O Banco do Brasil (BBAS3) comunicou aos investidores e demais interessados que realizou uma transação com seu parceiro Banco Votorantim (BV Financeira) no valor de R$ 240 milhões em 29 de junho de 2020. Após o anúncio do negócio entre as partes, as ações de BBAS3 subiram 2,4% no dia 8 de julho, cotadas a R$ 34 no fim do pregão.
A informação foi publicada na página de Relação com Investidores do BB no dia 7 de julho por meio de um 'comunicado sobre transações entre partes interessadas' que informa a compra da carteira de crédito do Votorantim pelo BB a partir de cessão de direitos creditórios com retenção substancial dos riscos e benefícios; o que inclui coobrigação do cedente (BV), este que deverá pagar os vencimentos com o mecanismo de First Loss se a carteira apresentar ou não inadimplência.
Para justificar a compra da carteira da parte interessada (do BV) e não a de terceiros, o Banco do Brasil declara que "(...)também realiza negócios com outras instituições financeiras. Assim como ocorre com as outras instituições, o negócio com a parte relacionada decorre da sinergia estratégica entre as instituições."
A "sinergia estratégica" entre os bancos e a obrigação do comunicado da compra se dão pelo fato de o Banco Votorantim ser controlado pelo BB; sendo que o controle é dividido com a Família Ermírio de Moraes, uma das mais ricas do país.
Segundo o Banco do Brasil, com o objetivo de garantir a comutatividade da operação; "Os procedimentos e medidas adotadas seguem os padrões do mercado de cessões de créditos, sendo formalizadas por intermédio de contratos de cessões de direitos creditórios e validadas e liquidadas na C3 a preço de mercado."
Carteira de crédito do Votorantim no 1T20 teve aumento de 13%
Segundo o relatório do 1T20 do Votorantim, o primeiro trimestre de 2020 (1T20) resultou uma carteira de crédito de quase R$ 68 bilhões de reais e isso representa um aumento de 13% se comparado com o primeiro trimestre de 2019. Entre os setores que compõem a carteira estão:
- Veículos (R$ 39,6 bi);
- Atacado (R$ 23,2 bi);
- Cartões (R$ 2,7 bi);
- Empréstimos (R$ 2,4 bi).
Segundo o relatório disponível no site da companhia, o lucro líquido do banco no 1T20 foi de R$ 221 milhões de reais, um ROE de 8,9%. O 1T19, por sua vez, contou com um lucro líquido de R$ 336 milhões e ROE de 14%; O que evidencia uma queda líquida entre o período.
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