Ainda nem chegamos na metade do ano, e o dólar já acumulou uma valorização superior a 40% comparado ao real, tendo um salto de R$4,00 para perto de R$5,90 em um curto prazo de cinco meses. Entretanto, algo diferente está acontecendo na economia brasileira neste momento: não houve elevação da inflação. Mas, por que desta vez, a subida da moeda americana não se refletiu em uma inflação mais elevada? E, ao contrário, por que os índices estão desacelerando? Foi justamente pensando nisso, que iremos explicar aqui toda esta situação.
Como regra de ordem, a inflação no Brasil sempre teve elevação puxada pela cotação do Dólar. Isso acontece porque muitos produtos que são consumidos aqui chegam do exterior, e passa por diversos setores, desde o trigo até o automóvel, e até mesmo os itens que são fabricados em solo brasileiro, tem seus preços definidos pelo mercado internacional.
Motivos para este fenômeno acontecer
A primeira razão para que o IPCA de janeiro deste ano, surpreendeu de forma positiva, sendo o menor início para o mês desde a criação do Plano Real. O grande responsável por este fator foi a carne, que teve significativa elevação de 40% no atacado ainda no fim de 2019 com aumento nas exportações para a China. Em janeiro deste ano, ela despencou.
Além da carne, a gasolina também contribuiu muito: Se formos constar apenas 2020, a Petrobras já anunciou quatro cortes no preço do combustível às refinarias, fato que acompanhou a queda na cotação internacional. Segundo os especialistas, a queda nos preços da carne e da gasolina impactaram nas previsões para o resto de 2020.
Vale lembrar que, a pandemia do novo Coronavírus, que teve as medidas de isolamento social como base, jogaram a economia em uma forte recessão. Com menos clientes comprando, os empresários não conseguem repassar o aumento dos custos.
Inflação pode voltar quando economia se estabilizar
Entretanto, vale o alerta: A inflação pode voltar a ser alimentada, assim que a economia se estabilizar. De acordo com a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, este fenômeno pode acontecer, de fato:
"O repasse cambial para a inflação no Brasil é um dos mais altos da América Latina, estimado entre 6% a 8%, ou seja para cada 10% de desvalorização do real, há um aumento de 0,6 a 0,8 ponto percentual no IPCA em até 12 meses".
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