O Itaú Unibanco (ITUB4) registrou um lucro recorrente gerencial de R$ 7,159 bilhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa uma alta de 32,9% em relação ao mesmo período de 2020, e de 5,6% quando comparado com o terceiro trimestre de 2021.

As informações financeiras e operacionais do Itaú foram divulgadas na quinta-feira, 10 de fevereiro, quando a companhia também aprovou um pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP). Já nesta segunda-feira, 14, será a vez da controladora do Itaú, a holding Itaúsa (ITSA4), em anunciar resultados nessa temporada.

Considerando todos os meses de 2021, o lucro recorrente gerencial do Itaú totalizou R$ 26,879 bilhões em um crescimento anual de 45%, segundo o relatório divulgado.

Entre 2020 e 2021, a quantidade de acionistas do Itaú cresceu de 467 mi para 487 milhões e o banco chega a um valor de mercado de US$ 46,2 bilhões. Além disso, o banco informou que bateu um novo recorde histórico em emissão cartões no 4T21, que foi de 4,8 milhões.

Margem Financeira com Clientes: alta na selic beneficia resultados do Itaú; veja outros motivos

Por sua vez, a Margem Financeira Gerencial foi de R$ 21,205 bilhões no 4º trimestre de 2021, sendo um crescimento frente aos R$ 17,5 bilhões registrados no quarto trimestre de 2020.

O destaque do período foi da margem financeira com clientes do Itaú, que chegou a R$ 19,9 bilhões no 4T, representando alta trimestral de 13,2%, e anual de 24,3%.

Pelo relatório, o banco explica que o desempenho trimestral "ocorreu em função do maior volume de crédito e da mudança de mix de produtos, com maior crescimento relativo de produtos com melhores spreads. Além disso, tivemos o impacto positivo do aumento da taxa de juros [Taxa Selic] na margem de passivos e em nosso capital de giro próprio. Esses efeitos positivos mais do que compensaram os menores spreads". O banco ainda detalha os fatores que beneficiaram a margem com clientes, veja:

  • Capital de giro próprio e outros (+ R$ 0,4 bilhão): efeito positivo da maior taxa média na remuneração do capital de giro próprio, além do maior saldo médio relacionado com o resultado do período;
  • Volume médio (+ R$ 0,8 bilhão): crescimento contínuo nas carteiras de crédito tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas;
  • Mix de produtos (+ R$ 0,6 bilhão): efeito positivo no resultado em função do maior crescimento relativo de produtos como cheque especial, crediário e cartão de crédito financiado;
  • Spreads e margem de passivos (+ R$ 0,1 bilhão): impacto positivo da Selic na margem de passivos compensado parcialmente por menores spreads nos produtos de crédito para pessoas físicas.

De outro lado, a margem financeira com mercado do Itaú caiu 17,1% no último ano. Entre o 4º trimestre de 2020 e 2021 a retração foi de 32,6%, neste caso, devido a menores ganhos na administração de ativos e passivos do balanço no Brasil e na estratégia de hedge dos investimentos no exterior.

Carteira de crédito cresce 18,1% no 4T21

A carteira de crédito do Itaú, que inclui garantias financeiras prestadas e títulos privados, fechou o 4T21 a R$ 1,027 bilhão, sendo uma alta de 18,1% em relação ao quarto trimestre de 2020.

Nas comparações trimestral e anual, todas as linhas de crédito do Itaú apresentaram crescimento. Destacam-se as pessoas físicas, cujo crescimento foi de 9,5% em relação ao 4T20, e de 30% frente a 2020, fechando o período a R$ 332,6 milhões.

No relatório, o Itaú explica que houve no 4T21 "crescimentos importantes em linhas de crédito com melhores spreads, como cheque especial e crediário. Neste trimestre a carteira de crédito imobiliário avançou 8,3% com nível de produção elevado ao longo de todo o ano de 2021 e com excelente nível de satisfação de clientes, tendo em vista que o NPS transacional da operação atingiu 73 pontos em dezembro de 2021, ganho de 2 pontos em relação a setembro de 2021".

Custo do crédito sobe 18,5% no 4T21; mas cai 33% no ano

Outro destaque é o custo do crédito, que cresceu 18,5% só entre o terceiro e quarto trimestre de 2021. Segundo o banco esse aumento é reflexo do salto de 23,5% da despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa, principalmente nos negócios de varejo no Brasil.

De outro lado, considerando o resultado consolidado, o custo do crédito totaliza R$ 20,234 bilhões, sendo uma queda de 33% em relação a 2020, "explicada pela alteração do cenário macroeconômico e das perspectivas financeiras das pessoas e das empresas ocorrida no primeiro semestre de 2020, capturada por nosso modelo de provisionamento por perda esperada, que levou ao aumento na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa no período", disse o banco.

Despesas do Itaú (ITUB4) no 4T21

O Itaú saiu do 4T21 com despesas totais de R$ 13,361 bilhões, o que signfica um crescimento de 4,2% em relação ao trimestre anterior, e de 0,3% frente ao 4T de 2020.

Na comparação trimestral, as despesas com pessoal subiram 2% para R$ 5,3 bilhões, com impacto principal de aumento em participação nos resultados pelos funcionários da companhia. Além disso, influenciou no balanço do trimestre um aumento de 5,6% nas despesas administrativas após campanhas de marketing veiculadas na mídia realizadas no período, bem como maiores despesas com serviços de terceiros.

"Em relação à 2020, houve aumento de 0,5% nas despesas no Brasil. Neste período, o nosso programa de eficiência gerou uma economia de cerca de R$ 2,1 bilhões, mais do que compensando o investimento realizado de R$ 1,9 bilhão nos negócios e em tecnologia.", disse o Itaú.

Guidance 2022

Junto com os resultados de 2021, o Itaú divulgou ao mercado suas projeções para 2022. Confira:

Guidance 2022 Itaú (ITUB4)
Consolidado Brasil Detalhe
carteira de crédito total entre 9,0% e 12,0% entre 11,5% e 14,5% -
margem financeira com clientes entre 20,5% e 23,5% entre 22,0% e 25,0% -
margem financeira com o mercado entre R$ 1,0 bi e R$ 3,0 bi entre R$ 0,3 bi e R$ 2,3 bi impacto de cerca de R$ 2 bilhões em função do hedge do índice de
capital
custo do crédito entre R$ 25,0 bi e R$ 29,0 bi entre R$ 23,0 bi e R$ 27,0 bi -
receita de prestação de serviços
e resultado de seguros
entre 3,5% e 6,5% entre 4,0% e 7,0% considera o resultado de 2021 ajustado excluindo a
participação na XP Inc
despesas não decorrentes de juros entre 3,0% e 7,0% entre 3,0% e 7,0% índice de eficiência no Brasil inferior a 40% no 4T22. Custo core
nominalmente estável em 2022
alíquota efetiva de IR/CS entre 30,0% e 33,0% entre 31,0% e 34,0% -
ROE recorrente gerencial - - ROE sustentável em torno de 20%
capital - - capital nível I acima do apetite de risco
Fonte: RI/Itaú Unibanco.

- Veja o relatório de resultados do Itaú Unibanco na íntegra.