A inflação vem aumentando significativamente no Brasil nos últimos meses e umas das principais características dela é a diminuição do poder de compra das pessoas, com a mesma quantidade de dinheiro. Um dos ítens que mais vem pesando no bolso do brasileiros é o combustível, mesmo com as recentes reduções no preço, após uma longa sequência de altas.
E é normal que surjam algumas perguntas, como "por que a gasolina está tão cara?". Eventualmente surgem até algumas teorias, ou vemos o Governo Federal colocando a culpa no Governo do Estado e vice-versa. E então novas dúvidas surgem como "mas afinal, como é composto o preço desse combustível?".
Para responder a essa segunda pergunta e pra te ajudar a entender a resposta da primeira pergunta também, a gente traz esse artigo. A partir de informações oferecidas pelo Banco Inter e pela Petrobras, vamos entender o preço da gasolina juntos. Vamos lá?
Como é composto o preço da gasolina?
No Brasil, há uma série de itens que compõem o preço desse combustível (o que por si só já ajuda na elevação dos preços). Veja quais são eles:
- Preço do produtor (Petrobras e importadores) - em geral a maior fatia do bolo, cerca de 50,3%;
- Preço do etanol - o combustível comercializado nos postos do país é composto por 73% de derivado de petróleo (gasolina A) e 27% de etanol de origem canavieira. Ele representa 16,1% do preço;
- Tributos federais - PIS, Cofins e Cide, que estão zerados até dezembro de 2022;
- Imposto estadual - ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que até o fim de 2022 deve representar cerca de 15% de peso sobre o valor nas bombas;
- Distribuição, transporte e revenda - representando 18,8%.
Veja a imagem abaixo com a ilustração desses preços na prática hoje, dia 29 de julho de 2022:
Curiosidade importante: Em 2016, a política de preços de combustíveis da Petrobrás foi alterada para seguir a política de Paridade de Preços de Importação (PPI). A partir disso, os preços de venda dos combustíveis passaram a seguir o valor do petróleo no mundo e a variação cambial.
Quais fatores influenciam na alta dos preços?
Então, entramos no segundo item importante que é o dos fatores que influenciam no preço da gasolina. São eles:
Preço do dólar
A Petrobras, que abastece os distribuidores, calcula o preço da refinaria com base nos preços do petróleo (atrelado ao dólar) e nas taxas de câmbio. Nesse sentido, a valorização do dólar norte-americano obriga o preço da gasolina a subir;
O aumento na demanda
Com a retomada da economia mundo afora após a pandemia, a demanda pelo petróleo (que é uma commodity) também aumentou, o que resultou no aumento do valor no mercado internacional.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a produção mundial de combustíveis no segundo trimestre de 2020 foi de 92,3 milhões de barris por dia, enquanto a demanda foi de 84,8 milhões de barris.
No mesmo período de 2021, a demanda aumentou para 96,7 milhões de barris por dia, mas a produção foi de 94,9 milhões de barris.
O valor do barril
Os do tipo Brent, que são comercializados em Londres e usados pela Petrobras para cálculo de preços, subiram quase 40% desde o início do ano, pressionando os preços dos combustíveis fósseis em geral.
E os impostos, qual o papel deles?
E há ainda os impostos, que como vimos, têm uma participação relevante na composição do preço. Se os impostos aumentam, consequentemente o preço do combustível vai ser elevado também.
Para se ter uma ideia, segundo a Tabela de Tributação dos Combustíveis por Estado, disponibilizada pela Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), até recentemente em São Paulo, o CIDE, PIS e COF correspondiam a R$ 0,6869 do preço da gasolina e o ICMS corresponde a R$ 1,5025. Juntos, eles somam um total de R$ 2,189.
- É possível conferir os dados de outros estados clicando aqui.
Atualmente, os impostos federais estão suspensos, até o fim do ano e o ICMS também está limitado a 15% em função de uma legislação que também ficará em vigor até dezembro de 2022. Depois ambos devem voltar e o preço certamente irá subir novamente.
Com informações Banco Inter e Petrobras.
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