Os investidores brasileiros já contam com onze ETFs (Exchange Traded Funds ou Fundos de Índices) de criptomoedas. Você já ouviu falar do HASH11, do QBTC11, do BITH11, do QETH11, do ETHE11, do DEFI11, do QDFI11, do WEB311, do NFTS11, do CRPT11 ou ainda do BLOK11? Vamos saber um pouco mais sobre cada um deles?

O primeiro a estrear na B3 foi o HASH11, no dia 22 de abril de 2021. Já o QBTC11 chegou no dia 23 de junho. Ambos haviam sido aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ainda em março de 2021.

Já o BITH11 foi anunciado pela Hashdex no dia 13 de julho de 2021 e iniciou suas negociações no dia 5 de agosto, mas antes disso, no dia 4 de agosto, surpreendendo o mercado, o QETH11 deu seu pontapé inicial também. Pouco depois, no dia 9 de agosto, a Hashdex lançou seu terceiro ETF, o ETHE11 que estreou na bolsa no dia 18 de agosto.

Depois disso, em 2022, uma nova explosão de ETFs ocorreu: em fevereiro de 2022, a Hashdex anunciou o DEFI11, que estreou em 17 de fevereiro. Mas no dia 8 de fevereiro, a QR Capital saltou na frente e lançou também o QDFI11. No dia 30 março de 2022 foi a vez do WEB311, ligado com a Web 3.0.

Já em abril, no dia 4, foi a vez do NFTS11, da gestora Investo, voltado mais para as criptomoedas do metaverso. E em 12 de maio, estreou o primeiro ETF da Vitreo, o CRPT11, que surgiu com a proposta de ser dinâmico, investindo nos 20 principais criptoativos. E por fim, em 22 de junho, a gestora Investo veio com o BLOK11 focado em criptoativos do segmento de smart contracts.

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Mas eles não são apenas os onze primeiros ETFs de exposição a criptomoedas do Brasil, mas também da América Latina. Aliás, dentro do G20 (grupo composto pelas 19 maiores economias mais a União Europeia), apenas o Canadá possui ETFs de criptomoedas. Por isso, esses ETFs estão sendo consideradas um grande avanço para o universo dos investimentos.

HASH11

A gestora do HASH11 é a Hashdex, uma gestora de investimentos registrada na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que já criou um fundo de criptomoedas na Bolsa de Bermudas em parceria com a Nasdaq (uma das Bolsas americanas) e que tem Fundos de Investimento em criptomoedas no Brasil já há algum tempo.

Aliás, a HASH11 está ligada ao NCI (Nasdaq Crypto Index), índice criado por essa parceria da Nasdaq com a Hashdex. O ETF iniciou suas operações na B3 dando ao investidor exposição a seis criptomoedas. Recentemente, porém, ele passou por um rebalanceamento e agora oferece oito criptomoedas em seu portfólio, sendo elas:

  • Bitcoin (67,17%)
  • Ethereum (28,23%)
  • Litecoin (1,10%)
  • Chainlink (0,89%)
  • Bitcoin Cash (0,80%)
  • Stellar Lumens (0,53%)
  • Filecoin (0,59%)
  • Uniswap (0,69%)

A taxa de administração dele foi fixada em 0,3% ao ano.

QBTC11

O QBTC11 entreou na B3 nessa no dia 23 de junho. O período de subscrição de cotas iniciou no dia 14 de junho e encerrou no dia 18. A liquidação financeira da primeira emissão aconteceu no dia 22.

Quem optar por investir no ETF QBTC11 terá sua exposição 100% em bitcoin. Esse fundo não trabalhará com nenhuma outra criptomoeda.

A gestora dele é a QR Asset Management e ele usa como referência o índice oferecido pela Chicago Mercantile Exchange (CME) que, inclusive, é utilizado para balizar contratos futuros de Bitcoin.

De acordo com o prospecto divulgado pela gestora, o valor inicial de negociação da oferta pública inicial (IPO) seria próximo a R$ 10,00 e o lote mínimo para participar da oferta pública era de 10 cotas. A taxa de administração foi fixada em 0,75% ao ano.

BITH11

Esse fundo também é gerido pela Hashdex, porém, diferentemente do HASH11, esse é um ETF de exposição apenas em Bitcoin. Além disso, ele tem um outro diferencial: promete ser sustentável.

Sim, segundo a gestora ele foi desenvolvido com a intenção de neutralizar as emissões de carbono decorrentes do investimento em Bitcoin. Ele replica o Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Rate Fundo de Índice, um índice criado em parceria entre a Hashdex e a Nasdaq e está sendo administrado e custodiado pelo Banco Genial S.A.

Esse ETF é destinado a investidores em geral e sua taxa de administração ficou definida em 0,3% ao ano assim como a do HASH11.

O período para subscrições de cotas aconteceu entre os dias 15 e 30 de julho e o início das negociações do BITH11 foi no dia 5 de agosto.

QETH11

Gerido pela QR Asset, o QETH11 é o primeiro ETF de Ethereum da América Latina.

Ele segue o Ether Reference Rate, mesmo índice de Ethereum utilizado pelo CME Group e investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em Ethereum através de cotas de fundos de investimento que visem refletir as variações e rentabilidade do Índice.

Além disso, o QETH11 poderá negociar posições compradas no mercado futuro de dólar, a fim de proteger o risco de descolamento decorrente da exposição cambial gerada pelas posições mantidas nos mercados em que é negociado o ativo digital.

Cada uma das cotas do ativo iniciou custando R$ 10,07 e a taxa de administração do fundo é de 0,75% ao ano, mesmo preço cobrado no investimento em QBTC11.

ETHE11

O ETHE11, outro ativo gerido pela Hashdex e é outro ETF com exposição ao Ethereum. Ligado ao índice Nasdaq Ethereum Reference Price, a subscrição de suas cotas iniciou na segunda-feira, 9 de agosto e segue até a sexta-feira, dia 13.

Voltado para investidores em geral, sua estreia na B3 aconteceu no dia 18 de agosto. O valor da cota nessa primeira emissão foi de R$ 50,00 e a taxa de adminitração desse fundo é de 0,7% ao ano, segundo a Hashdex e o custodiante dele é o Banco Genial S.A.

Para atingir seu objetivo, o fundo investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do fundo de índice alvo, o Hashdex Nasdaq Ethereum ETF que, por sua vez, investe em ativos financeiros emitidos e/ou negociados no exterior, em particular, Ethereum ou em posições compradas no mercado futuro, de modo a refletir de modo geral a performance do NQETH.

DEFI11

E por fim, o DEFI11 é um ativo que vai buscar replicar a performance de criptoativos que compõem o ecossistema de finanças descentralizadas (Decentralized Finance - DeFi). Destinado a investidores em geral, ele investirá em cotas do Hashdex DeFi Index ETF.

Decentralized Finance (DeFi) é um novo tipo de infraestrutura financeira, baseada em blockchain, que ganhou bastante força recentemente. O termo se refere a um conjunto de protocolos abertos, não-permissionados e altamente interoperáveis construídos em plataformas de smart contracts públicos, como a blockchain Ethereum.

Para atingir seu objetivo, o fundo investirá no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do fundo de índice alvo. Sua Taxa de Administração máxima, incluindo a taxa do fundo de índice alvo, será de 1,3% ao ano.

QDFI11

Lançado em listagem direta no dia 8 de fevereiro de 2022, o QDFI11 é outro fundo ligado a finanças escentralizadas e seu preço inicial foi de R$ 10. Gerido pela QR Capital, ele está disponível para o público geral e sua taxa de administração é de 0,9% ao ano.

Como todo ETF, ele está ligago a um índice, e nesse caso é o Bloomberg Galaxy DeFi Index, que atualmente conta com nove protocolos de finanças descentralizadas. São elas:

  • Uniswap (UNI);
  • Aave (AAVE);
  • MakerDao (MKR);
  • Compound (COMP);
  • Yearn.finance (YFI);
  • SushiSwap (SUSHI);
  • 0X (ZRX);
  • Synthetix (SNX);
  • Curve Finance (CRV).

Ainda segundo informações divulgadas pela QR Capital e pela B3, o patrimônio líquido do fundo atingiu R$ 39 milhões na estreia das cotas na B3.

WEB311

Criado pela Hashdex ele tem sua estreia na bolsa prevista para o dia 30 de março e terá ligação com a Web 3.0 - a internet do futuro -, trazendo a devida exposição ao crescimento desse novo ecossistema.

Ele vai replicar o CF Smart Contract Platforms Index. Esse índice é considerado uma das principais referências dos investidores nesse ecossistema. Ele busca refletir a performance de tokens nativos de aplicativos e protocolos descentralizados baseados em blockchains que servem como plataformas de liquidação e registro das transações através de smart contracts.

Entre os ativos de sua carteira, atualmente, estão:

Ativo Peso (%)
Ethereum 22,50
Cardano 22,50
Solana 22,50
Polkadot 11,91
Algorand 11,46
Tezos 5,29
Cosmos 3,84

O fundo é destinado a investidores em geral e o preço inicial será de R$ 50,00 por cota. A Taxa de Administração dele será de 1,3% ao ano.

NFTS11

Lançado no dia 4 de abril pela Investo, o NFTS11 é um fundo de índice que investe nos tokens do setor de mídia e entretenimento, focado para o Metaverso. No Brasil, ele replica o desempenho do índice MVIS® CryptoCompare Media & Entertainment Leaders Brazil, administrado pela MV Index Solutions (MVIS®).

Entre as principais criptomoedas listadas no índice estão a Decentraland, The Sandbox, Axie Infinity Shards, ApeCoin e STPN. Para investir nesse ETF e, consequentemente nessas criptomoedas, a taxa de administração será de 0,75% ao ano.

CRPT11

O primeiro ETF de cripto da Vitreo, lançado em maio de 2022, veio com a proposta de ser mais dinâmico, e por isso, ele conta com um rebalanceamento mensal. Seu objetivo, sempre é do de se expôr aos 20 principais criptoativos do mundo.

O fundo procura rastrear o índice Teva Criptomoedas Top20, composto pelas 20 criptomoedas mais valorizadas do mercado. Para isso, a Vitreo cobra uma ataxa de administração de 0,75% ao ano também.

A composição atual da carteira do CRPT11 é formada por: bitcoin (58,1%), ethereum (25,6%), cardano (2,7%), solana (2,5%), polkadot (1,7%), terra (1,6%), avalanche (1,4%), coin (0,9%), polygon (0,9%), chainlink (0,6%), cosmos (0,6%), algorand (0,5%), TRON (0,5%), uniswap (0,4%), fantom (0,4%), stellar (0,4%), internet computer (0,3%), axie infinity (0,3%), sandbox (0,3%) e decentraland (0,3%).

BLOK11

O INVESTO BLOK (BLOK11) foi lançado em junho pela Investo e tem por objetivo refletir as variações e rentabilidades do índice MVIS Crypto Compare Smart Contract Leaders Index, calculado pela MV Index Solutions GmbH (ou MVIS).

Criado em outubro de 2021, esse índice busca refletir a variação de preço dos maiores e mais líquidos criptoativos do segmento de smart contracts, em dólares americanos (US$), sendo que o Índice é composto de uma cesta de ativos selecionados conforme critérios estabelecidos pela MVIS.

Os smart contracts (ou "contratos inteligentes", na tradução), estão relacionados com a tecnologia blockchain, usada nas transações de bitcoin, por exemplo.

Segundo dados divulgados pelo site da gestora, o índice considera os parâmetros de negociação brasileiros. Por sua vez, a MVIS mostra que o indicador é composto hoje por onze criptoativos, como ethereum, cardano e solana, que lideram no ranking de participação na carteira - veja abaixo a lista completa.

O índice é composto pelos seguintes ativos:

Componente Peso
Cardano 24.37%
Ethereum 23.79%
Solana 19.43%
Polkadot 11.63%
Avalanche 7.39%
Cosmos 3.53%
Algorand 3.39%
Internet Computer 2.05%
Tezos 1.93%
EOS 1.45%
Fantom 1.03%
Fonte: MVIS - consulta em 26/06/2022

Sua taxa de administração é de 0,75% ao ano.

Exposição mais simples

Para aqueles que desejam investir em criptomoedas como o Bitcoin, a exposição agora pode ficar mais simples. Por quê?

No Brasil ainda não se tem uma cultura ampla de investimento em criptomoedas por uma série de motivos, mas principalmente por um certo receito frente a um tipo de investimento que ainda é novo por aqui e cujo valor, muitas pessoas ainda não compreendem.

Mas com um ETF, há uma sensação maior de segurança em função dos índices que norteiam o funcionamento do ETF. Além disso, um ETF é sempre uma boa opção para pessoas que estão começando a investir e que ainda não entendem muito bem do assunto.