A captação líquida dos fundos de investimentos do Brasil teve o seu menor valor para um 1º semestre em 8 anos. A diferença entre os aportes e os resgates chegou a R$ 8 bilhões entre os meses de janeiro e junho, conforme os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Além disso, o saldo é 97% inferior ao registrado no mesmo período de 2021, quando os saldos receberam o valor recorde de R$ 272,5 bilhões, e o 3º menor da série histórica, que começou em 2002. A captação líquida de 2022 só perde para o 1º semestre de 2014, que foi de R$ 4,6 bilhões, e de 2002, quando o saldo foi negativo (R$ 23 bilhões).
Abaixo, confira os detalhes.
Fundos de investimentos têm pior captação em 8 anos no 1T22
De acordo com Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, o resultado do 1º semestre é reflexo da alta da taxa Selic no Brasil. Ele explica que "Os juros altos aumentam a atratividade de produtos isentos de imposto de renda, como alguns títulos de renda fixa. Ao longo deste ano estamos vendo uma saída relevante das classes de ações e multimercados".
Apesar da baixa nas captações dos fundos de investimentos, outros números da indústria registraram variações positivas neste 1º semestre em relação a 2021. Além disso, o patrimônio líquido dos fundos cresceu 6,8% na comparação anual. E assim, saiu de R$ 6,7 trilhões para R$ 7,2 trilhões.
Enquanto isso, o número de contas aumentou em 11,4%, para 31,57 milhões, e o número de fundos cresceu 12,5%, para 27.507. Rudge disse que o resultado dos primeiros 3 meses de 2022 não se destoou daqueles de anos anteriores, e acredita na recuperação dos números até o final de 2022.
"A velocidade da fuga de capital já está diminuindo, até pelo patamar do preço dos ativos. Nada dura para sempre, em algum momento os investidores concluem que o valor atual mais do que justifica os eventuais riscos, e voltam à normalidade, ou pelos menos para um patamar mais razoável nesse sentido", afirmou o vice-presidente da Anbima.
Captação dos fundos por classe
Em geral, os aportes que seguraram o saldo positivo da captação líquida dos fundos no período vieram dos fundos de renda fixa, e dos FIDCs (fundos de investimentos em direitos creditórios). Os fundos de renda fixa registraram saldo de R$ 88,8 bilhões - uma baixa de 25,1% frente ao saldo de R$ 118,6 bilhões do mesmo período de 2022.
Enquanto isso, os FIDCs somaram R$ 31,6 bilhões em ganhos neste 1º semestre. Entretanto, mais da metade do valor veio de um único aporte de R$ 16,5 bilhões em um FIDC da classe agro, indústria e comércio, explica a Anbima. Na comparação anual, os aportes em FIDCs tiveram baixa de 51,5% - no mesmo período de 2021, eles captaram R$ 65,2 bilhões.
Os resgates de 2022 foram puxados pelos fundos multimercados, que saíram de um saldo positivo de R$ 89,9 bilhões no 1º semestre de 2021, para um valor negativo de R$ 61,8 bilhões no mesmo período de 2022. Enquanto isso, os fundos de ações tiveram grande peso dos resgates. Em 2021, a classe registrou ganhos de R$ 3,8 bilhões, enquanto em 2022, o saldo negativo foi de R$ 49,5 bilhões.
Qual foi o resultado do fundo de captação no 1º trimestre de 2022?
A captação líquida dos fundos de investimentos do Brasil teve o seu menor valor para um 1º semestre em 8 anos. A diferença entre os aportes e os resgates chegou a R$ 8 bilhões entre os meses de janeiro e junho, conforme os dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
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