A Petrobrás anunciou nessa quarta-feira, 30 de junho, que foi encerrado o processo de venda de suas ações remanescentes da Petrobras Distribuidora S.A (a rede de postos BR). A decisão de desinvestimento foi tomada ainda em 2020 e o período de reserva das ações iniciou na quinta-feira passada, dia 24 de junho de 2021, seguindo até essa terça-feira, dia 29.
A Petrobras ainda detinha 37,5% de ações da companhia mesmo após a venda do controle da empresa em julho de 2019. Isso correspondia, segundo o prospecto preliminar divulgado, a 36.875.000 ações ordinárias que foram colocadas em negociação.
A cotação das ações para a realização da oferta pública teve como base o preço delas no fechamento de mercado na data de 16 de junho de 2021, ou seja, cerca de R$ 26,42 por ação. O preço definitivo desse follow-on, porém, só foi definido nessa quarta-feira, dia 30 de junho, e ficou em R$ 26,00.
O próximo passo agora é a abertura de negociações na B3, o que está previsto para acontecer nessa sexta-feira, 2 de julho de 2021. Segundo comunicado divulgado pela Petrobrás nessa quarta-feira, dia 30, a liquidação física delas ocorrerá na segunda-feira, dia 5 de julho de 2021.
Atuaram como coordenadoras da aferta o Bank of America, o Citi, o Goldman Sachs, o Itaú BBA, o JP Morgan e a XP.
Venda estratégica
No documento divulgado ontem (dia 30), a Petrobrás declarou também que "esta operação visa à otimização do portfólio e à melhoria de alocação do capital da Petrobras e está alinhada ao seu posicionamento estratégico de sair dos negócios de distribuição e focar seus investimentos em refino de classe mundial e em ativos de produção e exploração em águas profundas e ultra profundas, onde a companhia tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos".
Quando a Petrobras se desfez do controle da empresa em 2019, ela vendeu uma participação de 30% por R$ 9,6 bilhões. A atual fatia de 37,5% na companhia corresponde a R$ 11,69 bilhões, com base no valor de mercado corrente.
Veja na íntegra o prospecto divulgado pela Petrobrás.
E para os especialistas a venda pode até ser positiva para a BR Distribuídora também. Sem ter a estatal como sócial ele vai receber mais investimentos privados e seguir copetitiva no mercado.
Conforme o último boletim de abastecimento, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a BR possui cerca de 23% de participação, seguida de perto da Raízen (20,5%) e da Ipiranga (19,3%).
Além disso, a expectativa do mercado também está em torno dos ganhos com a nova gestão da BR Distribuidora, que está sob o comando de Wilson Ferreira Júnior, que assumiu o leme em março, depois de deixar a Eletrobras (ELET3;ELET6).
Sobre a BR Distribuidora
A Petrobras Distribuidora é uma sociedade anônima de capital aberto, com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ), e uma ex-subsidiária da Petrobras que teve seu controle vendido em julho de 2019.
Fundada no dia 12 de novembro de 1971, atua principalmente no segmento de distribuição e comercialização de combustíveis derivados de petróleo, como óleo diesel, gasolina, QAV (querosene de aviação); biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel; além de lubrificantes, emulsões asfálticas e produtos químicos.
Está presente nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, com mais de 8 mil postos de serviços atualmente. Segundo a revista Exame, é a segunda maior empresa brasileira em faturamento.
Atualmente, a Petrobras Distribuidora é a maior empresa do setor de distribuição de combustíveis no Brasil, tendo como suas principais concorrentes a Ipiranga e a Raízen (joint venture formada entre a Shell e a Cosan).
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