O Banco do Brasil (BBAS3) iniciou a sessão da Bolsa de Valores do dia com uma alta de mais de 4% após a divulgação de resultados e o anúncio de dividendos, ambos ocorridos nessa quinta-feira, 6 de maio.

Em relação aos resultados, o destaque ficou para o lucro líquido ajustado, que foi de R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma alta de 44,7% em relação ao 1T20, quando foram reportados R$ 3,4 bilhões em lucro líquido. Já em relação ao 4T20, foram 32,9% a mais.

De acordo com o banco esse resultado, principalmente se comparado com o 4T20, teve a influncia de uma redução de 50,8% do Plano Contábil das Instituições Financeiras (PCLD) ampliada, pelo desempenho positivo da margem financeira bruta (MFB) que cresceu 2,8% e pela redução em despesas administrativas.

A MFB totalizou R$ 14,6 bilhões no 1T21, crescimento de 2,8% e 4,0% na comparação trimestral e anual respectivamente. Já a PCLD Ampliada, composta pela despesa de PCLD líquida da recuperação de crédito, descontos concedidos e imparidade, totalizou R$ 2,5 bilhões no 1T21.

E quanto às despesas administrativas, no 1T21 elas totalizaram R$ 7,7 bilhões, queda de 4,8% em relação ao trimestre anterior. De acordo com o comunicado, esse decréscimo foi influenciado, principalmente, pelas outras despesas administrativas, com retração de 10,4% na mesma comparação, e pelas despesas de pessoal, influenciadas pelo desligamento de funcionários, no escopo do Plano de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE) que ocorreu, em parte, no período, além das economias geradas no contexto do novo Programa de Cargos e Salários e do Programa Performa, dentre outras medidas.

Vale lembrar que esse resultado positivo veio mesmo em um cenário turbulento para a instituição financeira do ponto de vista de gestão. Depois de o BB anunciar uma forte reestruturação de seu quadro, com demissões, o presidente Jair Bolsonaro reagiu e forçou a demissão do executivo André Brandão, que havia sido selecionado para o cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Outros resultados

As receitas de prestação de serviços somaram R$ 6,9 bilhões no 1T21, queda de 6,9% na comparação com o trimestre anterior, justificada pelo banco, pela queda de 12,3% nas receitas com tarifas de conta corrente.

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 2,7%, também justificada em grande parte pelas menores receitas de conta corrente (-14,8%). Porém, o BB destacou que essas perdas foram parcialmente compensadas pelo desempenho
dos segmentos de seguros (+5,6%), cartão de crédito/débito (+6,4%) e consórcios (+17,3%).

O Índice Basileia do banco, ao fim do primeiro trimestre de 2021, foi de 19,56% e o índice de capital nível I de 16,6%, sendo 12,89% de capital principal.

Gráfico de apresentação do Índice Basileia do BB. Créditos: Reprodução/BB
Gráfico de apresentação do Índice Basileia do BB. Créditos: Reprodução/BB

A Carteira de Crédito Ampliada, por sua vez, totalizou R$ 758,3 bilhões no 1T21, o que representa um crescimento de 2,2% na comparação com o 4T20.

Na comparação com o 1T20 (+4,5%), destaque para o crescimento do segmento PF (+7,1%) e do MPME (+26,1%) além do aumento de 6,4% do Agronegócios.

Na comparação com 4T20, o crescimento da carteira ampliada PF (+2,0%) pode ser explicado pelo crescimento da linha crédito consignado (+3,2%) e empréstimo pessoal (+12,9%).

Os ativos totais do BB, por sua vez, ficaram R$ 1,829 trilhão, uma expansão de 14,4% em um ano. O patrimônio líquido ficou em R$ 138,2 bilhões, 23% maior que um ano atrás.

Já o retorno sobre o patrimônio líquido ajustado (RSPL) ficou em 14,8%, no primeiro trimestre deste ano, 3,4 pontos porcentuais maior do que no trimestre anterior e 3,7 pontos acima da rentabilidade registrada em igual período de 2020.

Veja o relatório de resultados do 1T21 na íntegra.

Dividendos

Os dividendos anunciados serão pagos no dia 28 de maio de 2021 e são referentes ao ao 1T21. Terão direito ao provento aqueles que detiverem ações do banco até o dia 21 de maio de 2021.

Os valores serão os seguintes:

- R$ 212.106.576,44 sob a forma de dividendos;
- R$ 970.473.460,21 sob a forma de Juros Sobre Capital Próprio (JCP);
- Total: R$ 1.182.580.036,65 bilhões.

O valor por ação será de R$ 0,074 referentes aos dividendos e R$ 0,340 de JCP.

O BB informou ainda que o pagamento será feito por conta corrente, poupança-ouro ou por caixa. E pediu atenção: os acionistas cujos cadastros estejam desatualizados terão suas remunerações retidas até a efetiva regularização de seus registros em uma das agências do BB.

Além disso, no caso do JCP, haverá retenção de imposto de renda na fonte sobre o valor nominal de acordo com a legislação vigente (15%). Os acionistas dispensados da referida tributação deverão comprovar esta condição até 25/05/2021 em uma das agências do BB.

Veja o resumo do pagamento dos dividendos abaixo:

Valor total (dividendos): R$ 212.106.576,44
Valor total (JCP): R$ 970.473.460,21
Valor por ação (DIV): R$ 0,07433470709
Valor por ação (JCP): R$ 0,34011137994
Data Com: 21 de maio de 2021
Data Ex: 24 de maio de 2021
Data do pagamento: 28 de maio de 2021

Veja aqui o anúncio de dividendos publicado pelo Banco do Brasil.