No entanto, no médio prazo esse cenário tende a mudar.
BACEN prevê inflação de 4,6% em 2021
No comunicado sobre a nova taxa, o BC indicou ainda um possível cenário futuro, onde cita que "as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 4,6% para 2021, 3,5% para 2021 e 3,25% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2021 em 4,50% a.a. e se eleva até 5,50% a.a. em 2022.
O Banco Central disse ainda que as últimas leituras de inflação foram acima do esperado, e o Comitê elevou então a projeção para 2021.
Já no câmbio, a cotação do dólar também subiu e a previsão passou agora de R$ 5,30 (em janeiro) para R$ 5,70 até o fim do ano.
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