O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,31% em abril deste ano. A taxa é inferior à observada em março, que foi de 0,93%, mas superior à registrada em abril do ano passado (-0,31%).

Segundo os dados divulgados nessa terça-feira, 11 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumula taxas de 2,37% em 2021 e de 6,76% nos últimos 12 meses.

A taxa de 12 meses ficou acima da acumulada até março que era de 6,10% e do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para 2021 que é de 5,25%.

Maiores altas de abril

Oito dos nove grupos de despesa pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços em abril. Veja abaixo.

O destaque vai para a saúde e cuidados pessoais, que registrou inflação de 1,19%. Entre os responsáveis por esse resultado estão itens como produtos farmacêuticos (2,69%) e de higiene pessoal (0,99%).

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, "no dia 1º de abril, foi concedido o reajuste de até 10,08% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. Normalmente esse reajuste é dado no mês de abril, então já era esperado", disse.

A maior variação nos produtos farmacêuticos veio dos remédios anti-infecciosos e antibióticos (5,20%). Além disso, houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,99%), como perfumes (3,67%), artigos de maquiagem (3,07%), papel higiênico (2,90%) e produtos para cabelo (1,21%).

Outro grupo com alta relevante no mês foi alimentação e bebidas (0,40%), devido ao comportamento de preços de itens como carnes (1,01%), leite longa vida (2,40%), frango em pedaços (1,95%) e tomate (5,46%).

De acordo com o pesquisador, as carnes, que acumularam uma alta de 35,05%, nos últimos 12 meses, tiveram seus preços aumentados em abril devido, principalmente, à inflação de custos por causa da ração animal. "Estamos em um momento em que há uma grande alta no preço das commodities. Nesse caso, principalmente a soja e o milho estão impactando os custos do produtor e isso acaba influenciando o preço final do produto no mercado", pontua o gerente da pesquisa.

Outros grupos de despesa com inflação foram habitação (0,22%), artigos de residência (0,57%), vestuário (0,47%), comunicação (0,08%), educação (0,04%) e despesas pessoais (0,01%).

O que baixou em abril

O único grupo de despesas com deflação (queda de preços) foi transportes (-0,08%). Os combustíveis tiveram queda de preços de 0,94%, com -0,44% na gasolina e - 4,93% no etanol.

"Houve uma sequência de reajustes entre fevereiro e março na gasolina. Mas no fim de março houve duas reduções no preço desse produto nas refinarias. Isso acaba chegando ao consumidor final", afirmou o pesquisador.

Regiões

Todas as 16 áreas do Brasil pesquisadas registraram inflação. A maior variação veio de Rio Branco (0,96%), influenciada especialmente pela alta nos produtos farmacêuticos (4,50%). Já o menor índice foi observado em Brasília (0,05%), por conta, principalmente, da queda no preço da gasolina (-1,47%).

Com informações Agência de Notícias do IBGE e Agência Brasil.