Se você pensou que a tempestade da inflação alta estava próxima do seu fim, temos uma má notíci: pelo menos no início de 2022, a inflação seguirá pressionada por uma combinação de fatores domésticos e externos, de acordo com os especialistas e o próprio Banco Central (BC).
Em suma, as tensões geopolíticas internacionais, como a ameaça de conflito militar entre Rússia e Ucrânia, são alguns dos fatores externos. Já entre as questões internas há os problemas climáticos e as incertezas políticas deste ano - em que haverá eleições -, e que devem elevar os índices de preços pelos menos no 1º trimestre.
Ademais, o fenômeno da inflação possui origem externo e prejudica, inclusive, os países desenvolvidos. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor chegou a 7% em 2021, o nível mais alto desde 1982 e justamente em função disso, o FED - que é o BC dos EUA - está cogitando elevar sua taxa de juros.
Inflação alta: entenda porque ela deve se manter
Na zona do euro, a inflação fixou em 5%. E dessa forma, alcançou o maior valor desde a criação da moeda única no continente europeu. Esse cenário se formou mesmo com o desemprego alto em diversos países, o que tende a desacelerar naturalmente a economia.
A reabertura das economias depois da fase mais intensa das restrições sociais provocada pela pandemia, levou o preço internacional do barril de petróleo aumentar para US$ 80. O valor é 4 vezes acima do que na fase mais aguda da pandemia, momento este, em que a cotação chegou a reduzir para US$ 19.
Além disso, o problema não aconteceu somente com o petróleo. Inclusive, as fontes de energia como o carvão e o urânio também ficaram mais caras. E as tensões entre a Rússia e a Ucrânia e o bombardeio a caminhões de combustível nos Emirados Árabes Unidos, realizado por rebeldes financiados pelo Irã, prejudicaram ainda mais a situação.
Outro ponto a se considerar é que recentemente a Petrobras anunciou a primeira alta de combustíveis em de 2022. Em suma, o aumento terá impacto no bolso dos brasileiros nas próximas semanas. Ainda mais, com a notícia de que os governadores vão descongelar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis.
Ademais, outro fator que forçou a inflação ao nível global, foi o gargalo nas cadeias de produção depois da reabertura da economia em vários países. Além da elevação da demanda global, a política de isolamento social em zonas industriais e portuárias da China para barrar o avanço da pandemia levou a escassez de insumos e de mercadorias importadas.
Por fim, os produtos industrializados ficaram mais caros. Inclusive, há filas de duas a três semanas em diversos portos para descarregar as mercadorias. Já os fretes tiveram um aumento de preço de 4 a 5 vezes, dependendo do produto.
Com informações Agência Brasil.
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