A Ambev (ABEV3) teve lucro líquido de R$ 2,93 bilhões no segundo trimestre, alta de 130,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo os maiores volumes consolidados já registrados para um período de abril a junho. Os dados são do relatório de resultados trimestrais divulgado nessa quinta-feira, dia 29 de julho.
Já o lucro normalizado da companhia foi de R$ 2.962,7 milhões contra R$ 1.372,6 milhões no 2T20, o que representa uma alta de 115,9%. Para o 1º semestre de 2021 (1S21) foi de R$ 5.724,7 milhões contra R$ 2.600,4 milhões no 1S20, ou seja, 120,1%.
Outro destaque ainda foi o crescimento do volume (orgânico) da Ambev, que totalizou 19%, passando para quase 39,8 milhões de hectolitros, de forma que a receita também cresceu 36,2%, chegando a R$ 11,6 bilhões.
"Juntas, a estratégia comercial, as inovações, as plataformas tecnológicas e a excelência operacional entregaram os maiores volumes consolidados em um segundo trimestre já registrado na nossa história. Ao olhar para os volumes consolidados de 12 meses acumulados, estamos agora nos níveis mais altos de todos os tempos, 5 milhões de hectolitros acima do nosso pico em 2015", disse Jean Jereissati, CEO da Ambev, no relatório.
Vejamos alguns detalhes da apresentação de resultados.
Ebitda ajustado
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou quase R$ 5,3 bilhões, uma expansão orgânica de 24%, mas com a margem caindo 2,6 pontos percentuais, para 33,7%.
O Ebitda ajustado do negócio, porém, caiu 12,8%, com a Ambev atrelando o desempenho ao aumento da taxa de câmbio transacional e commodities, além de provisões de remuneração variável, custos de distribuição mais altos e investimento em vendas e marketing.
Custos e despesas
O custo do produto vendido por hectolitro aumentou 15,7%, afetado pelo comportamento da taxa de câmbio e commodities. As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceu 35,6%, afetadas por acréscimos de remuneração variável, despesas de distribuição e investimentos em vendas e marketing.
Desempenho do mercado 'Cerveja Brasil'
Nesse que é um dos principais mercados da Ambev, ela registrou um crescimento equilibrado da receita líquida de 25,8% de forma que ela mantem um desempenho superior ao da indústria, crescendo num volume de 12,7% contra 2T20 e 10,9% contra 2T19.
A ROL/hl aumentou 11,6%, principalmente devido a iniciativas de gerenciamento de receita e mix favorável de marca e embalagem. O Ebitda aqui caiu 12,8%, pois o crescimento da receita foi compensado pelo aumento da taxa de câmbio transacional e commodities, parcialmente compensados por um melhor mix de embalagens, provisões de remuneração variável, custos de distribuição mais altos e investimentos em vendas e
marketing.
Já o Ebitda nominal foi positivamente impactado por créditos tributários (R$ 1.048,5
milhões) relacionados à decisão do STF que declarou inconstitucional a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e Cofins.
Em relação ao total do 1S21 o volume cresceu 14,3%. A receita líquida aumentou 28,3%, com um crescimento da ROL / hl de 12,2%. O EBITDA ajustado cresceu 5,5%.
De acordo com a Ambev, a liberação da Brahma Duplo Malte, uma das inovações do período, foi umas das potencializadoras dos bons resultados, representando mais de
20% do faturamento. Além disso, o portfólio de marcas premium também cresceu aproximadamente 35%, impulsionado por Corona, Becks, Stella Artois e Original.
Desempenho do mercado 'não alcoólico'
Há uma recuperação saudável e relação ao negócio de não alcoólicos, com a receita líquida crescendo 47,9% em relação ao 2T20 e 9,6% em relação ao 2T19. De acordo com a Ambev, quase todas as marcas cresceram em volume na comparação anual, lideradas pelo forte desempenho do portfólio premium.
Nesse cenário, o Ebitda cresceu 21,9% e a companhia acredita que o retorno gradual do consumo fora de casa ajudou o crescimento do volume, especialmente em embalagens one-way. A Ambev também destacou que está focando em testes e lançamento de produtos com a tendência Saúde e Bem-Estar.
Desepenho América Latina
Na América Central e no Caribe, a receita líquida cresceu 71,6%, com a retomada do volume em V de 62,7%, e crescimento de 5,5% da ROL / hl, impulsionado por iniciativas de premiunização e gerenciamento de receita.
Comercialmente, a Ambev disse que continua a impulsionar a premiunização pois percebe-se que esse forte crescimento de volume está muito ligado aos produtos Corona e Michelob Ultra.
Já na América do Sul também houve um forte crescimento de volume, totalizando 26,8%. A Ambev aponta que esse resultado tem relação com um bom desempenho dos negócios na Argentina, Chile e Paraguai. Por outro lado, as operações na Bolívia e no Uruguai estão se recuperando, mas em um ritmo mais mais lento devido à COVID-19.
Veja na íntegra o relatório de resultados da Ambev no 2T21.
Ações da Ambev caem mais de 2%
Apesar desses resultados relativamente positivos, considerando ainda pandemia de Covid-19 que afetou muito o segmento de bebidas, as ações da Ambev abriram o dia em queda na bolsa, chegando a ter seu preço reduzido em mais de 4%.
No início da tarde dessa quinta-feira, dia 29 de julho, porém, ela já havia se recuperado um pouquinho, de forma que o preço estava apenas 2,77% mais baixo. Na tarde de ontem, a companhia fechou em R$ 17,35 e nessa quinta, por volta das 13h40, estavam R$ 16,87 cada.
Essa queda se deve, em parte, porque os acionistas talvez estivessem esperando resultados um pouquinho melhores. No 1T21 a empresa teve um lucro de R$ 2,7 bilhões, por exemplo, só um pouco abaixo desse resultado de agora. Considera-se que no primeiro trimestre a pandemia de Covid-19 ainda estava em alta em função na vacinação que apenas dava os primeiro passos.
Por outro lado, no primeiro trimestre também ainda estávamos no verão, na América do Sul, o que impulsiona as vendas de bebidas. Já nesse segundo trimestre, que se deu, em maior parte no outono, o consumo de bebidas como cervejas diminui significativamente.
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