Flexpool, minerador de Ethereum, bane russos após conflito na Ucrânia

A decisão de Vladimir Putin, presidente da Rússia, de invadir a Ucrânia, ainda além das regiões consideradas por ele como independentes, em 24 de fevereiro já começa a gerar prejuízos para o maior país do mundo.

Nos últimos dias, as potências do G7 decidiram excluir a Rússia do sistema de pagamentos global Swift, como pressão à economia e ao sistema financeiro do país. A decisão visa também a diminuir o poder de negociações russas de insumos para o conflito.

Além disso, também já no início da invasão, o pool de mineração de Ethereum Flexpool anunciou que cancelou o serviço para todos os clientes russos, como uma forma de posicionamento político, indo contra o que a empresa chamou de "ambições de Putin".

No comunicado, a Flexpool destaca que esse é o maior conflito desde a Segunda Guerra Mundial e que envolve não só um problema entre os dois países, ao referenciar o tamanho bélico - potencialmente nuclear - dos envolvidos.

"Geralmente não nos envolvemos em política, apesar de nossas opiniões pessoais como empresa. No entanto, isso é maior do que a política, maior do que qualquer um. Esta é uma guerra que pode acabar com o mundo. Certamente está acabando com a vida de muitas pessoas inocentes na Europa Oriental. Embora haja pouco que possamos fazer, seria errado lucrar com isso ou financiá-lo indiretamente. Estamos cancelando o serviço para todos os IPs russos e pagando saldos pendentes", disse a Flexpool em comunicado.

Russos poderão voltar à Flexpool

Entretanto, a empresa de criptomoedas também informa que os clientes russos poderão novamente passar a usar os serviços, quando e se o conflito acabar de forma pacífica. A empresa destaca que a decisão não foi tomada contra os russos em si, mas em razão da cidadania dos clientes.

"(...) é você que está apoiando sua nação. Sem o povo, a Rússia não pode operar. É somente reduzindo o poder econômico de seu povo que temos a chance de afetar esta guerra", disse a empresa. "Agradecemos a sua lealdade e espero que compreenda que não tomamos esta decisão de ânimo leve. Caso esta situação seja resolvida pacificamente, teremos todo o prazer em receber de volta todos os mineiros russos e usar nossos fundos pessoais para compensar você", direciona aos clientes russos de forma direta.

Ameaça nuclear

O conflito entre a Rússia e Ucrânia gera medo, não só pela guerra nos dois países - que já é preocupante -, mas pelo poder nuclear que ambos possuem. De um lado, a Rússia com suas 58 usinas em pleno funcionamento, enquanto a Ucrânia segue hoje com quatro geradores de energia nuclear.

Vale mencionar que a Ucrânia tem sua operação manchada pelo acidente de Chernobyl, o maior desastre nuclear do mundo, cuja usina está sob posse dos russos, inclusive.

A tensão é sobre a destruição em larga escala que seria acarretada por qualquer atingimento de alguma das regiões nucleares da Ucrânia, que é onde o conflito vem ocorrendo, com bombas e mísseis, por exemplo.

Sobre esse assunto, o conselheiro do Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, alertou no Twitter sobre o ataque russo em Chernobyl: "Se a artilharia dos invasores atingir e danificar os coletores de resíduo nuclear, poeira radioativa pode se espalhar por todo o território da Ucrânia, Belarus e países da União Europeia".