Na manhã desta sexta-feira, 4 de março, o IBGE divulgou os dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais. A partir dessas informações, foi possível constatar que o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 0,5% no 4T21. E assim, terminou o ano com um crescimento de 4,6%, chegando a R$ 8,7 trilhões.

Em suma, o avanço recuperou as perdas de 2020, quando a economia do Brasil reduziu seu crescimento em 3,9% devido à pandemia. Ademais, o PIB per capita chegou a R$ 40.688 no ano passado. Ou seja, houve um aumentou de 3,9% em relação ao ano anterior (-4,6%).

O PIB, soma dos bens e serviços finais produzido no Brasil, está 0,5% acima do 4T19. Apesar disso, ele continua 2,28% abaixo do ponto mais elevado da atividade econômica na série histórica, alcançado no 1T14.

Setores

De acordo com o levantamento, o crescimento da economia ocorreu pelas altas nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos, representam 90% do PIB no Brasil. Por outro lado, a agropecuária diminuiu 0,2% em 2021.

Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, todas as atividades que integram os serviços aumentaram em 2021. O grande destaque vai para o transporte, armazenagem e correio (11,4%). Para Palis, o transporte de passageiros aumentou bastante, em especial no fim do ano, com a volta das pessoas às viagens.

De acordo com Palis,

"A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou, puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais".

Além disso, outras atividades de serviços (7,6%) aumentaram no período. "São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço", explicou a pesquisadora.

Ademais, cresceram ainda o comércio (5,5%), as atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).

De acordo com o IBGE, na indústria, o destaque positivo se deu ao desempenho da construção. Após cair 6,3% em 2020, o setor cresceu 9,7% em 2021.

"As indústrias de transformação (4,5%), com maior peso no setor, também cresceram, influenciadas principalmente pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não metálicos; e indústria automotiva. As indústrias extrativas avançaram 3% devido à alta na extração de minério de ferro", explica o IBGE.

Por outro lado, a atividade que não evoluiu foi a de eletricidade, gás, água, esgoto, gestão de resíduos, que teve variação negativa de 0,1%, que aponta estabilidade. Segundo Palis, "A crise hídrica afetou negativamente o desempenho da atividade em 2021".

Além disso, os investimentos cresceram 17,2%, favorecidos pela construção que em 2020, teve uma queda. A produção interna de bens de capital também impulsionaram os investimentos. A taxa de investimento aumentou de 16,6% para 19,2% em um ano.

Ademais, a balança de bens e serviços teve uma alta de 12,4% nas importações e de 5,8% nas exportações. Quanto a isso, Palis explica que "Como a economia aqueceu, o país importou mais do que exportou, o que gerou esse déficit na balança de bens e serviços. Isso puxou o PIB um pouco para baixo, contribuindo negativamente para o desempenho da economia".

Por fim, entre os produtos da pauta de exportações, merecem destaque a extração de petróleo e gás natural; metalurgia; veículos automotores; e produtos de metal. Enquanto isso, no caso dos serviços, as viagens aumentaram mais. Entre as importações, os destaques foram os produtos químicos; as máquinas e os aparelhos elétricos; a indústria automotiva e os produtos de metal.