Pela primeira vez na história, os dividendos pagos por empresas relacionadas a Ibovespa estão superando a taxa Selic. Após o Banco Central cortar pela oitava vez consecutiva a taxa Selic, levando-a para 2,25% ao ano, deixando ainda mais vulnerável a novos cortes, os investimentos fora da renda fixa se tornam os mais novos "queridinhos" dos investidores brasileiros.

Por isso, os investimentos de renda variável, principalmente os que pagam dividendos, devem ser a mais nova tendência do mercado financeiro. Em tempos de pouco rendimento, e com juros baixos, os dividendos assumem o papel de amenizar a queda nos rendimentos.

De acordo com a opinião de especialistas, a maioria dos investidores brasileiros estão com o foco voltado para os rendimentos no ano de 2021, acreditando que o cenário de lucros neste ano deve estar mais próximo do normal. Entretanto, enquanto o ano de 2021 não chega, as empresas que pagam dividendos terão papel fundamental para proteger o caixa.

Confira no quadro abaixo as principais ações da Ibovespa que pagam dividendos acima da taxa Selic, segundo a XP Investimentos:

EMPRESA TICKET RECOMENDAÇÃO PREÇO-ALVO DIVIDENDO ESTIMADO EM 2021 (R$) DIV. YELD 2021
AES Tietê TIET11 Compra 16 0,87 10,40%
Engie EGIE3 Neutro 40 3,56 8,00%
Cyrela CYRE3 Compra 24,7 1,67 7,50%
Taesa TAEE11 Neutro 30 1,82 7,20%
CCR CCRO3 Neutro 16 1,03 7,20%
Sanepar SAPR11 Compra 32 2,06 6,50%
Itaú ITUB4 Neutro 30 1,68 6,40%
Transmissão Paulista TRPL4 Neutro 23 1,29 6,30%
Cesp CESP6 Compra 34 0,47 1,90%

*Fonte: XP Investimentos

Dividendos surgem como alternativa para fortalecer o caixa em tempos de crise. (Foto:Reprodução)
Dividendos surgem como alternativa para fortalecer o caixa em tempos de crise. (Foto:Reprodução)

A crise econômica causada pela pandemia do novo Coronavírus gerou um impacto gigantesco no mercado. No Brasil, por exemplo, onde os investidores estavam se habituando com resultados e balanços positivos das empresas e ações, o cenário mudou completamente, o que causou uma recessão bastante significativa.

Além dos prejuízos atuais, o mercado ainda precisa aliviar a tensão de quem investe. Isso porque, o temor de uma segunda onda mundial de contágio pela COVID-19 acende o alerta de novos lockdowns (Quando as autoridades federais determinam o fechamento de todo o comércio, levando ao mínimo as movimentações da economia) em quase todos os países do mundo. Sendo assim, a normalização do cenário econômico deve ser muito mais lenta e demorada.