A Multilaser precisou fazer algumas alterações em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) após ter recebido um Ofício da Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, "por meio do qual foram realizadas as exigências de vícios sanáveis", disse a empresa por comunicado divulgado ao mercado, datado de 12 de julho. Desta forma o cronograma do IPO foi modificado e entra em vigor o período de desistência, para quem se sentir prejudicado com as mudanças. Agora, a precificação das ações da Multilaser (MLSA3) devem ser precificadas no IPO nesta terça-feira, 20 de julho, e a estreia na Bolsa de Valores de São Paulo está prevista para a próxima quinta-feira, 22 de julho.
A Multilaser, produtora e vendedora de diversos tipos de bens de consumo - como eletrônicos -, deu início ao IPO em 25 de junho após protocolar o pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários, com o objetivo de abrir capital no Brasil e ser listada na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Segundo o documento enviado à CVM (incialmente em maio) e ao mercado, a Multilaser fará IPO de distribuição primária de ações. Desta forma, todos os recursos serão destinados ao caixa da empresa, sendo que poderão participar da oferta investidores profissionais e não profissionais.
- Veja o novo prospecto preliminar do IPO da Multilaser na íntegra.
IPO da Multilaser (MLAS3) pode levantar R$ 2 bilhões
A Multilaser iniciou uma Oferta Pública Inicial (IPO) de distribuição primária que contará com negociação de 172.313.238 de novas ações a serem emitidas pela empresa. Além disso, caso haja demanda, também será possível a negociação de um pacote suplementar de 25,8 milhões de papéis e de um lote adicional de até é 34,4 milhões de ações MLAS3.
A faixa indicativa estabelecida para o IPO vai de R$10,80 a R$13,00, gerando assim um preço médio de R$ 11,90 por ação. Considerando essa média apenas sobre a base inicial, a Multilaser pode levantar R$ 2,05 bilhões.
Após os descontos e ajustes, a empresa estima que a quantia líquida a ser captada no IPO fique na ordem de R$ 1,9 bilhão. E pelo prospecto preliminar a Multilaser disse que pretende usar os recursos para os seguintes projetos:
- Liquidação ou amortização de dívidas (44,4% do dinheiro);
- Reforço de caixa para crescimento e outros propósitos corporativos (40,4%);
- Potenciais aquisições de empresas (M&A's) com os 15,2% restantes.
O IPO será feito no Brasil, em mercado de balcão não organizado, mas também haverá esforços pelos coordenadores para a exposição das ações da Multilaser a investidores do exterior.
Estão coordenando o IPO as instituições Itaú BBA, XP Investimentos, Bank of America, UBS BB e o banco de investimentos Safra.
Multilaser abre período de desistência no IPO
Em razão das alterações exigidas pela CVM, a Multilaser abriu em 15 de julho o período para que os investidores não institucionais, insatisfeitos com as alterações na oferta, pudessem desistir das reservas feitas no IPO. O período de desistência termina às 16h de 21 de julho.
No documento que informa as mudanças no IPO, consta que os investidores devem "informar sua decisão, até as 16:00 horas do dia 21 de julho de 2021, à Instituição Participante da Oferta na qual tenha efetuado seu Pedido de Reserva (por meio de mensagem eletrônica, fax ou correspondência enviada ao endereço da Instituição Participante da Oferta na qual tenha efetuado seu Pedido de Reserva). Caso o Investidor Não Institucional não informe, por escrito, sua decisão de desistência do respectivo Pedido de Reserva nos termos deste item, tais Pedidos de Reserva serão considerados válidos e o Investidor Não Institucional deverá efetuar o pagamento do valor total do seu investimento".
Período de reserva das ações MLAS3 da Multilaser fechou em 19 de julho
Segundo o atual calendário corporativo, o período de reserva das ações da Multilaser (MLAS3) no IPO começou em 2 de julho e seguiu até o dia 19 de julho. Antes das alterações na oferta, as reservas fechariam no dia 14.
Para investidores pessoas físicas e jurídicas e clubes de investimentos não profissionais, o limite de investimento foi de R$ 3 mil a R$ 1 milhão. Já os investidores qualificados puderam fazer aportes no IPO da Multilaser de R$ 1 milhão até R$ 10 milhões.
Calendário completo do IPO da Multilaser (MLAS3)
Com as alterações exigidas pela CVM, a Multilaser divulgou um novo calendário para as etapas do IPO. Está marcada para hoje (20 de julho) a reunião do Conselho de Administração da empresa para a análise e fixação do preço da ação MLAS3. O prospecto definitivo, bem como o anúncio da precificação, devem ser divulgados já na quarta-feira, 21 de julho, segundo a nova agenda.
Depois disso, a próxima etapa é a conclusão do IPO e a consequente listagem da Multilaser na Bolsa de Valores do Brasil, a B3, em 22 de julho. Entretanto a oferta deve tramitar até 2022. Veja abaixo a agenda divulgada:
IPO da Multilaser terá Lock-up
Como pode ser visto acima, o IPO da Multilaser contará com o chamado "lock-up", que na tradução literal significa algo como "trancar". Trata-se de um período no qual quem reservou as ações da empresa no IPO não poderá negociar os papéis. Essa é uma estratégia usada para evitar especulação em massa e consequente desconfiguração no preço das ações da nova empresa em negociação.
Segundo o calendário divulgado, o lock-up do IPO da Multilaser termina em 4 de setembro para quem entrou na oferta de varejo, e em 19 de setembro no caso da oferta private.
Sobre a Multilaser (MLAS3)
Fundada em 1987 no Brasil, a Multilaser é uma empresa que fabrica e comercializa bens de consumo, com foco em tecnologia, por meio de mais de 44 mil pontos de venda no país. São diversos produtos espalhados em quatro linhas de negócio: equipamentos de informátia e escritório, dispositivos móveis, produtos para casa, crianças e esportes:
A empresa possui um portfólio com mais de cinco mil produtos. Segundo o prospecto preliminar do IPO, a Multilaser opera hoje com "desenvolvimento, fabricação, distribuição, venda e pós-venda de diversos produtos em diferentes áreas como tablets, smartphones, notebooks, pen drives, chips de memória, acessórios de informática, eletroportáteis, casa conectada (Internet of Things - IoT), utensílios domésticos, ferramentas, acessórios e equipamentos esportivos, instrumentos de saúde, redes de telecomunicações, acessórios e produtos automotivos, áudio e vídeo, segurança eletrônica, brinquedos, papelaria, pets e puericultura".
No primeiro trimestre de 2021 (1T21), a Multilaser registrou uma receita líquida de R$ 1,4 bilhão ante R$ 478 milhões desse período de 2020. Nesse intervalo, a empresa reverteu um prejuízo de R$ 7 milhões em um lucro líquido de R$ 194,7 milhões. De outro lado, houve a criação de uma dívida de R$ 755,6 milhões no 1T21, conforme mostra a tabela abaixo:
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