2021 vai chegando ao fim e ao olhar os números da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é possível ver que o mundo dos investimentos no país está a todo vapor.

Neste ano, a B3 passou uma marca histórica de 4 milhões de pessoas físicas em renda variável, sendo 3,9 milhões de homens e ainda 1,1 milhão de mulheres. Além disso, apesar de as ofertas públicas iniciais (IPO's) terem tido uma pausa nas últimas semanas, mais de 40 novas empresas estrearam na B3 em 2021, entre IPO, ofertas restritas e também reorganização societária (veja aqui a lista completa).

Em meio ao avanço dos mercados, as opções de investimentos também aumentam. Em novembro, foram realizadas na B3 várias inaugurações de Fundos de Investimentos Imobiliários (FII), por exemplo - Veja abaixo quais são!

O que é um FII?

O Fundo de Investimento Imobiliário (FII) é, como o nome sugere, uma aplicação financeira cujos ativos estão atrelados a imóveis. É como se fosse um condomínio de acionistas cujo objetivo é investir no desenolvimento e manutenção de projetos ligados ao setor imobiliário. A principal forma de ganho com esse ativo é a distribuição do lucro obtido pelos empreendimentos; os dividendos - sendo que o investidor também ganha com a valorização dos ativos no mercado financeiro. Existem vários tipos de FII, sendo:

  • Fundo Imobiliário (FII) de Tijolo: são fundos de imóveis físicos, que geralmente têm como renda o aluguel dos empreendimentos. Também envolve a construção e compra de novos imóveis. São exemplos de ativos de FII de tijolo os shopping centers, supermercados, galpões logísticos, escritórios de empresas e universidades;
  • Fundo Imobiliário (FII) de Papel: esse tipo de fundo imobiliário compra títulos financeiros (papéis), ao invés de imóveis físicos, mas que estejam ligados ao setor imobiliário. É o caso de cotas de outros FII's, Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), ações de empresas do setor, dentre outros;
  • FII híbrido: aqui o gestor do fundo investe tanto em imóveis físicos (de tijolo) quanto em cotas de fundos imobiliários;
  • Fundo de Fundo (FOF): já os FOF's são compostos de cotas (partes) de outros fundos imobiliários.

Desta forma, com um FII, é possível investir no mercado imobiliário sem a compra de um imóvel sequer. Isso porque nesse tipo de ativo o investimento em empreendimentos acontece por meio de aquisição de cotas do Fundo. O investidor, por sua vez, terá direito a proventos, de forma proporcional à participação.

Com a venda das cotas do fundo, os administradores do FII podem aportar o dinheiro levantado em uma série de medidas, como aquisições de mais imóveis e/ou de papéis ligados a outros ativos do setor.

Fundos que estrearam na B3 em novembro

Foram oito os Fundos de Investimentos Imobiliários (FII) que estrearam na B3 em novembro de 2021, segundo o histórico de eventos da Bolsa. Conheça os novos FII's abaixo, começando pelo mais recente:

1. FII PLUR URB (PURB11)

Um dos novatos - e o último a estrear na B3 - é o Plural Renda Urbana Fundo de Investimento Imobiliário, com nome de pregão de FII PLUR URB e ticker PURB11. A estreia do FII aconteceu em 26 de novembro, uma sexta-feira.

Com o Banco Genial como Administrador/Escriturador, esse FII é híbrido e tem por objetivo proporcionar aos Cotistas a obtenção de renda por meio de investimento nos Ativos Imobiliários, bem como da exploração imobiliária, mediante locação ou arrendamento, com a possibilidade de venda de Imóveis, segundo o Regulamento.

Foram admitidas à negociação 405.873 cotas, ao preço de R$ 95,00 cada, segundo as informações dispostas pela B3. O FII PLUR URB tem como Política uma remuneração mínima de 95% dos lucros líquidos registrados entre junho a dezembro de cada ano, mas poderão também ser aprovados adiantamentos mensais.

2. FII BRIO ME (BIME11)

Em 25 de novembro foi a vez do Brio Multiestratégia - FII estrear no mercado brasileiro. Recomendado para investidores em geral, a 1ª emissão de cotas do FII BRIO ME (negociado sob o código BIME11) encerrou no dia 1º do mês, com mais de 5,847 milhões de cotas ao preço de R$ 10,00 cada, sendo então uma oferta de R$ 58,456 milhões.

Segundo o regulamento do fundo, o FII BRIO ME é administrado pela BRL Trust Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários, sediada em São Paulo, e tem por objetivo possibilitar remunerações aos cotistas, bem como valorização no mercado, por meio de investimento prepoderante em ativos financeiros imobiliários, como aquisições de cotas de outros fundos e de imóveis em geral, dentre outros.

Gestora Brio Investimentos inaugurando o FII BRIO ME () na B3 em novembro. - Créditos: Divulgação/B3.
Gestora Brio Investimentos inaugurando o FII BRIO ME (BIME11) na B3 em 25 de novembro. - Créditos: Divulgação/B3.

O FII BRIO ME tem como Política uma distribuição mínima de 95% dos lucros líquidos de cada ano, sendo que haverá uma Assembleia Geral Ordinária de Cotistas em até 120 dias do término do exercício para aprovar ou não os proventos dos cotistas.

3. FII JS A FIN (JSAF11)

Tendo o Banco Safra como gestor, o JS Ativos Financeiros Fundo de Investimento Imobiliário (FII JS A FIN) estreou na B3 em 25 de novembro sob o código JSAF11.

Foram admitidas à negociação 1.573.047 de cotas, ao preço inicial de R$ 100,00 cada, respeitando o Regulamento do Fundo, que tem como foco investimentos em ativos imobiliários de forma prioritária, incluindo cotas de outros FII, ações de empresas do setor, CRI, dentre outros ativos-alvo - veja aqui o Regulamento.

O gestor deverá distribuir entre seus acionistas no mínimo 95% dos lucros líquidos registrados em cada exercício, sendo que a Assembleia Geral Ordinária de Cotistas será feita todo ano, em até quatro meses do término do período.

4. FII MORE CRI (MORC11)

Sob gestão do BTG Pactual Serviços Financeiros, o Fundo de Investimentos More Recebíveis Imobiliários, ou FII MORE CRI passou a ter cotas negociadas na B3 em 24 de novembro deste ano com o código MORC11.

Foram admitidas à negociação 776.940 cotas do Fundo, ao preço de R$ 100,00 cada. Nos termos da legislação em vigor, as cotas subscritas no período da Oferta Restrita permanecerão bloqueadas e somente poderão ser negociadas depois de decorridos 90 (noventa) dias de sua subscrição ou aquisição pelo investidor, segundo explicou a B3 na época.

O FII MORC11 tem por objeto o investimento, preponderantemente, em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), mas também pode fazer investimentos complementares em outros ativos, como cotas de outros fundos, letras hipotecárias, Letras de Crédito Imobiliário, dentre outros - veja o Regulamento.

5. FII CYRELA (CYCR11)

O Cyrela Crédito - Fundo de Investimento Imobiliário começou a ter cotas negociadas na B3 em 23 de novembro, sob o código CYCR11. Segundo o regulamento, o FII Cyrela está sendo administrado pelo Banco Genial.

Foram admitidas à negociação 530 mil cotas, ao preço de R$ ­­­­100,00 cada, segundo as informações dispostas pela B3 na época. Desde sua estreia, o FII já pagou dividendos três vezes.

Segundo o Regulamento, o FII Cyrela deve manter 67% a 100% de seu parimônio líquido investido em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e até 33% do patrimônio exposto a outros ativos. Veja abaixo a taxa de administração anual e fixa para cada caso:

Créditos: Reprodução/Regulamento FII CYRELA.
Créditos: Reprodução/Regulamento FII CYRELA.

6. FII EQI RECE (EQIR11)

Iniciou em 22 de novembro a negociação das cotas do Fundo de Investimentos Imobiliários (FII) da Gestora EQI, focado em recebíveis, sendo o FII EQI RECE, de código EQIR11.

Foram admitidas à negociação 502,5 mil cotas do Fundo, ao preço de R$ 100,00 cada, das quais 322.500 já se encontravam liberadas para negociação na estreia.

Como dito acima, o foco da alocação dos recursos do FII gerido pela gestora EQI são os CRIs (Créditos de Recebíveis Imobiliários), assim possibilitando a diversificação através de produtos de renda fixa com taxas de rentabilidade mais previsíveis além de ampla abrangência setorial, minimizando riscos - veja o Regulamento do Fundo.

Estreia das cotas do FII EQIR11, da gestora EQI Asset, na B3 em novembro. - Créditos: Divulgação/B3.
Estreia das cotas do FII EQIR11, da gestora EQI Asset, na B3 em novembro. - Créditos: Divulgação/B3.

7. FII MOGNO ID (MGIM11)

O Fundo de Investimento Imobiliário Mogno Real Estate Impact Development Fund ou FII MOGNO ID estreou suas cotas na B3 em 9 de novembro, com o código MGIM11.

Foram admitidas à negociação 237.300 cotas do Fundo, ao preço de R$ ­­­­100,00 cada. O admistrador é o BTG Pactual Serviços Financeiros, mas também há gestão da Mogno Capital.

"O objeto do FUNDO é o investimento em empreendimentos imobiliários, primordialmente, por meio da aquisição de empreendimentos imobiliários prontos e devidamente construídos, terrenos ou imóveis em construção, voltados para uso de qualquer natureza, seja pela aquisição da totalidade ou de fração ideal de cada ativo, para posterior alienação ou locação por meio de contrato típico ou "atípico", na modalidade "built to suit" ou "sale and leaseback" na forma do artigo 54-A da Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1.991, conforme alterada, ou ainda arrendamento, inclusive de bens e direitos a eles relacionados", consta no Regulamento do FII.

8. FII GTIS LG (GTLG11)

Em 8 de novembro, a B3 inagurou a entrada das cotas (GTLG11) do Fundo GTIS Brazil Logistics ou FII GTIS LG. Foram admitidas à negociação 7,173 milhões de cotas, ao preço de R$ ­­­­100,00 cada.

Diferente dos demais, o foco do FII GTIS LG são investimentos de pelo menos 2/3 do patrimônio líquido em empreendimentos imobiliários do segmento logístico, instalados no Brasil e construídos para fins de geração de renda - veja aqui o Regulamento do Fundo.