A partir dessa terça-feira, 10 de maio, passa a valer em todo o Brasil um novo preço de venda do diesel para as distribuidoras. O anúncio foi feito nessa segunda-feira, dia 9, pela Petrobras. O preço médio de venda passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba. Uma variação de R$ 0,36 por litro.
Isso equivale a cerca de 8,87% de alta. O último ajuste de preços aplicado pela Petrobras aconteceu no dia 11 de março.
Por que esse aumento?
Segundo a Petrobras, o balanço global de diesel está impactado por uma redução da oferta frente à demanda. Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras.
Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. "A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta", explica a estatal.
A companhia destacou ainda que suas refinarias já estão operando próximo do seu nível máximo (fator de utilização de 93% no início de maio) considerando as condições adequadas de segurança e de rentabilidade, e que o refino nacional não tem capacidade para atender toda a demanda do país. Dessa forma, cerca de 30% do consumo brasileiro de diesel é atendido por outros refinadores ou importadores.
"Isso significa que o equilíbrio de preços com o mercado é condição necessária para o adequado suprimento de toda a demanda, de forma natural, por muitos fornecedores que asseguram o abastecimento adequado", diz o documento publicado.
Preço final
Os preços praticados pela Petrobras, tendo como referência os preços de mercado, são apenas uma parcela dos preços que chegam ao consumidor final. Ou seja, o preço da bomba ainda leva em consideração parcelas da mistura obrigatória de biodiesel, custos e margens de distribuição e revenda, e tributos que, no caso do diesel, atualmente limitam-se ao ICMS, imposto estadual, uma vez que os tributos federais PIS e COFINS tiveram suas alíquotas zeradas a partir de 11 de março até 31 de dezembro de 2022.
Caminhoneiros são os principais afetados
Os principais afetados por esse reajuste serão os caminhoneiros e transportadores de passageiros em coletivos. Para eles, o preço deve chegar nas bombas aproximadamente na metade, com uma inflação de cerca de 4,5%.
O maior problema disso é que o preço deverá ser repassado à população. Isso porque a maior parte dos produtos comercializados no Brasil hoje chega aos locais de venda utilizando-se do transporte rodoviário. Isso significa que eles devem ficar mais caros muito em breve.
E estamos falando desde produtos de mercado até os mais variados itens de moda, por exemplo. Então, agora só resta esperar pra ver o tamanho do impacto que isso causará em índices como o IPCA e o INPC, que medem a inflação oficial do país.
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