Com a queda nos juros puxando a renda fixa para baixo, é interessante se planejar para adentrar em investimentos que tragam um retorno maior, como as ações. O problema é que quanto maior o potencial de rendimento, maior é o risco, o que pode trazer insegurança aos iniciantes. Se esse é seu caso, então reserve alguns minutos e veja abaixo informações que você precisa saber para comprar ações.

Ações são pequenas partes do capital social de uma empresa (privada ou pública). Também chamadas de títulos, as ações são negociadas na bolsa de valores e podem ser acessadas por qualquer pessoa. Assim, investir em uma ação significa comprar uma pequena parte da empresa.

Ao investir em uma ação, você automaticamente se torna um acionista (mesmo que minoritário) da empresa, participando da sociedade e tendo direitos, como por exemplo, de receber partes do lucro obtido pela companhia. Já os grandes investidores (que têm milhões e até bilhões investidos no ativo) são os sócios majoritários que exercem bastante influência nas decisões corporativas.

Além disso, é importante saber que existem dois tipos de ações:

  • Ação ordinária (de código ON), cujo acionista tem direito a voto nas decisões sobre a empresa, de maneira proporcional à participação. Na bolsa de valores, as ações ordinárias recebem o número 3 no final. A mineradora Vale, por exemplo, é tem sua ação ordinária pelo ticker VALE3.
  • Ação preferencial (PN): é o tipo de ação que não concede direito a voto, mas permite proventos (como dividendos) maiores do que as ações ON. O acionista de ação preferencial tem prioridade na hora de distribuição de lucro ou reembolso do capital da empresa. As PN's recebem o número 4 no final do código. A Petrobras, por exemplo, tem a ação PETR4.

As ações podem ainda ser encontradas no mercado em pacotes, são as chamadas Units que sempre carregam o número 11 no final. Por exemplo, uma unit pode ser formada por uma ação preferencial e duas ações ordinárias da empresa. Tome como referência a unit TAEE11, ativo da empresa de energia Taesa.

O que saber antes de investir em ações?

Antes de investir em ações, primeiro você precisa ter, no mínimo, noções básicas do funcionamento do mercado financeiro. Entenda que não é um mundo sem lei, como um jogo de azar. Aqui no Brasil, temos só uma bolsa de valores (a B3 - Brasil, Bolsa, Balcão); enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, há diversas bolsas, como a Nyse e a Nasdaq.

Também é de extrema importância conhecer a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a nossa "xerife do mercado financeiro"; vinculada ao Ministério da Economia. Ela fiscaliza, normatiza, disciplina e desenvolve o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM atua em várias áreas, como por exemplo, policiando as oscilações das ações na bolsa e as aberturas de capitais.

Desta forma, saiba que o mundo das ações não está à deriva e é um mercado devidamente administrado (pela B3) e fiscalizado pelo governo.

Boas práticas para investir em ações

É "proibido" investir um dinheiro que não se pode perder

É comum encontrarmos pela vida alguém que comprou ações de forma imprudente com o dinheiro que deveria ser usado para alguma necessidade. Não seja essa pessoa! Ter autocontrole é essencial, principalmente em investimentos arriscados. O indicado é montar um planejamento financeiro, inclusive considerando rendas extras, para ir conseguindo os valores para investir em ações.

Defina seu perfil de investidor

Dá para definir seu perfil de investidor a partir de fatores como os objetivos e o nível de tolerância ao risco. Quando se analisa o comportamento dos investidores, são identificados três tipos:

  • Conservador: É o investidor que prefere manter seu patrimônio em segurança, mesmo se isso custar rendimentos menores no longo prazo;
  • Agressivo: é aquele que deseja ganhos maiores e por isso está disposto a correr riscos (e tem poder aquisitivo para isso), em busca de fortes ganhos na bolsa de valores. É o oposto do primeiro;
  • Moderado: É o investidor que prefere uma carteira equilibrada entre segurança (retorno menor) e risco (com ativos mais arriscados).

Escolha setores que se dão bem na crise

É difícil, para não dizer impossível, prever se uma ação vai cair ou subir num dado período de tempo. Na verdade, os especialistas e os grandes investidores investem com base no potencial de valorização do ativo no mercado.

Para isso, são usados diversos fundamentos e indicadores que servem para avaliar a gestão e o operacional da empresa (dona da ação). Além disso, é inteligente comprar ações de empresas de setores que se dão bem na crise, principalmente agora em meio à pandemia, como é o caso de energia e telecomunicações.

Diversifique a carteira de investimentos

Uma carteira de investimentos não é algo complexo, trata-se do conjunto de ativos que o investidor tem. A diversificação serve para que o investidor não cometa o erro de aportar todo seu dinheiro em um único ativo, porque ao fazer isso, o risco de perder tudo numa tacada só é real.

Especialmente no âmbito das ações, saiba que a diversificação dos ativos é quase uma lei, que nos obriga a distribuir o capital entre papéis diferentes.

Pois, imagine que você tenha 100% de seu dinheiro investido numa só ação e ela repentinamente sofra uma forte queda na bolsa; a perda seria grande neste caso (sendo possível a perda total). Agora, e se, ao contrário disso, você tenha na carteira três ações: uma com resultado negativo e duas sendo valorizadas no mercado. Haveria, sim, perda neste caso, mas ela seria compensada pelas altas das outras duas ações. Essa é a importância da diversificação.

Escolha uma ação para começar

Mesmo após estudar muito, você ainda pode sentir insegurança para investir, o que é normal. Uma forma de contornar isso é mirar em alguma ação para comprar e ir acompanhando a empresa, seus balanços e perspectivas de crescimento ou lucros futuros.

Como investir em ações na prática? Veja o passo a passo

A parte prática de investir em ações é tecnicamente simples. Tendo em mente qual papel você quer comprar, basta seguir o passo a passo abaixo:

  1. Abra uma conta em alguma corretora de investimentos (caso não tenha);
  2. Deposite dinheiro na corretora;
  3. Acesse o home broker (plataforma de investimento) de sua corretora;
  4. Compre! Dá para comprar um lote inteiro (100 ações) ou frações dela (lotes menores que 100).

Para comprar frações de uma ação, basta digitar na ferramenta de busca do home broker o código da ação mais a letra "F" no final. Depois basta definir a quantidade de cotas que você quer, sendo que o preço de cada uma delas pode variar um pouco, entre um lote padrão e o fracionário.

Estratégia de investimento

Existem várias estratégias de investimento em ações e a escolha de uma para você deve respeitar seu perfil de investidor - agressivo, conservador ou ainda moderado, como você entenderá abaixo.

Além disso, outros fatores devem ser considerados na hora de escolher uma estratégia, como o nível de conhecimento e o capital disponível. Para começar, conheça as duas principais formas de investimentos:

Day Trade

Day Trade é a estratégia que geralmente atrai a atenção das pessoas para a Bolsa. Consiste na compra e venda de ações no mesmo dia, sendo que o benefício é o retorno extremamente alto que isso pode trazer em pouquíssimo tempo. Já a parte ruim do Day Trade é que, se a previsão do investidor estiver errada, o capital investido é derretido.

Durante o dia de operação, o Trader foca em ações cujos preços podem crescer (se valorizar) até certo tempo. É o famoso "comprar na baixa e vender na alta".

Mas como você já viu aqui, quanto maior o rendimento, maior é o risco de se perder dinheiro, sendo essa uma estratégia indicada para quem tem o perfil agressivo e conhece um pouco mais do mercado.

Dividendos

Essa é a estratégia recomendada para quem quer investir em ações pensando no longo prazo, isso porque o procedimento é: escolher uma boa empresa geradora de resultados e esperar que ela pague dividendos (partes do lucro) aos acionistas. Aqui, o foco não está centralizado na valorização das ações na bolsa, mas a chance de perder dinheiro é gritantemente menor.

Geralmente, quem investe em ações com foco em dividendos, está exposto a um risco menor, visto que o aporte sempre é feito em empresas que têm uma excelente gestão, que entregam resultados sólidos e consistentes e que têm um gordo histórico de distribuição de proventos aos acionistas, ou seja, são companhias normalmente consolidadas em seus setores e no mercado.

Vale dizer que dividendos são uma parte do lucro obtido pela empresa em algum período (ano ou semestre, por exemplo) que são destinados aos acionistas (a quem mantém posição de compra da ação).

Então, ficou mais confiante para investir em ações com essas dicas? Então compartilhe o post pelas redes sociais e ative as notificações do Poupar Dinheiro para receber mais conteúdos.