A Oi (OIBR3), empresa em recuperação judicial, anunciou nesta sexta-feira, 1º de outubro, que foi aprovada em reunião do Conselho de Administração a intenção da companhia de deslistar suas American Depositary Receipts (ADR's) da New York Stock Exchange (NYSE), uma das bolsas de valores norte-americanas. Cada ADR da Oi é composta por 5 ações ordinárias de emissão da companhia, são as chamadas ADR's ordinárias.
Segundo o documento divulgado, com a retirada das ADR's da Nyse, a Oi vai passar a manter um programa de ADR's de Nível 1 no mercado de balcão nos Estados Unidos, tanto para negociação de suas ADR's ordinárias, quanto as preferenciais, estas que já são negociadas neste mercado atualmente.
As ADR's preferenciais da Oi, cada uma representando uma ação preferencial emitida pela companhia, são negociadas em mercado de balcão dos EUA desde 2016.
Oi quer deslistar ADRs da Nyse e cancelar registro junto à SEC; por quê?
Além de ter sido aprovada a retirada das ADR's da Nyse, o Conselho de Administração da Oi também aprovou agora em 30 de setembro o cancelamento do registro da companhia junto à U.S. Securities and Exchange Commission (SEC), que é a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos. Segundo o documento divulgado, são vários os fatores que motivam a decisão da companhia.
Primeiro que a manutenção das ADR's na Nyse era feita para que as ações fossem negociadas no mercado de capitais norte-americano, e a empresa ganhasse presença nos EUA. Entretanto, hoje a Oi vê que as vantagens econômicas em ter listagem na Nyse têm esfriado nos últimos anos, com principal influência do sucesso nas negociações de ações brasileiras por estrangeiros diretamente no mercado de capitais brasileiro, bem como de relevantes diferenças entre os padrões de divulgação de resultados financeiros dos EUA e do Brasil. Além disso, a companhia ainda presencia uma queda nas negociações das ADR's ordinárias listadas na Nyse nos últimos anos.
"Adicionalmente, o processo de deslistagem das ADRs ordinárias na NYSE está em linha com o plano de transformação da Companhia, conforme já amplamente divulgado ao mercado, que tem como um dos principais pilares a simplificação de sua estrutura operacional e readequação da sua base de custos, com objetivo de criar uma empresa cada vez mais ágil, leve e eficiente", disse a Oi por documento oficial.
Com a aprovação do Conselho de Administração, o próximo passo será o protocolo com pedido de deslistagem das ADR's na Nyse perante a SEC. Espera-se que os papéis sejam desligados em até 10 dias após a solicitação, e que logo após isso as ADR's ordinárias da Oi comecem a ser negociadas no mercado de balcão.
Quanto ao cancelamento do registro da companhia junto à SEC, a Oi explica que serão mantidas as obrigações e compromissos até que a operação seja concluída. "Imediatamente após o protocolo do Formulário 15F, as obrigações legais da Companhia de protocolar divulgações nos termos do Exchange Act serão suspensas e espera-se que o cancelamento de registro se torne efetivo após 90 (noventa) dias", disse a empresa.
A Oi vai sair da B3 também?
A resposta para a pergunta acima é não. Pelo documento divulgado, a Oi afirma que suas ações (OIBR3) vão continuar sendo listadas e negociadas no Brasil normalmente, isto é, no Nível 1 da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), assim como ocorre atualmente.
Desta forma, a empresa continuará precisando seguir os compromissos impostos pela legislação brasileira, como divulgação de resultados financeiros e operacionais, bem como linhas de comunicação e transparência.
Segundo o atual calendário de eventos corporativos, a Oi vai divulgar seus balanços do terceiro trimestre (3T31) no dia 11 de novembro, sendo que a apresentação dos resultados está agendada para o dia seguinte.
Oi conclui venda da InfraCo por R$ 12,9 bilhões
A Oi anunciou que em 1º de outubro foi celebrado um acordo de investimento com a Globenet Cabos Submarinos para a alienação parcial da UPI InfraCo, que inclui participação de fundos de investimentos do BTG Pactual.
O objetivo da operação é alienar parte das ações representativas do controle da InfraCo à empresa Globenet, que participou e venceu um processo competitivo em 2020. Agora em outubro essa operação vem chegando aos trâmites finais.
"O Contrato contempla a contribuição à SPE InfraCo de uma Parcela Primária, o pagamento à Oi de uma Parcela Secundária, e a contribuição à SPE InfraCo de outras duas Parcelas Primárias Adicionais", disse a Oi. Ao todo, a negociação é superior a R$ 12,923 bilhões, sendo que o resultado final será 57,9% da InfraCo sob titularidade dos acionistas da Globenet. O restante da empresa de fibra continuará com a Oi e suas subsidiáirias.
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