O banco UBS publicou recentemente um relatório com teor pessimista que recomenda a venda das ações da resseguradora IRB Brasil (IRBR3). E, pelo visto, boa parte dos acionistas decidiu seguir os conselhos do banco, já que a empresa até já foi questionada em 6 de outubro (quando o papel caiu -17,11%), pela bolsa de valores brasileira sobre as intensas movimentações.
Pelo comunicado divulgado ao mercado nesta quarta-feira, 7, a IRB BR disse que "o único fato, de seu conhecimento, que pode ter contribuído com a referida oscilação das ações da Companhia foi a publicação, em 05.10.2020, do relatório de retomada de cobertura do IRB Brasil RE pelo banco UBS, com a recomendação de venda e preço-alvo de R$ 4,60" para os próximos doze meses.
O relatório do UBS, assinado pelos especialistas Mariana Taddeo e Kaio Prato, estima que será demorada a recuperação da lucratividade da resseguradora. "Na cotação atual na Bolsa, nossa análise sugere que o mercado precifica o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) em 20% no longo prazo e índices de sinistralidade em 62% (em linha com a média de 2014-2019), o que acreditamos ser muito alto", disseram os especialistas.
Conforme mostra o site Fundamentus, nesta quarta-feira, por volta das 16h12min, a IRBR3 estava sendo cotada a R$ 6,47 com nova baixa de -9,76%. No pregão de 6 de outubro, o papel fechou aos R$ 7,17 com queda de -17,11%. Por sua vez, no acumulado do ano, a baixa é de -79,75%.
Por meio do documento, a empresa aproveitou para dizer aos interessados que o plano de regularização de liquidez foi aprovado pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e "vem sendo cumprido pelo IRB Brasil RE, mediante as operações já estruturadas em curso, visando o reenquadramento regulatório da Companhia".
A IRB BR também ratificou que a solvência da empresa no fim do segundo trimestre de 2020 foi de 101%, mas atingiu 244% após a operação de capitalização, o que mostra uma "saúde econômico-financeira no mais alto nível do mercado global de resseguros".
IRBR3 teve prejuízo no 2T20
A empresa está recebendo consequências amargas neste ano, após algumas polêmicas e irregularidades estourarem. No fim do segundo trimestre deste ano, foi registrado um prejuízo líquido de R$ 685,1 milhões contra um lucro líquido de R$ 397,5 milhões conquistado nesse período de 2019. Já no primeiro semestre de 2020, o prejuízo é de R$ 671,2 milhões.
Entretanto, a empresa disse pelo documento publicado nesta quarta-feira, 7, que não houve perda de nenhum contrato importante "e contou com crescimento de prêmio emitido total da ordem de 24,5% nos sete primeiros meses de 2020 frente a esse período do ano anterior.
Por fim, a empresa adiantou que o resultado de julho de 2020, que contou com prejuízo líquido de R$ 62,4 milhões, aponta para melhora "com uma menor influência dos efeitos dos negócios já descontinuados (clean-up do portfólio), os quais possuem cauda curta". Vale dizer que o próximo balanço de resultados da empresa, referente ao terceiro trimestre do ano (3T20) deverá ser divulgado no dia 9 de novembro.
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