A Eternit (ETER3) anunciou que seu Conselho de Administração aprovou em 14 de dezembro um pagamento de R$ 14,9 milhões em forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), que serão imputados aos dividendos obrigatórios de 2021.
Segundo o documento divulgado, o valor bruto por ação será de cerca de R$ 0,24. Sobre essa quantia será cobrado já na fonte o Imposto de Renda (IR) em alíquota de 15% conforme a lei, então os acionistas da Eternit vão receber um JCP líquido de R$ 0,20 aproximadamente.
Para ter direitos a esses JCP da Eternit, deve-se comprar as ações da empresa listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) até 21 de dezembro desse ano que é a data-com estabelecida. Assim, a partir do dia 22 os papéis passam a ser negociados em Ex-JCP na B3.
Pelo cronograma divulgado inicialmente, o pagamento dos JCP aos acionistas da Eternit aconteceria no dia 28 de dezembro de 2021, porém, um novo fato relevante divulgado essa quarta-feira, dia 15 de dezembro apontou uma mudança na data para o dia 30 de dezembro de 2021 - veja abaixo um resumo dos proventos e detalhes sobre a recuperação judicial da empresa:
Resumo dos próximos JCP/Dividendos da Eternit
- Pagamento total do JCP: R$ 14.918.264,00;
- Valor bruto por ação ETER3: R$ 0,24152566;
- Valor líquido por ação após IR: R$ 0,20529681;
- Data-Com: 21 de dezembro de 2021;
- Data-Ex: a partir de 22 de dezembro;
- Data do pagamento: 30 de dezembro de 2021;
- Referêcia: JCP a serem imputados aos dividendos obrigatórios de 2021.
- Veja o documento sobre os JCP na íntegra.
Eternit está em recuperação judicial
A Eternit entrou para a B3 em 2006 no segmento Novo Mercado com a ação ETER3. Em julho de 2018, a companhia anunciou ao mercado que estava em crise por meio de um Plano de Recuperação Judicial, alegando ter tido impactos negativos da situação do país na época, no setor de construção civil e em meio à proibição do amianto.
Em 2017, o Supremo Tribunal Federal do Brasil proibiu a venda e o uso de amianto, componente cancerígeno que antes era adicionado à fabricação de produtos como telhas e caixa d'água. Veja abaixo parte da explicação dada pela Eternit na época:
"O atual cenário econômico-financeiro do Brasil afetou o resultado da ETERNIT na medida em que a desaceleração da economia reduziu a demanda sobre os produtos do Grupo visto que, notadamente, o setor no qual a companhia atua (construção civil) tem forte correlação com a sit uação do país.
No entanto, entendemos que a principal causa para a crise que se instaurou nos resultados do Grupo é justamente a sua matéria-prima principal do passado, pois a empresa assumiu o compromisso de não utilizar mais o amianto para produtos no mercado interno".
Entre 2014 e 2015, em meio a uma crise econômica que derrubou o PIB brasileiro, a construção civil começou a ter fortes perdas em vendas e produção, o que se seguiu até antes da pandemia (2019). No governo de Michel Temer (PMDB), pós-impeachment de Dilma Rousseff (PT), a construção civil caiu 6%.
O setor da Eternit foi um dos que passam pela pandemia de covid-19 com êxito. De janeiro a setembro o lucro líquido da Eternit foi de R$ 216,103 milhões, sendo uma forte alta de 473,9% em relação ao mesmo período de 2020. Segundo os registros, entre 2019 e 2020 a empresa reverteu um prejuízo de R$ 46,8 mi em lucro de R$ 85,7 milhões.
Sediada em São Paulo, a Eternit é uma produtora e comerciante brasileira de produtos de cimento, concreto, gesso e produtos de matéria plástica, bem como outros materiais de construção civil, sendo líder em vendas de telhas de fibrocimento no país.
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