O mês de julho de 2021 não foi fácil em relação ao clima. Em algumas localidades do Brasil, as temperaturas negativas duraram por dias, trazendo consigo a geada e até a neve. Para proteger moradores de ruas muitas cidades do Sul fizeram mutirão e nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste houve muita preocupação também com a agricultura.
Sim, estamos no inverno, época em que as temperaturas baixam realmente, porém, algumas mudanças climáticas vem resultando em frios e calores fora de época e também mais extremos, com temperaturas mais altas de um lado e mais baixas de outro.
E foi exatamente o que aconteceu no mês passado e é o que pode acontecer novamente nos próximos dias, porque segundo a Somar Meteorologia, o tempo muda já neste fim de semana com quedas nas temperaturas e instabilidades que devem afetar até a região Norte do Brasil, mas principalmente a região Sul. Nos próximos dias, em estados como o Rio Grande do Sul, as mínimas poderão chegar a 3 graus.
Dentro desse contexto, especialistas já apontam que o preço dos alimentos pode ser afetado nos próximos meses e até nos próximos anos. Entenda porquê.
Como a temperatura impacta a agricultura?
Cada tipo de plantação requer uma condição climática para seu plantio e para seu desenvolvimento, como a temperatura, a quantidade de água para irrigar, a quantidade de horas de sol, entre outros fatores. Caso ocorra alguma divergência dessas exigências, pode ocorrer de a planta não crescer o suficiente, ou até morrer na pior das hipóteses.
Por esse motivo, as plantações que não se adaptam muito bem ao frio, numa dessas ondas de frio mais extremo, são diretamente afetadas. Elas não se desenvolvem, sua colheita diminui e a quantidade de produto acaba sendo mais escasso.
De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), no mês de julho, cerca de 20% da plantação de café foi afetada pela onda de frio intenso. Por isso, a safra deve ter menos grãos e seu rendimento menor.
Ainda de acordo com a FAESP, outros itens que também foram afetados são o milho e a cana-de-açúcar.
Então o preço dos alimentos vai subir?
Pode-se dizer que ainda é cedo para saber quanto vai subir no valor dos alimentos, mas com certeza o consumidor vai sentir o impacto desse frio em seu bolso.
Isso tem a ver com a regra da oferta e demanda. Devido a queda nas temperaturas, os produtos como milho, café e cana-de-açúcar acabam sendo menos ofertados, mas sua demanda continua a mesma, portanto o preço desses itens sobe e impacta no orçamento dos brasileiros.
E com o preço do milho, por exemplo, impacta também o produtor, já que ele é usado como alimento para bovinos, suínos e aves, repassando no valor final da carne.
Já a cana-de-açúcar é usada na produção do etanol, elevando o preço dos combustíveis e, automaticamente, o preço do transporte, que impacta nas transportadoras, deixando ainda mais caro, já que tudo depende do transporte para chegar até os centros de distribuição.
Itens que ficam mais caros
Alguns itens que irão ficar mais caros para o consumidor são:
- Milho;
- Cana-de-açúcar;
- Café;
- Etanol;
- Carne;
- Soja;
- Trigo.
Como fugir da alta dos preços
Para fugir do aumento dos preços, é interessante fazer aquela boa e velha pesquisa em supermercados. Se você tiver a opção de frequentar grandes atacados, essa também é uma saída que costuma valer a pena.
Outra dica é a substituição de produtos. No Brasil, no último ano isso já vem acontecendo com a carne, por exemplo. Come-se menos carne vermelha e mais frango, por exemplo. Em alguns casos, a carne vem sendo substituida também pelo ovo, que está bem presente na mesa do cidadão brasileiro.
Uma coisa é certa: podemos esperar ainda mais inflação no preço dos alimentos nos próximos meses.
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