Terminou nessa semana o período de divulgação dos resultados trimestrais relacionados ao segundo trimestre de 2021 (2T21) e, de uma forma geral, os resultados mostraram que o Brasil vive um momento de recuperação econômica, relacionado com o avanço da vacinação e a reabertura de muitas atividades.

Para algumas empresas, essa reabertura física está sendo muito boa. Para outras, porém, como é o caso daquelas que atuam com vendas e serviços online, por exemplo, os lockdowns tiveram as suas vantagens. Também entra nessa balança de pós-pandemia o fato de que muitas pessoas perderam empregos, a inflação está bastante elevada, a taxa básica de juros vem acompanhando essa elevação, etc.

E no caso das empresas do setor de energia do Brasil, ao longo desse 2021 também houve um outro fator que influenciou e continua influenciando na atuação das empresas: a crise hídrica. Isso porque no Brasil, o sistema de hidrelétricas ainda é muito forte e quando os níveis de água caem abaixo do normal, as empresas que geram, transmitem e/ou fornecem energia acabam sendo afetadas.

Além disso, essa não foi uma crise hidrica qualquer, mas a mais severa que foi registrada em 90 anos. Influenciada por fatores ambientais como o aquecimento global, as queimadas, fenômenos el ninã, entre outros.

Diante disso, os resultados das empresas do setor foram bastante esperados e aqui nesse artigo a gente traz um resumo das principais delas para que você possa conferir, comparar e analisar. Principalmente se você é um investidor do setor (ou pretende ser). Vamos lá?

O que são empresas do setor de energia? Quais são as listadas na B3?

As empresas do setro de energia são aquelas que trabalham com uma das três opções abaixo (ou, em alguns casos, com mais de uma delas):

  • geração de energia;
  • transmissão de energia; e
  • distribuição de energia.

Todas elas respondem à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e trabalham com energia proveniente de termoelétricas, hidrelétricas, usinas nucleares, além daquelas que atuam com energia eólica e solar, uma tendência, diga-se de passagem, por serem renováveis.

De uma forma bem geral, esse setor costuma ser menos afetado por crises econômicas (ainda que ele sofra com suas próprias crises, como as ambientais), e ele costuma estar envolvido por uma política de melhoria na confiabilidade de seus serviços (afinal, é um serviço fundamental para a população) e de preservação do meio ambiente.

Veja abaixo as empresas listadas na B3:

Razão Social Nome de Pregão Segmento
AES BRASIL ENERGIA S.A. AES BRASIL NM
AES TIETE ENERGIA SA AES TIETE E
AFLUENTE TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA S/A AFLUENTE T
ALUPAR INVESTIMENTO S/A ALUPAR N2
AMPLA ENERGIA E SERVICOS S.A. AMPLA ENERG
CACHOEIRA PAULISTA TRANSMISSORA ENERGIA S.A. CACHOEIRA MB
CELG DISTRIBUICAO S.A. - CELG D CELG
CEMIG DISTRIBUICAO S.A. CEMIG DIST
CEMIG GERACAO E TRANSMISSAO S.A. CEMIG GT
CENTRAIS ELET BRAS S.A. - ELETROBRAS ELETROBRAS N1
CENTRAIS ELET DE SANTA CATARINA S.A. CELESC N2
CESP - CIA ENERGETICA DE SAO PAULO CESP N1
CIA CELG DE PARTICIPACOES - CELGPAR CELGPAR
CIA ELETRICIDADE EST. DA BAHIA - COELBA COELBA
CIA ENERGETICA DE BRASILIA CEB
CIA ENERGETICA DE MINAS GERAIS - CEMIG CEMIG N1
CIA ENERGETICA DE PERNAMBUCO - CELPE CELPE
CIA ENERGETICA DO CEARA - COELCE COELCE
CIA ENERGETICA DO RIO GDE NORTE - COSERN COSERN
CIA ESTADUAL DE DISTRIB ENER ELET-CEEE-D CEEE-D
CIA ESTADUAL GER.TRANS.ENER.ELET-CEEE-GT CEEE-GT N1
CIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL COPEL N1
CIA PAULISTA DE FORCA E LUZ PAUL F LUZ
CIA PIRATININGA DE FORCA E LUZ CPFL PIRATIN
CPFL ENERGIA S.A. CPFL ENERGIA NM
CPFL ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A. CPFL RENOVAV
CPFL GERACAO DE ENERGIA S.A. CPFL GERACAO
CTEEP - CIA TRANSMISSÃO ENERGIA ELÉTRICA PAULISTA TRAN PAULIST N1
EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A. ENERGIAS BR NM
EDP ESPIRITO SANTO DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA S.A. ESCELSA
EDP SÃO PAULO DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA S.A. EBE
ELEKTRO REDES S.A. ELEKTRO
ELETROBRÁS PARTICIPAÇÕES S.A. - ELETROPAR ELETROPAR
ELETROPAULO METROP. ELET. SAO PAULO S.A. ELETROPAULO
EMAE - EMPRESA METROP.AGUAS ENERGIA S.A. EMAE
ENERGISA MATO GROSSO DO SUL - DIST DE ENERGIA S.A. ENERSUL
ENERGISA MATO GROSSO-DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A ENERGISA MT
ENERGISA S.A. ENERGISA N2
ENEVA S.A ENEVA NM
ENGIE BRASIL ENERGIA S.A. ENGIE BRASIL NM
EQUATORIAL ENERGIA S.A. EQUATORIAL NM
EQUATORIAL MARANHÃO DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A. EQTLMARANHAO MB
EQUATORIAL PARA DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A. EQTL PARA
FERREIRA GOMES ENERGIA S.A. FGENERGIA
FOCUS ENERGIA HOLDING PARTICIPAÇÕES S.A FOCUS ON NM
ITAPEBI GERACAO DE ENERGIA S.A. ITAPEBI
LIGHT S.A. LIGHT S/A NM
LIGHT SERVICOS DE ELETRICIDADE S.A. LIGHT
NEOENERGIA S.A. NEOENERGIA NM
OMEGA GERAÇÃO S.A. OMEGA GER NM
PRODUTORES ENERGET.DE MANSO S.A.- PROMAN PROMAN MB
REDE ENERGIA PARTICIPAÇÕES S.A. REDE ENERGIA
RENOVA ENERGIA S.A. RENOVA N2
RGE SUL DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A. AES SUL
RIO PARANAPANEMA ENERGIA S.A. GER PARANAP
SANTO ANTONIO ENERGIA S.A. STO ANTONIO
STATKRAFT ENERGIAS RENOVAVEIS S.A. STATKRAFT
TERMELÉTRICA PERNAMBUCO III S.A. TERM. PE III
TERMOPERNAMBUCO S.A. TERMOPE
TRANSMISSORA ALIANÇA DE ENERGIA ELÉTRICA S.A. TAESA N2
UPTICK PARTICIPACOES S.A. UPTICK MB

Agora, vamos ver os resultados apresentados por algumas delas nesse 2T21? Veja abaixo.

EDP Energias do Brasil (ENBR3)

Mesmo em meio à crise hídrica que o Brasil vive atualmente a EDP Energias do Brasil (ENBR3) registrou um Lucro Líquido de R$ 344 milhões no segundo trimestre de 2021 (2T21). Por outro lado, a EDP também registrou uma Dívida Líquida de R$ 7,9 milhões e um Ebitda de R$ 799 milhões, que somado aos resultados do 1T21 totalizam um Ebitda de R$ 1,8 bilhão e um Lucro de R$ 840 milhões, representando um crescimento de 43,8% e 65,2%, respectivamente, em relação ao período homólogo de 2020.

Lucro no 2T21. Créditos: Reprodução/EDP
Lucro no 2T21. Créditos: Reprodução/EDP

O CEO da companhia, João Marques da Cruz destacou em sua fala que "foram registrados avanços importantes no trimestre, em especial no segmento de Transmissão, com a entrada em operação parcial dos lotes Q e 21, ambos na região sul do país".

Além disso, ele também lembrou que foi concluída a aquisição da Linha de Transmissão Mata Grande Transmissora de Energia, no estado do Maranhão, e das linhas de transmissão que ligam os estados do Acre e Rondônia, de forma que a EDP passou a deter 1.924 Km de linhas de transmissão, das quais mais de 500 Km já se encontram operativos.

Em relação à Distribuição, Cruz ressaltou que o volume de energia distribuída apresentou aumento 16% resultante dos impactos da recuperação da atividade econômica, das elevadas temperaturas registradas no período e da expansão no número de clientes.

Entre os destaque também está a Margem Bruta que foi 27,4% maior, totalizando R$ 1.167.906 milhão no 2T21 em comparação aos R$ 916 mil do 2T20. No semestre o aumento da margem bruta foi de 29,2%, decorrentes, basicamente, dos mesmos fatores.

Houve também um aumento de 18,6% nos gastos gerenciáveis da empresa impactados principalmente pelo aumento com pessoal (17,5% no trimestre e 7,7% no semestre), decorrente de reajuste salarial cocorrido em novembro de 2020. Também houve aumento nos custos com plano de saúde e pagamento de horas extras.

Por segmentos

Veja abaixo a tabela com os detalhes de cada uma das empresas do grupo EDP no 2T21:

Desempenho por segmento. Créditos: Reprodução/EDP
Desempenho por segmento. Créditos: Reprodução/EDP

A melhor receita operacional em comparação com o 2T20 foi da EDP São Paulo, que teve um aumento de 42,5%.

Já a melhor margem bruta foi da EDP Espírito Santo, com uma alta de 31,6% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Já o Ebitda foi bastante parelho em todas as empresas do grupo registrando um aumento de 66,6% no EDP São Paulo, 66,4% no EDP Espírito Santo e 66,5% no Consolidado.

A tarifa média, decorrente do mix de mercado, aumentou 10,5% e 12,9%, na EDP SP e na EDP ES, respectivamente, refletindo os reajustes tarifários ocorridos em 2020 e a piora dos patamares da bandeira tarifária entre os meses comparados.

No EDP SP ela ficou em R$ 533,84 frente os R$ 483,27 do 2T20 e no EDP ES ela ficou em R$ 519,79 diante dos R$ 460,58 anteriores.

Acesse o relatório de resultados completos da EDP Brasil.

Alupar (ALUP11)

A holding de energia Alupar (ALUP11) anunciou em 9 de agosto que seu lucro líquido do segundo trimestre de 2021 (2T21) foi de R$ 332,3 milhões, o que representa uma forte alta de 320,9% em relação ao mesmo período de 2020, quando o lucro atingiu R$ 79 milhões, considerando as normas internacionais de relatórios financeiros (IFRS).

No primeiro semestre de 2021 (1S21), a Alupar registrou um lucro líquido de R$ 655,8 milhões, sendo um crescimento de 125,7% em relação ao mesmo período de 2020.

Segundo o relatório divulgado, a receita líquida da Alupar chegou a R$ 1,337 bilhão no segundo trimestre de 2021, o que representou uma alta de 27,1% frente ao segundo trimestre de 2020.

No 2T21 as transmissoras da Alupar registraram um aumento de R$ 262,2 milhões no faturamento, como resultado de aumentos milionários nas receitas de remuneração do ativo de concessão, de infraestrutura e de suprimento de energia.

No primeiro semestre de 2021, a receita líquida da Alupar totalizou R$ 2,938 bilhões, sendo uma alta de 24,8% em relação aos primeiros seis meses do ano anterior.

Outros destaques

A Alupar registrou um ebitda de R$ 1,130 bilhão no segundo trimestre de 2021 (2T21), sendo um aumento de 153% na comparação com o mesmo período de 2020. Por sua vez, a margem do ebitda cresceu de 42,5% para 84,5% no último ano, conforme pode ser visto na tabela abaixo:

Fonte: RI/Alupar.
Fonte: RI/Alupar.

Segundo o relatório da Alupar, a melhoria no ebitda ocorreu devido a um faturamento maior em R$ 314,7 milhões, puxado pelos seguintes fatores:

  • Crescimento de R$ 262,2 milhões na Receita do Segmento de Transmissão de Energia;
  • Aumento de R$ 52,5 milhões na Receita de Suprimento de Energia

Também impactou no ebitda uma redução de R$ 389,9 milhões nos custos de infraestrutura durante o segundo trimestre de 2021.

A Alupar também fechou o 2T21 com um total de despesas operacionais de R$ 7,5 milhões, sendo uma redução de 76,8% em relação aos custos do 2T20, que somavam R$ 32,1 milhões. Os destaques são das despesas gerais e administrativas que caíram 32,6% no período, bem como pagamento de quase R$ 800 milhões em proventos.

Taesa (TAEE3)

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica, mais conhecida como Taesa (TAEE3, TAEE4 e TAEE11), registrou um lucro líquido consolidado de R$ 697,9 milhões no segundo trimestre do ano (2T21), sendo uma alta de 50,3% em relação ao mesmo período de 2020, conforme mostram os relatórios divulgados pela empresa de energia em 11 de agosto.

No primeiro semestre de 2021, o lucro líquido consolidado da Taesa foi de R$ 1,223 bilhão nas normas internacionais de relato financeiro, sendo um crescimento de 46,6% quando comparado com os primeiros seis meses de 2020.

Além disso, a Taesa teve uma receita líquida de R$ 904,3 milhões no segundo trimestre de 2021 (2T21), uma alta de 19% frente ao mesmo período de 2020. Mesmo em meio à pandemia, a empresa de energia registrou um receita líquida de R$ 1,8 bilhão no primeiro semestre de 2021 (6M21) com salto anual de 25,2%.

Segundo a Taesa, a alta anual na receita líquida aconteceu "em função do aumento da correção monetária do ativo contratual explicado pela alta dos índices inflacionários, compensado em parte pela menor receita de implementação de infraestrutura".

Outros destaques

A Taesa teve um Ebitda de R$ 331,1 milhões no 2T21, sendo uma alta de 4,5% em relação ao segundo trimestre de 2020. Além disso, o ebitda da companhia também apresenta crescimento na comparação semestral, de 4%, chegando a R$ 647,8 milhões no 6M21.

No que se refere aos proventos, considerando o primeiro semestre de 2021, a Taesa distribuiu uma quantia total de R$ 4,433 bilhões aos acionistas em forma de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP). Essa remuneração é um acentuado crescimento de 238,9% em relação aos proventos pagos pela empresa de energia no primeiro semestre de 2020, que totalizaram R$ 303,5 milhões.

A quantia total distribuída pela Taesa é composta por R$ 561,9 milhões em dividendos relativos ao lucro de 2020, além de R$ 466,6 milhões entre dividendos intercalares e JCP referentes aos resultados do primeiro trimestre de 2021.

Ainda de acordo com o relatório divulgado, a dívida líquida da Taesa totalizou R$ 5,936 bilhões no primeiro semestre de 2021, sendo um aumento de 34% em relação aos primeiros seis meses de 2020, assim como pode ser visto na tabela abaixo:

Fonte: RI/Taesa.
Fonte: RI/Taesa.

Segundo a companhia, o aumento do endividamento ocorreu por causa de emissão de debêntures e impacto de aumento da inflação no período.

- Veja na íntegra os resultados da Taesa no 2T21

Transmissão Paulista / Isa CTEEP (TRPL3)

Entre os destaques dos resultados da Isa CTEEP (TRPL3, TRPL4) estão a Receita Líquida da companhia que totalizou 729,3 milhões no 2T21, 47,1% a menos do que na comparação com o 2T20. Além disso, a empresa também teve um Ebitda 58,4% menor, passando de R$ 1.515,9 bilhão no 2T20 para R$ 630,6 milhões no 2T21.

O Ebitda Ajustado, porém, foi positivo em 17,9%, totalizando R$ 665,8 milhões, mas a Margem Ebitda da companhia também teve uma redução de 0,9 p.p., ficando em 80,5%. Houve redução ainda no Lucro Líquido, que ficou com R$ 248,1 milhões, frente aos R$ 919,1 milhões registrados no 2T20 e na Margem Líquida que caiu 30,1 p.p., ficando em 31,3% quando, no mesmo período de 2020, ficou em 61,4%.

Veja a imagem abaixo:

Créditos: Reprodução/Isa CTEEP
Créditos: Reprodução/Isa CTEEP

Segundo a companhia, que é a maior empresa privada de transmissão do setor elétrico brasileiro, a menor receita operacional se deve ao fato de que em 2020 houve uma Parcela de Ajuste (PA), referente à aplicação da Revisão Tarifária Periódica (RTP), o que ajudou a tornar a base de comparação mais alta do que o normal.

A Isa informou ainda que "expurgando o reconhecimento da Parcela de Ajuste (RTP e RBSE), a receita operacional bruta do 2T21 seria superior em R$ 76,9 milhões relação ao 2T20. No 1S21 a receita operacional bruta seria superior em R$ 225,6 milhões em relação ao 1S20".

Em relação às pautas ESG, a Isa CTEEP destacou que iniciou um projeto de troca dos 227 veículos leves da frota administrativa da empresa para carros elétricos e que desenvolveu frentes de incentivo à vacinação contra a Covid-19, promovendo palestras virtuais um vacinômetro, ferramenta para acompanhar a vacinação dos colaboradores.

Além disso, a Isa CTEEP também ingressou, em maio de 2021, na Plataforma de Transparência de Título Verdes, desenvolvida pela Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), buscando se comprometer ainda mais com a geração de valor sustentável e transparente.

Veja na íntegra o relatório de resultados da Isa CTEEP do 2T21.

Engie (EGIE3)

A maior produtora privada de energia elétrica do Brasil, com capacidade instalada própria de 10.791MW em 72 usinas, o que representa cerca de 6% da capacidade do país, a Engie (EGIE3) registrou uma receita operacional líquida de R$ 3.133 milhões no 2T21, 16,6% (R$ 446 milhões) acima do montante apurado no 2T20.

Além disso, a companhia registrou no 2T21 impairment no valor de R$ 163 milhões, decorrente de ajuste de valor contábil relacionado ao Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. Ja o Ebitda registrado no período foi de R$ 1.369 milhões, queda de 4,4% (R$ 63 milhões) em comparação ao 2T20.

Porém, a companhia destacou que desconsiderando efeitos não recorrentes de impairment no 2T21 e ganho de ação judicial e créditos extemporâneos no 2T20, a variação do Ebitda passaria de um efeito negativo de R$ 63 milhões para positivo em R$ 252 milhões - crescimento de 19,7%.

O lucro líquido, por sua vez, foi de R$ 319 milhões (R$ 0,5224/ação) no 2T21, valor 58,4% (R$ 447 milhões) abaixo do alcançado no 2T20. Excluindo-se os efeitos não recorrentes citados acima, o lucro líquido reduziu R$ 166 milhões (28,0%) entre os trimestres em comparação.

O preço médio dos contratos de venda de energia, líquido dos tributos sobre a receita e das operações de trading, foi de R$ 205,35/MWh no 2T21, valor 4,9% superior ao registrado no 2T20.

Além disso, a empresa que possui quase 90% de sua capacidade instalada no país proveniente de fontes renováveis e com baixas emissões de GEE, como usinas hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa, vendeu 8.856 GWh (4.055 MW médios) de energia, 0,4% a menos na comparação com o 2T20.

No relatório divulgado no início de agosto, a Engie destacou que lançou um Swap de Modulação para Geradores, um produto que confere a segurança de um hedge contra variações de preço horário ao trocar sua curva com perfil de geração por uma curva constante (flat).

Ainda destacou-se também que no 2T21, o Conjunto Eólico Campo Largo II recebeu autorização da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para iniciar as operações comerciais das Centrais Eólicas VIII, XVII, XIX, XX e XXII, somando 168,0 MW de capacidade instalada. No fim do 2T21 estavam em operação comercial 247,8 MW (68,6%), de um total de 361,2 MW.

E em junho de 2021, a WEG e a ENGIE Brasil Energia concluíram a implantação do primeiro aerogerador brasileiro de grande porte, com 4,2 MW de capacidade instalada, integrando à usina fotovoltaica de Tubarão (SC).

Veja abaixo o resumo dos indicadores da Engie no 2T21:

Créditos: Reprodução/Engie
Créditos: Reprodução/Engie

O relatório completo do 2T21 da Engie pode ser conferido aqui.

AES Brasil (AESB3)

A AES Brasil divulgou seus resultados do segundo trimestre de 2021 ainda no início de agosto, apontando um lucro líquido de R$ 27,5 milhões no perído, além de Ebitda de R$ 257 milhões e uma margem líquida de R$ 353,2 milhões.

Esses dados, porém, ficaram abaixo dos registrados no 2T20. O lucro líquido, por exemplo, foi 76,9% menor. Ja o Ebitda teve uma queda de 6,6% e a margem líquida de 2,6%. Por outro lado, os custos e despesas operacionais totalizaram R$ 377,4 milhões, ou seja, 53,4% a mais do que no mesmo período do ano passado.

A explicação apresentada pela companhia é de que muitos desses indicadores foram impactados pela crise hídrica, que levou ao acionamento de usinas térmicas, um processo muito mais caro para geração de energia.

Entre outros destaques da companhia estão os R$ 855 milhões em equity resultado da conclusão do Acordo de investimento na Guaimbê Holding, permitindo a ampliação do portfólio de projetos de geração de energia renovável e o fomento do crescimento da AES Brasil

Além disso, no 2T21, a AES Brasil, assinou um acordo para o fornecimento de 84 MW médios pelo prazo médio de 15 anos. O projeto, com início de construção esperado em 2021, possui 171 MW de capacidade instalada. Ela também adquiriu um pipeline solar com 378,0 MW (ou 459,2MWp) de capacidade instalada e fator de capacidade de 32%, localizado no Norte do estado de Minas Gerais.

No Complexo Eólico Cajuína ela forneceu e instalou turbinas eólicas de 313,5 MW de capacidade, na primeira fase de desenvolvimento da estrutura, por meio de um acordo com a Nordex. E ainda comprou os Complexos Eólicos Mandacaru e Salinas (novos nomes dos complexos eólicos MS e Santos), com capacidade instalada conjunta de 158,5 MW. Localizados no Rio Grande do Norte e no
Ceará, os projetos se encontram em operação e 100% contratados no mercado regulado por 20 anos.

Ainda, a AES Brasil conseguiu um financiamento de R$ 711 milhões junto ao BNB para o desenvolvimento das fases 01 e 02 do Complexo Eólico Tucano, a um custo de IPCA+2,26% ao ano e prazo de 24 anos.

A companhia de energia destacou ainda que está com um nível de contratação hídrico em 78% para 2021 e 80% para 2022, com a realização de compras antecipadas de energia para fazer frente ao cenário hidrológico estressado.

Nesse período do 2T21 houve ainda a otimização da estrutura societária e de capital da AES Brasil com a AES Tietê, que está sendo incorporada.

Confira todos os relatórios da AES Brasil referentes aos resultados no 2T21.

Eletrobras (ELET3)

A Eletrobras (ELET3, ELET6) registrou um lucro líquido de R$ 2,530 bilhões no segundo trimestre de 2021 (2T21), o que representou uma forte alta de 439% em relação ao mesmo período de 2020.

Segundo o documento divulgado, esse desempenho foi causado por efeitos positivos vindos de bons "resultados em transmissão, em decorrência da Revisão Tarifária Periódica com efeitos a partir de julho de 2020 e pela melhora nos resultados de geração devido, principalmente, ao aumento do volume e preços praticados e novos contratos bilaterais do ACL e maior receita no mercado de curto prazo decorrente da liquidação na CCEE devido ao aumento do preço do PLD (+R$ 517 milhões)".

Por sua vez, a receita operacional líquida da Eeletrobras foi de R$ 7,95 bilhões no 2T21, sendo um crescimento de 42% em relação ao segundo trimestre de 2020. No mesmo intervalo, o ebitda da companhia saltou 64% para R$ 3,2 bilhões.

Além disso, conforme pode ser visto na tabela abaixo, a dívida líquida recorrente da Eletrobras caiu 20% no 2T21, considerando os últimos doze meses, fechando o período a R$ 16,92 bilhões.

Eletrobras teve lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2021, alta de 144%. Fonte: relatório de resultados da Eeletrobras no 2T21/RI.
Eletrobras teve lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2021, alta de 144%. Fonte: relatório de resultados da Eeletrobras no 2T21/RI.

Segundo a central de relação com investidores (RI), a Eletrobras fechou o ano de 2020, que sofreu interferência da fase inicial da pandemia de covid-19, com um lucro líquido de R$ 6,387 bilhões, o que representou uma queda de 43% em relação a 2019.

Equatorial (EQTL3)

Com relatório de resultados publicado na quarta-feira, 11 de agosto, a holding do setor elétrico brasileiro Equatorial Energia mostrou que teve um Ebitda Consolidado Ajustado de R$ 1.223 milhões no trimestre, aumento de 42,7% na comparação anual.

Entre os meses de abril, maio e junho, ela distribuiu um volume total de energia de 5.921 GWh, com crescimento consolidado de 10,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Piauí, Pará, apresentaram crescimentos de 14,7%, 13,2%, respectivamente e Maranhão e Alagoas, ambas crescendo 7,2%.

As perdas totais da companhia, por sua vez, recuaram na maioria das distribuidoras em comparação ao 1T21, nos estados de Alagoas (22,5%, -0,5 p.p.) e Piauí (20,6%, - 0,7 p.p.) pelo sétimo e nono trimestre consecutivo, respectivamente, reduzindo também no Pará (30,1%, -0,6 p.p.), e aumentaram no Maranhão (19,2%, +0,5 p.p.).

No 2T21, a alavancagem consolidada registrou 2x, medida pela relação Dívida Líquida/EBITDA Ajustado, caindo 0,3x em comparação ao 2T20 (2,3x) e menor 0,2x do que o 1T21 (2,2x), fruto da forte geração de caixa nos períodos. As disponibilidades atingiram R$ 8,1 bilhões, correspondendo a 3,1x da dívida de curto prazo.

A receita líquida da Equatorial, que atua tanto na geração, quanto na transmissão e na ditribuição, foi de R$ 4.272 bilhões, um aumento de 22,7% em comparação com o R$ 3.482 bilhões do 2T20. E o lucro líquido ajustado dela ficou em R$ 447 milhões. Issocorresponde a uma alta de 15,4%, já que no 2T20 foram R$ 387 milhões.

Os Ebitdas Ajustados por unidade podem ser conferidos na imagem abaixo, assim como outros indicadores:

Créditos: Reprodução/Equatorial
Créditos: Reprodução/Equatorial

Além disso, a empresa lembrou que em 2 de junho, adquiriu a E-Nova Instalação e Manutenção Ltda, com foco em oferecer soluções técnicas em eficiência energética e em geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, inclusive por meio da geração distribuída.

Em 28 de junho, o Grupo Equatorial Energia também venceu leilão para aquisição do controle acionário da CEA, concessionária de distribuição de energia do estado do Amapá. E no dia 8 de julho foi concluído o processo de aquisição da CEED-D.

Veja o relatório completo da Equatorial, clicando aqui.

CPFL Energia (CPFE3)

Outra empresa que atua com distribuição, geração, transmissão, comercialização de energia elétrica e serviços, a holding CPFL (CPFE3) teve como destaque no 2T21 um Lucro Líquido de R$ 1.126 milhões, crescimento de 143,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Além disso, ela registrou um aumento de 13,7% na carga da área de concessão, um Ebitda de R$ 2.054 milhões, o que significa um crescimento de 70%. Sua Dívida Líquida, por sua vez, ficou em R$ 15,7 bilhões e alavancagem de 1,88x Dívida Líquida/EBITDA.

No relatório publicado no dia 12 de agosto, a companhia destacou a retomada do consumo de energia, com crescimento de 12,9% ficando inclusive acima do patamar do 2T19. "Esse crescimento se deu principalmente na classe industrial, que registrou crescimento de 27,4%, em função da recuperação da indústria em segmentos relevantes em nossas regiões. Na classe comercial, observamos um crescimento de 14,1% em comparação ao mesmo período de 2020, porém ainda com valores negativos quando comparamos com o 2T19", disse a empresa.

Já no segmento de Geração, o destaque vai para o desempenho do vento nos parques eólicos da companhia, de tal forma que a geração eólica cresceu 38,2%. Os reajustes contratuais, boa parte deles em IGP-M, também favoreceram o bom resultado desse período.

Veja abaixo o principais indicadores da CPFL Energia no 2T21:

Créditos: Reprodução/CPFL
Créditos: Reprodução/CPFL

Entre os meses de abril e junho, a companhia totalizou R$ 1.019 milhões em investimentos, 57,2% a mais do que no segundo trimestre de 2020. Entre eles está a aquisição de 66,1% da CEEE-Transmissão por R$ 2,67 bilhões.

Ela também iniciou as operações de Costa das Dunas, Figueira Branca e Gameleira (Complexo Eólico de Gameleira), 2,5 anos antes do prazo previsto pela ANEEL.

Entre os reconhecimentos conquistados no trimestre estão a inclusão das ações CPFL Energia no índice ESG FTSE4Good Series, além do reconhecimento no World Finance Corporate Governance Awards 2021. Além disso, a CPFL Santa Cruz conquistou, pela segunda vez, o Prêmio ANEEL de Qualidade na categoria de acima de 30 mil até 400 mil clientes.

Veja o relatório completo da empresa sobre seu desempenho no 2T21.

Bom, agora que você já viu o resumo dos resultados de algumas das principais empresas do setor, nos diga: você tem uma preferida? Investe ou ficou com vontade de investir em alguma delas?

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