A elevação dos preços das passagens aéreas levou a uma grande desvalorização das milhas. Em suma, o consumidor está perdendo dos dois lados. Ou seja, ele precisa de muitos pontos para viajar, bem como leva mais tempo para acumular o crédito.
De acordo com um levantamento da plataforma MaxMilhas, a média de milhas exigidas por passagem cresceu 17% em 2022, em todos os trechos comprados, na comparação com 2021. Ou seja, no mês de maio de 2021, eram necessárias, em média, quase 6 mil milhas para viajar entre as maiores capitais do Brasil. Entretanto, neste mês, são necessárias mais de 10 mil.
E para piorar, a ponte aérea Rio de Janeiro - São Paulo teve uma inflação de milhas ainda mais expressiva. É dito isso, pois o preço aumentou cerca de 70% em 12 meses. Abaixo, confira os detalhes.
Inflação das milhas prejudica a troca de pontos por passagens
De acordo com uma pesquisa feita pelo Globo, considerando um mês de antecedência para somente uma perna de trechos, achou bilhetes valendo entre 7.300 a 40.500 pontos.
Além dos preços das passagens, o volume de milhas necessário para viajar, considera a disponibilidade de assentos, a quantidade de voos abertos para um destino, a antecedência e se é alta ou baixa estação.
Segundo José Ronaldo Souza Júnior, economista e professor do Ibmec, muitos cartões de crédito convertem os gastos em milhas utilizando como paridade, o dólar. Ou seja, a cada dólar gasto, o cliente ganha um ponto de recompensa. Com o real desvalorizado, fica mais complicado juntar o preciso para emitir bilhetes.
"A mesma compra em real no cartão de crédito vai gerar um acúmulo de milhas em torno de 20% menor na comparação entre janeiro de 2020 e agora, considerando o patamar do dólar", calcula Souza Júnior.
Ademais, acumular milhas ainda se mantém vantajoso somente em decorrência de um voo, já que a proporção do benefício segue os valores das passagens. Depois da flexibilização das restrições sanitárias, alguns programas de fidelidade alteraram a política de arrecadação de pontos para estimular os passageiros.
A Smiles liberou ainda, a participação de quem adquirir passagens nas tarifas Promo e Light, o que não era possível antes da pandemia. Para ambas, cada real no valor da passagem equivale a uma milha Smiles. Já para a Plus, R$ 1 se converte em 2 milhas, e na tarifa Max, R$ 1 dá 3 milhas.
Entretanto, essa forma de repasse ainda é minoria. De acordo com os dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf), dos 97,1 bilhões de pontos e milhas emitidos no 4º trimestre de 2021, apenas 4,8% foram adquiridos por companhias aéreas. O restante, 95,2%, foram usados por bancos e varejo para repasse nos seus programas de fidelidade.
Por que o programa de milhas não vale a pena?
A elevação dos preços das passagens aéreas levou a uma grande desvalorização das milhas. Em suma, o consumidor está perdendo dos dois lados. Ou seja, ele precisa de muitos pontos para viajar, bem como leva mais tempo para acumular o crédito.
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