Os rumores estavam corretos. A Oi (OIBR3/OIBR4) anunciou na manhã desta quinta-feira, 2 de março, que ajuizou seu segundo pedido de recuperação judicial, com suas subsidiárias, perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro - em caráter de urgência.
Segundo a empresa, o procedimento foi realizado no dia 1º de março, última quarta-feira, após o fechamento do mercado. Recentemente, a Oi já havia entrado com um pedido para conseguir proteção da justiça contra credores, aumentando a possibilidade de a empresa cair em RJ novamente.
"Conforme já previamente informado, a Companhia e suas Subsidiárias vêm empreendendo esforços, em conjunto com seus assessores financeiros e legais, mediante a condução de negociações com certos credores financeiros, visando a potencial repactuação de dívidas financeiras, fortalecimento da sua estrutura de capital e otimização de sua liquidez e perfil de endividamento, e essas negociações continuam em andamento", explica a Oi.
Porém, a Oi também lista que, apesar de seus esforços, muitos fatores dificultam as operações na empresa, que menciona:
- aproximação do encerramento dos efeitos da tutela cautelar de urgência;
- negociações ainda em andamento com os referidos credores financeiros da Oi e seus assessores, com a existência de pontos negociais ainda sujeitos à concordância entre as partes que impossibilitam a Companhia de concluir, até o presente momento, as negociações e objetivos mencionados acima;
- cenário econômico-financeiro em que se encontram a Oi e suas Subsidiárias, com dívidas vencidas e o potencial vencimento antecipado e cruzado de contratos financeiros celebrados;
- necessidade de manutenção da proteção legal contra potenciais execuções de credores e outras medidas contra a Companhia e suas Subsidiárias.
Oi (OIBR3) entra em recuperação judicial novamente; veja o comunicado
Pelo comunicado divulgado nesta manhã, a Oi afirma que suas atividades continuarão em funcionamento.
"Toda a força de trabalho da Oi manterá normalmente sua atuação, com suas atividades comerciais, operacionais e administrativas. A Oi mantém o foco nos investimentos em projetos estruturantes que visem a promover melhoria de qualidade na prestação de seus serviços e nos desenvolvimentos estratégicos que permitam a permanente evolução da sua atuação como importante ator do mercado brasileiro de telecomunicações e tecnologia da informação", disse a empresa.
Quanto às dívidas, a Oi informa que pretende tomar as providências cabíveis e adotar os atos necessários para a produção de efeitos do pedido de Recuperação Judicial em todas as jurisdições nas quais tais medidas sejam necessárias.
"A Oi reafirma a confiança que tem em sua capacidade operacional e comercial para que seja bem-sucedida na proposição e aprovação de um plano de recuperação judicial que permita ganho de valor para a Companhia e suas Subsidiárias e na manutenção do alto nível da prestação de serviços aos seus clientes".
- Veja na íntegra o comunicado da 2ª recuperação judicial da Oi
*Esta matéria foi atualizada. Assim, confira os últimos eventos sobre a Oi cobertos antes:
Oi (OIBR3) pede à justiça proteção contra credores; ações caem na B3
A Oi (OIBR3) anunciou nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, que a companhia e suas subsidiárias Portugal Telecom International Finance e Oi Brasil Holdings solicitaram ao Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro um pedido de tutela de urgência cautelar, que corre em segredo de justiça, para suspensão da exigibilidade de certas obrigações assumidas junto a credores.
A Oi disse em sua central de relacionamento com investidores que o objetivo da medida é proteger o caixa da empresa, e, consequentemente, a continuidade das negociações com os seus credores de forma equilibrada e transparente.
Em outras palavras, a Oi recorreu à justiça para pedir proteção contra seus financiadores, de modo a tentar suspender obrigações financeiras e evitar um colapso no orçamento da empresa. Um mesmo movimento visto antes do início da recuperação judicial da Americanas (AMER3).
Além disso, a empresa informa que o procedimento ocorre neste momento em meio a discussões e tratativas com credores da Oi envolvendo uma potencial renegociação de certas dívidas da companhia.
- Veja a íntegra do documento (fato relevante) enviado à CVM pela Oi.
Oi pode entrar em recuperação judicial (RJ) de novo, diz agência
Segundo a agência Reuters, em matéria publicada ontem - antes mesmo do comunicado da Oi -, a companhia teria pedido uma liminar para se preparar para um segundo processo de recuperação judicial, conforme mostraram documentos judiciais vistos pela equipe da agência nesta quarta-feira, 1º de fevereiro.
Em depoimento apresentado a um tribunal do Rio de Janeiro, a Oi disse que precisa de uma liminar para protegê-la de credores que detêm cerca de R$ 29 bilhões (US$ 5,7 bilhões) em empréstimos e títulos, segundo a Reuters.
Além disso, a empresa ainda teria dito à justiça que não conseguiu chegar a um acordo com os credores para refinanciar sua dívida e que não pode pagar R$ 600 milhões com vencimento em 5 de fevereiro.
Após um longo processo de recuperação judicial, iniciado em 2016, a Oi anunciou que tinha, até então, saído da crise em dezembro do ano passado. A empresa conseguiu levantar mais de R$ 20 bilhões em caixa, para se financiar, reduzir suas dívidas e realizar os investimentos que se mostraram necessários para seguir em frente.
Ações da Oi (OIBR3) caem forte na B3
As ações da Oi (OIBR4) registraram forte queda nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, com o pedido de proteção contra credores e os rumores sobre um segundo processo de recuperação judicial.
Até às 12h53min, as ações OIBR3 da Oi desabavam 25,42% na Bolsa de Valores do Brasil (B3) com cotação de R$ 1,76.
Ontem, 1º de fevereiro, as ações oscilaram bastante, como de costume, mas fecharam com alta acumulada de 5,56% para R$ 2,47.
Vale mencionar que as ações da Oi foram grupadas em 9 de janeiro de 2023 na proporção de 10 para 1, o que explica a cotação bem acima de R$ 1,00 do papel.
O que aconteceu com a Oi (OIBR3)?
As ações da Oi (OIBR3) registraram forte queda de 25% nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, com o pedido de proteção contra credores e os rumores sobre um possível segundo processo de recuperação judicial.
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