A JSL (JSLG3), a maior companhia de logística rodoviária do país, uma empresa controlada pela Simpar (SIMH3), divulgou seus resultados trimestrais na manhã dessa quarta-feira, 11 de agosto, e mostrou que reverteu o prejuízo de R$ 16,3 milhões registrado no segundo trimestre de 2020 (2T21), totalizando um Lucro Líquido de R$ 93,1 milhões no 2T21.
Outro destaque da companhia foi a Receita Bruta de R$ 1,1 bilhão (58% a mais na comparação com o 2T20 e 5,7% a mais na comparação com o 1T21), além do Ebitda de R$ 211,7 milhões, com uma margem Ebitda de 23,5%, o que representa uma alta de 157,5% em relação ao 2T20 e de 65,6% na comparação com o primeiro trimestre desse ano.
A companhia apontou ainda para um Fluxo de Caixa de R$ 114,1 milhão no 2T21 e um o Retorno Sobre Capital Investido (ROIC), foi de 13,4%. Veja no quadro abaixo, um resumo das demonstrações financeiras da companhia no período:
Crescimento orgânico
Em adição à receita advinda das aquisições, a JSL e as suas empresas controladas assinaram, no trimestre, R$ 900 milhões em contratos de novos projetos em clientes atuais ou novos clientes (Receita Nova) com um prazo de até 9 anos de duração. No primeiro semestre de 2020, a empresa totaliza R$ 2,5 bilhões de Nova Receita.
A sua principal aquisição do trimestre, da Transportes Marvel, já aprovada pelo Cade, deverá contrinuir ainda mais para esses resultados nos próximos trimestres. Suas operações são voltadas para o transporte de cargas refrigeradas, congeladas e secas, no Brasil e em mais cinco países da América do Sul.
Receita Bruta de Serviços: 63,4% de alta
A Receita Bruta de Serviços apresentou crescimento de 63,4% na comparação com o 2T20 e de 21% em relação ao 2T19. "É importante pontuar que o segundo trimestre de 2020 foi o período mais afetado pelos efeitos da pandemia da COVID-19", lembrou a companhia.
Os setores que mais apresentaram crescimento na Receita Bruta foram agronegócio, mineração e também no setor sucroalcooleiro com o início da safra. A Receita Bruta de Venda de Ativos recuou na comparação com o 2T20 pela redução da desmobilização de ativos em operação no período que impactou o volume mesmo com a crescente demanda de mercado.
Ebit e Ebitda
O EBIT registrou crescimento de 485,4% em relação ao 2T20, impactado pelos efeitos extemporâneos e não recorrentes e pelo aumento do volume de novos contratos que entraram em operação no agronegócio e pelo início da safra no setor sucroalcooleiro.
"O resultado operacional continua sendo impactado pelo aumento dos custos de insumos e descasamento temporal do repasse dos aumentos percebidos para nossos clientes de acordo com os contratos vigentes. Se desconsiderarmos os ajustes extemporâneos mencionados, e considerarmos os R$ 11,3 milhões de receita retroativa já aprovada pelos clientes que não foram registradas no trimestre, o EBIT seria de R$ 91,5 milhões no trimestre", disse a JSL no relatório.
Já a margem EBIT sobre a Receita Líquida de Serviços atingiu 17,2% no período.
O EBITDA atingiu R$ 211,7 milhões, alta de 157,5% na comparação com o 2T20 e de 65,6% em relação ao trimestre anterior também com o reflexo dos itens não recorrentes. A Margem EBITDA, por sua vez, foi 23,5% no 2T21, e "com a exclusão dos efeitos extemporâneos e adição da receita retroativa (R$ 11,3 milhões), o EBITDA seria de R$ 133,3 milhões e margem de 14,6%."
"O resultado teve a contribuição de um volume positivo no segmento de asset light. O asset heavy, por outro lado, ainda não incorpora o resultado das negociações dos contratos com os clientes. Dada a sazonalidade observada no negócio da Companhia onde os segundos trimestres apresentam margens mais reduzidas, o resultado operacional da companhia demonstrou resiliência em meio ao aumento de custos de insumos, sem precedentes, observado no mercado brasileiro", destacou a empresa.
Veja a apresentação de resultados da JSL na íntegra.
JSL tem interesse nos Correios e na Tegma
Durante a teleconferência de apresentação dos resultados, o presidente da empresa, Ramon Alcaraz, comentou que a JSL tem interesse em entrar na disputa pelos Correios que estão em vias de privatização, com projeto em tramitação no Congresso Nacional.
Alcaraz disse acreditar que a estatal poderia acelerar sua estratégia de crescimento geográfico e de diversificação de áreas de atuação. Porém, sua participação ou não no leilão dependerá das condições impostas pelo edital, que ainda não foi divulgado.
Além disso, mirando novas aquisições, o presidente da JSL disse que a companhia não descarta a realização de novas propostas à Tegma futuramente. Em julho, uma aproximação foi feita, mas a proposta da JSL foi rejeitadas. Alcaraz afirmou que isso faz parte do processo e que num futuro, uma proposta diferente poderia resultar em uma união de forças.
Ações JSLG3) sofrem queda nessa quarta-feira
Apesar desse resultado positivos, as ações da companhia registraram uma queda significativa em seu preço nessa quarta-feira, dia 11. Por volta das 15 horas, cada uma delas estava custando cerca de R$ 11,04. Frente aos R$ 11,47 da cotação, registrados no início do dia, essa queda já é de mais de 3%.
A JSL, porém, já vem passando por uma redução em seu preço nos últimos dias. Na última semana, a queda já totalizou mais de 7% e se considerdos os últimos 30 dias, a redução no preço dos papéis já é de quase 10%.
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